A praia do amor

Capítulo LXXIX

Luíza narrando...

- Oi meu amor - eu disse pegando o Igor do berço - Vamos acordar?

Todos os dias eram assim, eu colocava um sorriso no rosto e me mostrava ser forte, por causa do meu filho. Não quero que ele cresça com uma mãe triste e que não dê amor pra ele, é por isso que todos os dias eu luto, por nós.

- Bom dia flor do dia - Carol disse entrando animada no quarto - Victória veio te dar bom dia

- Victória? - perguntei sem entender

- Sim, o nome da minha princesa - disse sorrindo e eu sorri animada

- Conseguiu decidir? Finalmente! - falei rindo e ela revirou os olhos - É um lindo nome

- Eu sei, obrigada - disse se gabando e eu ri - Bom dia amor da titia - disse indo até o Igor

Ela acabou babando o Igor e eu fui pro meu banho, nesses últimos dias eu estava pensando em voltar pra minha casa, minha e do Lucas. Não queria mais incomodar a Tia Fernanda e a Carol, tava na hora de enfrentar isso, uma hora ou outra eu teria que voltar. Mesmo eu sabendo que no começo pode ser difícil tendo que ver nossas fotos espalhadas pela casa, ou as roupas no guarda roupa que a gente dividia, ver todos os cômodos e lembrar de tudo que passamos ali.

- Acho que vou voltar pra casa - eu disse vendo a Carol com o Igor na cama 

- Por que? - perguntou 

- Eu não quero mais incomodar vocês e não posso ficar aqui pra sempre - eu disse e ela me olhou

- Se é o que você quer, eu fico feliz - disse se levantando - Mas saiba que você não é e nunca será um incomodo

- Obrigada, você me ajudou muito - eu disse abraçando ela - Te amo

- Também te amo, amiga 

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- Luíza, pode comprar um remédio pra mim? - tia Fernanda perguntou enquanto fazia brigadeiro pra gente, rainha né?

- Posso - eu disse com preguiça pela farmácia não ser tão perto 

- Pega o dinheiro na minha bolsa e compra esse remédio aqui - disse me entregando a receita do remédio e em seguida eu fui pegar o dinheiro dela

- To indo - gritei pra ela ouvir

- Tá bom, se cuida - gritou de volta

Sai de casa sentindo o vento friozinho bater contra a minha pele, o dia hoje estava nublado. Coloquei meus fones aumentando o volume da música e comecei a viajar enquanto andava, mesmo com o tempo ruim algumas pessoas ainda saíam pra rua e colocavam um sorriso no rosto, outras estavam trabalhando pra se sustentar e algumas só estavam saindo pra espairecer.

Assim que cheguei na farmácia comprei o remédio e voltei a caminhar pra casa, decidi cortar caminho por uma rua e vi algo que me chamou muita atenção, uma ong pra crianças. Eu gostava muito dessas coisas, tanto que desde criança eu queria ter uma Ong só minha, comecei a ouvir algumas risadas gostosas e caminhei até lá. Era tudo muito simples, mas que pra algumas crianças eram mágico, coloquei minha cabeça na porta e me assustei vendo o menino da praia, Gabriel o nome né? 

Ele corria atrás das crianças, enquanto elas fugiam dele rindo. Assim que as crianças cansaram ele começou a fazer cócegas nas mesmas, comecei a rir da cena e ele notou minha presença ali e sorriu.

- Fiquem calmos que eu já volto pra brincar com vocês - ele disse se levantando e vindo até mim - Oi, o que faz aqui?

- Oi, eu estava passando por aqui e ouvi as crianças rindo - falei olhando as mesmas - Fiquei curiosa e vim ver

- Quer brincar um pouco? - perguntou e eu neguei 

- Preciso ir, só vim comprar isso pra uma amiga - falei levantando a bolsa pra ele ver

- Certo, caso um dia queira vir aqui conhecer mais, é só vir - falou e eu sorri assentindo

- Você tem jeito com elas - falei e ele me encarou

- Eu gosto muito de crianças, como alguém não consegue gostar? Elas só trazem felicidade pras nossas vidas - disse orgulhoso 

- Realmente - eu disse - Agora eu preciso ir, um dia venho conhecer mais

- Tudo bem, venha sempre que quiser - disse sorrindo pra mim - Estou sempre aqui

- Pretendo vir logo - eu disse e ele assentiu - Até Gabriel 

- Até, se cuida... - disse voltando a brincar com as crianças e eu fiquei mais um pouco ali, sorrindo que nem boba

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5/10