Capítulo LXVIII

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Luíza narrando...

Faz quatro dias que meu amor virou uma estrelinha, todas as noites eu gosto de olhar pro céu, eu me sinto segura e mais leve. Esses dias eu estava ficando na casa da Carol, tia Fernanda conversou muito comigo e disse que eu podia ficar lá o tempo que eu quisesse. Estava anoitecendo e como eu fiz durante todos esses dias peguei meu travesseiro, meu cobertor e uma foto do Lucas e fiquei na varanda, olhando pro céu. Uma paz tocou o meu coração e eu sorri, sentindo ele ali comigo, o ventinho gelado batendo contra o meu rosto e aquele céu estrelado dando um detalhe pra noite. Mais uma vez eu chorei, chorei por ter tido aquela sensação, chorei de tristeza e chorei por não poder te ver mais Lucas, mas tudo vai ficar bem, eu sei que vai. Eu não posso mais te ver, mas eu te sinto aqui comigo, sempre em todas as noites e isso pra mim já está perfeito.

Eu precisava respirar o ar fresco daquela noite, eu precisava sair eu estava sentindo essa necessidade e foi o que eu fiz. Coloquei uma roupinha básica e meu casaco, avisei a tia Fernanda que estava olhando o Igor e fui caminhar, sem destino. Eu estava me deixando levar, como se algo estivesse me guiando pra algum lugar, que eu ainda não sabia qual era. Quando eu senti que havia chegado eu olhei em volta, eu estava na praia, na praia que o Lucas sempre me trazia quando eu estava triste, algumas lágrimas caiam pelo meu rosto e eu caminhei até o banquinho que a gente sempre ficava quando vinha aqui.

A praia estava com poucas pessoas, havia algumas crianças por ali correndo e algumas pessoas trabalhando nos quiosques. Eu chorei novamente, mas dessa vez não foi só de tristeza ou raiva, foi por lembrar de todos os momentos bons que eu tive com o Lucas aqui.

- Ei você está bem? - eu ouvi uma voz e olhei pro meu lado vendo um homem 

- Tá sim - eu disse e ele sorriu se sentando 

- Tem certeza? - perguntou e eu assenti - Sou o Gabriel, prazer

- Prazer Luíza - eu disse sem ânimo 

- Posso saber por que você estava chorando? - ele disse e eu o encarei pensando se deveria ou não falar sobre

- A pessoa que eu mais amei na minha vida morreu - eu disse e ele me olhou preocupado 

- Aposto que ele era uma boa pessoa pra você e que vocês eram felizes juntos - ele disse e eu sorri por saber que ele não me disse algo que todas as pessoas dizem, como meus pêsames 

- Sim, ele era maravilhoso e eu era muito feliz ao lado dele - eu disse e ele assentiu olhando pro mar

- Eu também já perdi pessoas que eu amava muito - ele disse e eu o olhei

- Quem?

- Meus pais, em um acidente de carro - ele disse - O engraçado é que, a maior parte do carro havia sido destruída e não tinha chance de ninguém sobreviver, mas eu sobrevivi e até hoje não tem explicação 

- Uau, isso foi um milagre - eu disse e ele assentiu - Aposto que seus pais estão orgulhosos de você agora

- Espero que estejam né - ele disse e eu ri

- Eu acho melhor eu voltar pra casa - eu disse e ele assentiu

- Quer que eu te leve? - ele perguntou e eu neguei com a cabeça - Tudo bem, até qualquer dia então Luíza, caso a gente se encontre de novo

- Até - eu disse voltando a caminhar e me deu uma grande vontade de sorrir, e eu sorri pro nada e sem saber o motivo.

Espero um dia voltar a sorrir que nem eu sorria quando te via Lucas.

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Gabriel - 21 anos

Gabriel - 21 anos

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