M I R O T I C ↬ Sulay

|2| Gashina

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De repente foi eu finalmente entendi tudo.

Após me acalmar, fui levado por Baekhyun até seu carro com Sehun logo atrás da gente. Por mais triste e devastado que estivesse, era nítido a troca de olhares deles.

Desconfiavam? Sabiam? Se sabiam por que não me contaram?

Tantas perguntas e apenas uma resposta.

Eu não iria acreditar.

Eu não lembro muito bem como prosseguiu aquele resto de noite e muito menos a manhã seguinte, as poucas coisas que trago na memória são de ficar horas e horas abraçado ao meu travesseiro e de Sehun colocando para fora Seunjun regido pelos berros de Baekhyun que se mostrou rico em um linguajar cheio de palavrões.

Eu fiquei perdido em meus pensamentos durante uns bons dias, até do trabalho acabei me afastando, mas por sorte, meu sócio e com quem dividia o apartamento, não me cobrou nada a respeito.

Ficou apenas aquela semana me olhando sem falar nada todas as noites quase escondido atrás da porta do meu quarto. Cuidando de mim e me protegendo.

No sábado seguinte a grande revelação que eu era o corno do ano foi feita para mim, me levantei da cama e fui me rastejando até meu banheiro.

Abri a porta de madeira e a fechei com o cuidado para não fazer barulho. Beak estava no quarto ao lado assistindo um filme com Sehun, ao qual fui convidado, porém neguei.

A mudança de Baekhyun acabou sendo adiada por minha culpa, ele se negava a fazer qualquer coisa comigo no estado que me encontrava e por sempre ser compreensivo, Sehun não o pressionava, na verdade, começou a frequentar mais vezes o nosso apartamento.

E isso me deixou com a sensação de culpa. Os dois haviam adiado o plano de enfim morarem juntos porque o canalha do meu namorado me traiu.

Dentro do banheiro, andei até a pia e parei olhando meu reflexo no espelho mediano que ficava em cima dela.

Está com a cara horrível.

Pela primeira vez na vida, estava com a barba por fazer, cabelos desgrenhados e confesso que nem os dentes tinha escovado. Meus olhos estavam com bolsas tão grandes de tanto que eu chorei, por raiva, ódio, desilusão e que poderiam ser facilmente confundidas com dois belos socos.

- Você não é o rastro de homem que costumava a ser Kim Junmyeon.

Eu vi o reflexo da minha boca se mexer enquanto minhas próprias palavras ecoavam pelo pequeno cômodo.

E sinceramente, não gostei da sensação.

Segui o olhar do espelho para a porta escova de dentes vendo a minha cor de rosa e uma azul, a que Seunjun usava quando acordava ao meu lado.

Senti os olhos mais pesados com as rápidas lembranças, a peguei e joguei fora no cestinho de lixo ao lado do vaso sanitário.

Peguei a minha escova depois, coloquei o creme dental e abri um pouco a torneira para molha-la e a levei a até a boca.

Eu não me lembrava a última vez que tinha escovado os dentes, quem dirá tomado um banho, então, assim que terminei de escovar meus dentes substituindo o gosto amargo em minha boca por gosto refrescante de menta, voltei a encarar meu reflexo e acho que vi realmente o quanto estava acabado.

Estava nesse estado por um canalha traidor que teve a cara de pau de bater na minha porta falando que estava bêbado e tudo que tinha feito foi por impulso do álcool.

Comecei a rir sozinho da desgraça que havia se tornado a minha vida, e olhei para baixo abrindo a gaveta do gabinete da pia onde guarda a lâmina e o creme para a barba.