|32| Mask

1.5K 157 69
                                    

🐑

[09:31]: Bom dia príncipe dos lábios doces, espero que esteja bem, eu te amo.

[09:32]: Tenha um ótimo dia.

Enviei a mensagem enquanto tomava o café puro de todos os dias para me manter acordado, coisa que se fosse vista por ele, meu doce Junmyeon, seria repreendida e mesmo sabendo que teria represálias de minha parte, também me bateria.

Embora os hábitos alimentares dele não sejam exemplares.

Mas, da mesma forma que ele não veria minhas mensagens de hoje, como as enviadas todos os dias, também não me veria bebendo café puro, então, em um modo mórbido e otimista, era uma coisa boa.

A quem eu estou querendo enganar, não é.

A pior parte de tudo isso, não é perder o controle de tudo, coisa que desde que me entendo por gente, devo ter, e que perdeu a importância.

Junmyeon foi  única coisa que aconteceu sem o menor planejamento na minha vida, e é a melhor coisa dela, às vezes, parecendo que saiu de algum sonho perfeito que tive, e  não tê-lo me assusta, me deixa desesperado, e além de tudo isso, ao menos sei de fato se está bem, mesmo com Park falando que está, mas nada garante que isso foi lhe dito apenas para sanar sua curiosidade, afinal, de todos, além de Choi, foi o único que ficou e que realmente acredita que não trai meu príncipe dos lábios doces.

No entanto, isso é algo que devo deixar de lado - por agora - nunca fui um homem de abaixar a cabeça e fugir das coisas, e mesmo envolvido em uma tragédia quase shakespeariana, não vai ser agora que irei fazer isso. Pelo contrário.

Terminei de beber meu café e deixei a xícara em cima do balcão, fechei meu notebook, o guardei, peguei meu celular e deixei uma quantia extra para a senhora que limpa o apartamento. É a mesma que trabalhava para Junmyeon e Baekhyun quando moravam juntos, e não é porque meu homem não está em casa, que deixarei tudo bagunçando.

Com a bolsa de couro do computador e mexendo no celular, foi em direção ao elevador e apertei o botão, e não muito tempo depois, as portas se abriram.

- Bom dia.

A senhora que, já estava dentro disse.

- Bom dia. - Eu respondi.

Apesar de fazer um bom tempo que moro no prédio, ainda não decorei o nome de nenhum vizinho, mas todos eles me conhecem. 

- Desculpa perguntar, mas nunca mais vi o rapaz que sempre está com você.

Desviei a atenção do celular e olhei para senhora, que um pouco sem graça me olhava. O que não é nenhuma surpresa.

Para ser sincero, compreendo os mais velhos não saberem muito bem como se referir a casais homossexuais, como dizem, na época deles - mesmo existindo aos montes - não existia essa liberdade de se assumir, então por isso relevo, além disso, os moradores daqui nunca fizeram caso referente ao fato de eu morar com outro homem, e mesmo que fizessem, não seria algo que ligasse, e também, não existe ninguém que não se encante por Junmyeon.

- Ele está viajando.

A respondi, e a senhora deu um sorrisinho que fez as marcas do tempo em sua face se moverem. - Que bom, diga a ele quando voltar que eu mandei um olá.

Concordei com a cabeça e voltei a atenção para o celular me perguntando em qual momento eu e essa senhora fomos apresentados, e fazendo a nota mental de falar isso para meu Junmyeon quando ele voltar, pois ele vai voltar.

M I R O T I C   ↬ SulayOnde histórias criam vida. Descubra agora