[41] Mapo Tofu

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🐰


Yixing aceitou que cuidasse, e isso é bom, mas que bom, é ótimo.

Finalmente vou poder cuidar dele da forma que ele cuida de mim.

"Eu ainda acho que ele aceitou fácil de mais".

- Eu juro que não vou fazer nada, eu juro. - Respondi a Yixing, que, devagar, com um pouquinho de receio começou a me soltar. 

Livre dos seus braços, comecei a fechar a minha camisa - que na verdade é dele -, e seus olhos acompanharam minhas mãos abotoando cada um dos botões, e se eu não o conhecesse bem, se eu não soubesse que ele raramente se arrepende de algo, diria que ele estava repensando em sua permissão me dada, ou se séria melhor - para ele - deixar ela para lá e me jogar na cama.

- Me espera aqui, não vem atrás de mim, e para esperar aqui, está bem? - Digo olhando para ele atravessando a nossa enorme cama engatinhando, e não surpreso por ele olhar para a minha bunda, ao em vez de olhar para meu lindo rosto - palavras dele -, Yixing concorda e eu olho para frente, a tempo de não cair da cama.

Yixing, ao ver minha queda eminente, foi mais rápido que a minha reação, e segurou o pano da camisa, me puxando para trás.

Por está olhando para ele, não vi que estava chegando na beira da cama.

Completamente sem graça, olho para trás e dou um sorriso amarelo, e ele apenas solta uma risadinha anasalada e nega com a cabeça.

"Você não pode ver uma vergonha, que já se joga".

Calada.

De pé, e sem olhar para trás, ando em passos rápidos para o banheiro, entro e fecho a porta, para então poder correr feito um doido para um lado e para o outro.

Mesmo armando essa surpresa, tinha a enorme possibilidade de Yixing me enrolar para não me deixar cuidar dele.

Com nosso tempo de casados, descobri que a custo, ele me deixa fazer algo para ele.

Me refiro a nós como casados, pois, é desta forma que Yixing já se refere a nós, toda vez que saímos ou encontramos alguém que eu não conheço, ele me apresenta agora - para os alheios a nossa vida secreta, pois estes eu ainda sou apresentado como seu homem - seu marido.

Segundo ele, desde que começamos a morar juntos - se bem que eu mais vivia aqui do que no meu antigo apartamento -, nós nos casamos, e que de fato, nosso casamento real será apenas formalidade para oficializar as coisas, e também, como ele faz questão, me deixar assegurado como seu marido caso algo lhe aconteça, coisa que não vai acontecer.

"Não mesmo, ele não vai se livrar fácil assim da gente não".

Isso mesmo, onde ele for, eu vou atrás.

Essa decisão dele, no meu ponto de vista, não é algo necessário, eu trabalho e tenho como viver bem, sempre tive, mas Yixing insiste de sermos um casal como qualquer outro, e da mesma forma quero que sejamos, mas não vejo que isso seja algo necessário, contudo, quando disse isso a ele, não me surpreendendo, Yixing saiu andando e me deixou falando sozinho.

Com as velhinhas aromatizadas em forma de bichinhos - ovelhas e coelhos - que peguei na parte de baixo do armário em baixo da pia, corro em direção a banheira e abro a torneira começando a encher, o que graças a deus não demora por ter um fluxo de água bom.

Então, o tempo que ela leva para encher em uma medida boa, é o tempo que levo para acender as velas, desligar a torneira, colocar o sabão para fazer espumas com cheirinho de frutas velhas e correr de novo na direção do armarinho para me olhar.

M I R O T I C   ↬ SulayOnde histórias criam vida. Descubra agora