Eu não sabia que o amor era assim tão fácil e tão simples. Eu me apaixonei por uma pessoa que jamais esperaria, em um momento em que o meu futuro já estava praticamente definido. Eu resisti, Deus, eu resisti tanto! E quanto mais eu tentava esquecer, mas eu lembrava do seu olhar. Não era intimidador de um jeito intenso, mas de um jeito leve, tão levemente intimidador que eu não pude ficar bravo quando nossos olhares se cruzaram a primeira vez no espelho da academia. Quem era aquele garoto e por que ele me olhava daquele jeito tão diferente? Eu queria ter ficado bravo, eu queria ter ido lá pedir para que ele parasse. Aquilo não estava certo. Ele estava me olhando de um jeito que ele não deveria. E parecia tão errado e tão desafiador que me deixou confuso.
E depois toda aquela confusão se tornou curiosidade. Eu queria vê-lo me olhar mais uma vez. E depois outra. E depois eu estava viciado no seu olhar. E cada vez que eu o olhava de volta e encontrava o seu olhar, o meu coração disparava. Aquela sensação de adrenalina mexeu tanto comigo! Era a primeira vez que eu a sentia. Era tão errado olhá-lo daquele jeito, afinal de contas eu tinha uma noiva e ele era um homem. Então eu resolvi jogar com ele. Fui lá e pedi para revezar o banco. Ele não se importou, mas eu sentia que o deixava nervoso. Mas fui eu quem realmente ficou nervoso quando percebeu que se importava com o que ele estaria pensando de mim.
Depois eu fui embora determinado a deixar aquele episódio para trás. Resultado? Eu não consegui pregar os olhos durante à noite. Eu queria sentir aquela sensação de novo. Eu queria a adrenalina. Eu queria que ele me desejasse, porque esse era o jogo que eu queria fazer. Que um garoto, aparentemente gay – porque nenhum homem olha para outro daquele jeito – me olhasse e me desejasse.
O universo como sempre pregando peças, fez com que nós fôssemos parar naquele bar. E todo o meu jogo deu errado quando ele começou a falar. Ele era tão simpático e tão inteligente. Mas estava acompanhado de outro cara. Por um momento fiquei cheio de ciúmes e aquilo era tão constrangedor. Eu não tinha ciúmes da minha noiva, mas estava com ciúmes dele. Eu não queria permitir que aquele olhar fosse direcionado a alguém que não fosse eu. Ah, aquela noite foi marcante para mim, foi o dia em que eu conheci o dono do olhar mais intimidante que eu já vira e ele tinha um nome, era Pedro Otávio.
Os dias foram se passando e eu queria vê-lo, treinar com ele, caminhar com ele pela rua. Ele tinha uma energia tão boa. E aquela energia me contagiava e me fazia acelerar o coração, era inexplicavelmente delicioso. E aquilo me deixava tão ansioso e tão aterrorizado que eu não sabia o que fazer. Quando percebi o que estava acontecendo já estava completamente apaixonado por ele. Ah... boas lembranças.
– Henri, cadê você? Vamos nos atrasar! – Ele chega de mansinho com cara de bravo. Não consigo conter um sorriso.
– Do que você está rindo hein, Piloto? – Seu olhar encontra o meu no espelho e meu coração se acelera, como da primeira vez. Isso nunca mudou. Ele faz isso comigo até hoje, mesmo depois de casados.
– De nada. – Me viro par ele. – Vamos.
– Ai, Henri... e se eles não gostarem da gente? – Sua voz e o seu jeito ainda tem o mesmo efeito em mim. Caralho como eu amo esse cara!
– Eles vão sim. – Eu o beijo. Seus lábios são tão macios e tão frágeis. Não consigo me desgrudar na hora. Um fogo se acende dentro de mim. Mas me contenho. Temos um compromisso e não podemos nos atrasar. – Tenho certeza que vamos ser os melhores pais do mundo!
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Última Chamada (Amor sem limites #3)
RomanceQuando Pedro conheceu o piloto Henri, teve início um caso de amor que mudou a vida dos dois para sempre. Tudo era novidade para ambos, já que nunca haviam se envolvido com pessoas do mesmo sexo. A curiosidade, o desejo e por fim o amor aproximaram o...