Capítulo vinte e oito

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Demoro alguns segundos para que a frase completa faça sentido na minha cabeça. Balanço a cabeça para fazer meu cérebro pegar no tranco. Olho para Ralph e para Carla em câmera lenta quando percebo o que ela acabou de dizer dou um passo para trás sem acreditar.

– Você o quê?! – Pergunto, perplexo.

– Eu quero que você faça parte da sociedade do grupo Sol e Lua. – Sua expressão é séria. – Nada mais justo.

– Tem certeza, Carla? – Ralph pergunta.

– Sim. – Ela se vira para ele mais uma vez, me ignorando.

– Ei, calma aí, Carla! – Olho para Ralph. – Espera aí Ralph, rapidinho.

Ralph dá de ombros e sai de perto da gente, voltando para sua grande mesa de madeira e se sentando na sua poltrona preta.

– O que você está fazendo, sua louca? – Pergunto.

– Eu quero te dar um pouco da minha parte amigo, nada mais justo. Você aceitou entrar nessa desde que começamos a ensaiar. E convenhamos, os outros não teriam dançado se você não tivesse aceitado em primeiro lugar. Depois, veio para cá e me ajudou ainda mais. – Ela dá de ombros. – Acho justo você fazer parte oficialmente.

– Eu te ajudei porque eu gosto de você, amiga. – Seguro suas mãos. – Não faço isso por dinheiro. – Penso um pouco. – Bem, até que agora eu faço um pouco por dinheiro, mas em primeiro lugar sempre quis fazer isso para te ajudar... e porque é divertido.

– Eu sei amigo! – Ela sorri. – E obrigada por tudo! Agora pensa que além disso ainda vai ter um bom dinheiro... e uma empresa para me ajudar a administrar.

– Você é teimosa. – Sorrio. – Mas dessa vez eu tenho certeza do que fazer. Não quero ser seu sócio, quero ser seu amigo. Vou estar por aqui se você precisar, sempre.

– Ai, amigo...

– Desculpa, amiga. Dessa vez eu tenho que te dar esse não. Mas é um não bom. Este é o seu sonho! Sua conquista. Eu vou ficar bem. Daqui a pouco volto a trabalhar com engenharia, que é o que eu amo. Vou deixar para dançar só nas horas vagas.

Nós rimos e ela me puxa, me dando um abraço apertado.

– Eu sempre soube que você era a teimosia em pessoa. – Ela diz no meu ouvido. – Mas agora, superou todos os limites.

– Eu sei. – Respondo. – E eu te agradeço do fundo do meu coração. Obrigado mesmo!

– Eu é que agradeço! Você é meu Best!

Nos soltamos e ambos limpamos nossas lágrimas. Me viro e vejo Ralph olhando atentamente para a gente.

– Esquece o que ela disse, Ralph. – Digo sorrindo e olho para Carla de relance, fazendo sinal de negativo.

– Bom. – Ralph dá uma palmada no ar. – Já que está tudo resolvido, gostaria de brindar este momento com vocês, meus amigos.

Antes que Carla e eu falemos alguma coisa, entra um garçom com um balde de gelo e uma garrafa de champanhe. Nas mãos ele traz três taças de cristal reluzentes. Carla e eu nos aproximamos e ele entrega um para cada. Em seguida, enche enche nossas taças, incluindo a de Ralph. Então se retira. Ralph levanta a taça e faz o brinde:

– Ao grupo Sol e Lua!

– Ao grupo Sol e Lua! – Carla e eu levantamos as nossas e assim nós três brindamos.

Um fogo de felicidade toma conta de mim. Meu coração ainda está disparado. Primeiro pela ótima notícia: Minha amiga vai realizar o seu sonho! E depois pela decisão que acabei tomando sem pensar duas vezes. – Nos sentamos e começamos a conversar com Ralph. – No fundo me achei um pouco burro por rejeitar a proposta de Carla. Mesmo que eu não dançasse e que voltasse a trabalhar fora do grupo, ainda teria uma renda com os lucros, se fosse sócio. Mas usufruir de uma coisa que não é minha nunca foi do meu feitio e este é o sonho de Carla. Tenho certeza de que ela vai acordar todos os dias prometendo dar o seu melhor para o seu grupo de dança e seu sonho vai se tornar cada dia mais real, não só o de ter a sua própria empresa e fazer o que gosta, mas de provar para a própria família de que ela pode e será sempre independente.

Última Chamada (Amor sem limites #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora