Capítulo 52

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Lauren on

A primeira coisa que eu pensei ao ouvir o doutor foi: Esse médico está caduco, tá na cara que ele precisa se aposentar.

Meu nome e gravidez não podiam aparecer na mesma frase, principalmente naquela fase que eu estava vivendo.

Eu dei uma risadinha nervosa e disse.

– Impossível! Mas vou procurar o meu ginecologista como o senhor me sugeriu.

Me levantei, recolhi meus exames que estavam espalhados na mesa dele, não me preocupei se estava agindo como uma louca, e nem com o jeito paralisado em que ele olhava pra mim.

Me sentia mais estranha a cada segundo, algo como angústia e ansiedade circulavam dentro de mim.

- Eu tenho que ir, acabei de me lembrar de um compromisso... – anunciei quando os papéis estavam juntos em minha mão. – Até mais. – abri a porta rapidamente, escutei ele resmungar alguma coisa, mas não voltei pra saber o que era.

Tudo que eu queria era levar meus exames para um médico que estivesse em pleno gozo de suas faculdades mentais, e que esse medico me dissesse o que fazer com a minha GASTRITE.

Velho caduco.

Vesti o meu casaco, peguei o guarda chuva e sai do consultório sem nem me despedir da secretaria.

Caminhei algumas quadras com a palavra gravidez martelando em minha cabeça. E como da última vez que pensei que estava gravida, não resisti e entrei na farmácia para comprar alguns testes.

Nos últimos dias estava optando por caminhar, eu não tinha mais carro e não queria pegar o da minha mãe, caso a cuidadora tivesse alguma emergência seria bom ter um carro na garagem. Para a minha sorte a chuva que caía era fina, o céu estava escuro e o vento gelado. Pouco antes de chegar na estação do metrô, acabei optando por pegar um taxi, estava me sentindo mais cansada que o normal e queria chegar rápido em casa.

Entrei pela porta da frente, estava tudo silencioso e tranquilo. Depois de pendurar o casaco e colocar o guarda chuva em um canto para escorrer a água, fui para o andar de cima, ouvi vozes vinda do cômodo que antes era um quarto, no final do corredor. Fui até lá para dar uma espiada, minha mãe estava no meio de uma seção de fisioterapia. Yaser achou melhor ela se tratar em casa, mesmo que isso lhe custasse mais.

Decidi não interromper e fui para o meu quarto. Tranquei a porta, me sentei na cama e me pus a pensar, e se eu realmente estivesse gravida, o que Zayn iria achar sobre isso?

Senti um mal estar súbito só em pensar em Zayn, eu estava tentando me manter adormecida quanto a dor que eu sentia, mas nem sempre eu conseguia, a falta dele me machucava e ainda mais o fato de ter sumido da minha vida.

Eu não tinha certeza qual seria a reação de Zayn, ele tinha um verdadeiro horror a ter filhos, e a situação era ainda pior, já que não estávamos mais juntos. Lembrar disso me vez desejar muito que toda aquela suspeita de gravidez não passasse de um engano.

Minutos depois eu estava sentada sobre a tampa do sanitário, encarando a parede em estado de choque, os testes estavam em minhas mãos, e todos foram categóricos em apontar que eu estava realmente gravida.

Eu nunca havia sonhado ou imaginado o dia em que aquilo aconteceria, eu nunca desejei ficar gravida, sempre me achei incapaz.

Me senti estranha, insegura e perdida. O que eu iria fazer da minha vida? Eu não tinha um emprego, nem uma casa, nem um pai para o bebê eu tinha, não que isso fosse importante realmente.

O filho do meu padrasto |Z.M.| Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora