"PARA SEMPRE PARA SEMPRE" [ REVISÃO ]

Capítulo 4.

- Você sabe que hoje eu não consigo mais voltar aqui, tenho muitas coisas da Boate pra resolver. Ainda não fechei com o barman, falta fechar com a decoradora e com a empresa de finguer foods. A inauguração é amanhã.

- Absoluta, agora vai embora, por favor. - Não quis me oferecer para ajudá-lo, eu teria que ficar perto dele para isso e eu realmente me recusei.

- Tudo bem. - Se inclinou para me dar um beijo e eu recuei.

- Por favor, Lucas. Você tem ideia do tempo que eu venho tentando ser forte, sem chorar, sem reclamar, apanhando calada? Eu já sofri demais, eu cansei, de verdade.

- Eu te entendo. - Disse baixinho caminhando até a porta. - Sophia? - Perguntou antes de sair do meu quarto. - Vai na Boate amanhã?

- Eu nunca fujo das minhas responsabilidades. Meu pai é sócio da sua boate então é meu dever ir em nome dele, mas por favor, me toque o menos possível, evite as câmeras e eu não quero demorar muito lá. Vou fazer o meu papel e vir embora e não tente me beijar em frente as câmeras, se não eu nunca mais vou te perdoar, respeite meu espaço, é a única coisa que te peço nesse momento.

- Obrigada mesmo por ir, você é incrível. Eu te amo muito. - Concordei com a cabeça e ele saiu.

Olhei no relógio e vi que faltavam apenas cinco minutos para as 17:00. Fui até o banheiro, lavei meu rosto, que graças a Deus não tinha ficado com nenhuma marca, e desci.
Quando cheguei lá, todo mundo já estava me esperando, sentei na mesa e comecei a falar.

- Boa tarde. Não aconteceu nada demais para essa reunião estar acontecendo. Só tenho alguns pontos e perguntas para tratar com vocês. Primeiro, quero saber como estão os quartos de vocês. Se estiverem precisando de alguma coisa, ventilador, roupa de cama, televisão, qualquer coisa, por favor, escrevam em um papel e entreguem a Carla, ela vai providenciar tudo. Eu não quero que vocês escondam nada. Vocês trabalham aqui a semana toda e consequentemente estão longe de casa, o mínimo que vocês podem ter é conforto na hora de descansar.  Segundo, é o horário e o salário de vocês. Luzia e Daiane, vocês trabalham das 8:00 horas da manhã até às 17:00 horas da tarde fazendo a limpeza e cuidando da casa. Não tem necessidade de ficar até mais tarde como sempre ficam. Lúcia, a senhora faz o café da manhã, almoço, café da tarde e o jantar, não fique procurando coisas para fazer, descanse nesse tempo livre, faça o que tiver vontade.  O José me leva para os lugares quando eu precisar e a Carla me ajuda na administração da casa e instrui vocês.  Não trabalhem mais do que vocês precisam, por favor. Eu tenho andado meio distraída então não tenho percebido, mas vou pedir para que trabalhem, mas que não passem tanto da hora.
E sobre o salário, as horas extras que vocês fizeram esse mês vão ser pagas, podem ficar tranquilas. O contador deve depositar o pagamento dentro de 3 dias, pois ele me mandou um e-mail dizendo que houve um probleminha com o banco, mas que já está se resolvendo.

Quando acabei de detalhar todos os pontos, agradeci a todas elas e subi até o meu quarto. Olhei no celular e vi uma mensagem de Lucas dizendo que eu era a vida dele, e que ele tinha pensado em tudo o que eu tinha dito e que ele estava morto por dentro, que ele tinha encontrado paz em mim e que ele me destruiu e que não conseguia maneiras de se desculpar e depois de ler todo aquele discurso maravilhoso,  por um segundo pensei em perdoá-lo, e aí lembrei o que José me disse sobre não acreditar nas desculpas, e assim eu fiz, pelo menos a princípio. Respondi a mensagem com um coração e lhe disse que iria dormir.
Assim que desliguei o celular e me deitei, bateram na porta.

- Pode entrar. - Gritei

- Com licença, Dona Sophia.

- Só Sophia, Luzia, por favor.

- Tudo bem, Sophia. - Sorriu - Eu espero que não seja muito abuso da minha parte, mas você disse que a gente poderia usar a piscina, e minha filha, a Luana, quando veio aqui queria muito nadar e como você disse que não tinha problema, gostaria de saber se eu poderia trazê-la aqui amanhã, que é aniversário dela. - Vi seu rosto corar.

- Claro que pode, não é abuso de jeito nenhum. Só diga ao José para ligar para o piscineiro, faz um tempo que não usamos.

- Eu prometo que não vai interferir no meu trabalho e ela é pequena, tem apenas 12 anos, mas é muito educada, vai se comportar muito bem, eu prometo.

- Ela é uma criança e é aniversário dela. Por favor, deixe ela o mais a vontade o possível. Vou pedir a Carla para que prepare algo especial como um presente meu.

- Muito obrigada, Sophia, eu não sei como te agradecer.

- Eu é quem preciso te agradecer por cuidar tão bem das minhas coisas e me deixar tranquila o suficiente sabendo do quão de confiança você é.

- Isso é o só meu trabalho.

- E que você faz muito bem por sinal.

Quando a Luzia saiu, liguei o notebook, deitei em minha cama e liguei para o Felipe por Skype como quase todas as noites.

- Oi cara de boi. - Disse rindo ao atender.