"PARA SEMPRE PARA SEMPRE" [ REVISÃO ]

Capítulo 7.

- Fe, está tudo bem agora... Calma. - Dei um meio sorriso tentando acalmar as coisas.

- Não! Não está, Sophia. Que droga, por que não me contou isso antes? - Gritou

- Porque eu não conseguia enxergar que isso era ruim. - Uma lágrima escorreu

- Não conseguia enxergar que isso era ruim? Você apanhou daquele desgraçado, como isso poderia ser bom, Sophia? - Gritou novamente.

- Eu não faço idéia. Eu só o amava muito, achei que era uma fase e que ia passar. - disse baixinho

- Você não podia ter me escondido isso. Eu sou seu irmão, minha obrigação é te proteger, e agora nem isso você me dá opção. Eu sei que estou longe de você, mas eu dou o meu melhor pra tentar não te deixar sozinha, pra te apoiar, é assim que me retribui?

- Porque eu sabia que reagiria assim, Felipe. Que perderia a cabeça, ficaria nervoso e começaria a gritar comigo. - gritei e comecei a chorar. Eu não sou idiota, eu sei muito bem que era horrível ele me bater, mas você não tem ideia... - Resolvi parar a frase por ali, não queria o magoar.

- Me desculpa. Eu não devia ter gritado. - Diz passando a mão pelo cabelo bravo consigo mesmo.

- Está tudo bem. Agora está tudo bem mesmo, não vou mais vê-lo.- Sorri em meio as lágrimas.

- Se ele chegar perto de você novamente eu não vou perdoá-lo. Então é bom você não dar nenhuma chance de isso acontecer, porque depois não vai ter mais o que fazer e não vai adiantar se arrepender, então não chegue perto dele. Não estou pedindo e nem mandando, estou avisando.

- Eu prometo. Só não quero mais falar disso. Preciso me distrair, minha cabeça está um turbilhão, ao mesmo tempo que tem tudo não tem nada, e foi por isso que eu te liguei, porque você tem a paz que eu preciso.

Felipe sorriu e ficamos conversando por bastante tempo. Ele me fez rir muito e me esqueci completamente dos meus problemas. Esqueci do Lucas, dos meus pais, de toda a etiqueta que eu tinha que manter, fiquei em paz.

- Vai dormir, princesa. Amanhã o dia será longo.

- Vai mesmo. Vou ficar o dia sozinha nessa casa gigante pensando o quão burra eu fui durante todo esse tempo. - Dei risada.

- Não fala assim.

- É a verdade, Felipe, mas foi pra ser engraçado, não pra você se sentir mal.

- Não vamos brigar então, para as coisas não piorarem. Eu te amo. Boa noite, Soph.

- Eu te amo.

Quando eu me deitei, senti tudo girando. Uma dor de cabeça horrível me bateu e eu só conseguia chorar e lembrar do Lucas. A noite toda foi péssima, eu mal consegui dormir. Levantei umas três vezes e fiquei olhando a noite, que estava com o céu em um tom de azul e cinza fumegante, até parecia que o céu tinha tomado minha dor para si. A lua refletia no mar que estava escuro e revolto.

Quando finalmente consegui dormir, o dia estava amanhecendo, os raios solares começando a aparecer no céu e a brisa da manhã aparecer, devia ser umas 6 horas da manhã.
Quando acordei, o relógio marcava 18:46 da tarde. Levantei e estava morrendo de fome. Desci, conversei com Carla e José que estavam conversando na cozinha enquanto Carla preparava meu jantar, então peguei um iogurte na geladeira para esperar e comi. Eles me perguntaram se eu estava bem, e disseram que se eu precisasse conversar eles estariam alí. Eu concordei e agradeci, mas subi para o meu quarto e fui tomar um banho.
Eu fiquei feliz pela preocupação e carinho deles, mas realmente não queria conversar com eles sobre o Lucas. Não queria conversar com ninguém. Eu queria e precisava esquecer sua existência mesmo sabendo que seria quase impossível.

Quando saí do banho, o relógio marcava 20:50 da noite. Me vesti com um roupão, deitei em minha cama, peguei meu celular e vi que havia 400 mensagens do Lucas e 30 ligações perdidas. Antes mesmo que eu pudesse ler as mensagens, olhei para o banheiro que estava com a porta aberta, e então atirei meu celular dentro da banheira o mais rápido que eu pude.  Eu não queria mais o Lucas em minha vida e então não podia ceder de nenhuma forma.

Fui até meu closet procurar por algo confortável para vestir para que então pudesse descer e jantar. Eu estava faminta e quase podia sentir o cheiro do bife a parmegiana de Carla a três andares. Entrei no closet e tomei um susto.

- Desde quando demora tanto assim no banho mocinha? - Sorriu com os olhos cheios de lágrimas.