"PARA SEMPRE PARA SEMPRE" [ REVISÃO ]

Capítulo 11.

Quando chegamos na praia, vi que não havia quase ninguém, só uns dois casais que estavam arrumando suas coisas para poderem ir embora. Nos sentámos na areia e ficamos sentindo a brisa pesada e salgada da maresia bater em nossos rostos.

- Se for embora de novo, eu arrebento a sua cara e eu não estou brincando.

- Coitada, eu tenho um metro e setenta e oito. - riu baixinho.

-  E daí? Eu vou bater em você até você ficar com um metro e sessenta.

- Tudo bem bravinha.

- É sério, Fe.

Felipe me abraçou e ficamos vendo o sol se por e a maré ficar cada vez mais alta. A brisa estava ficando cortante de tão gelada e então decidimos ir para casa. Quando chegamos, Carla estava preparando o jantar.

- Se divertiram?  - Perguntou experimentando a comida.

- Muito - Felipe respondeu sorrindo.

- Claro, estava em minha presença. - eu disse com ar de graça.

- Nada convencida, hein?

- Claro que não. - Nós rimos.

Subimos cada um para seu quarto e eu fui tomar banho. Entrei na banheira com a água morna e senti meu corpo relaxar. Eu não podia estar mais Feliz: Longe de Lucas, Felipe voltando para casa e eu voltando a sorrir.
Depois de longos minutos no banho, saí e coloquei meu roupão. Fui até meu closet, peguei um pijama do Stitch - do filme Lilo e Stitch, que eu havia ganhado de presente do Felipe antes de ele ir embora - e uma pantufa de unicórnio e fui até o quarto dele.

- Ai meu Deus. - Começou a rir descontroladamente assim que abriu a porta - Você está muito fofa.

- Acho bom que eu esteja mesmo - fiz bico e cruzei os braços fingindo estar brava.

Percebi que o Felipe me olhou estranho no mesmo momento e entrou no quarto e eu entrei atrás.

- O que houve, Fe?

- Nada, porque ?

- Felipe, dá para parar de mentir pra mim? Me fala logo o que aconteceu, eu conheço você e vi como ficou diferente, o que eu não entendi foi o que aconteceu.

- Não é nada, só não faz esse bico, por favor. - Disse baixo, quase não dando pra ouvir.

- Por que não? - Perguntei não entendendo nada.

- Porque é feio, fica ridículo, você não é mais uma criança, não fica mais fofinho, pode ter certeza disso. - Disse perdido e todo confuso e virando de costas pra mim.

- Fe, eu sempre fiz bico e você nunca disse isso, ao contrário, você dava risada. O que está acontecendo?

- Sophia, por favor. - Disse sério e sem jeito. - Por favor.

- Tudo bem, Fe, desculpe. Vou lá pra baixo, nos vemos depois. - forcei um sorriso

- Arg, Droga. - Disse passando a mão pelo cabelo. - Desculpa princesa, isso não é culpa sua, não quis dizer nada disso, eu sinto muito mesmo.

- Está tudo bem, Fe, só me explica o que foi isso, o porquê disso.

- Não foi nada. - disse abaixando a cabeça.

- Então tudo bem. Quando estiver pronto, você desce - beijei sua bochecha e sorri, mesmo muito brava e sem entender nada.

Decidi assistir um filme, então fui até a nossa sala de cinema. Entrei, fechei a porta e me deitei na primeira fileira de sofás. Haviam quatro fileiras posicionadas exatamente como em uma sala de cinema. Os sofás eram cor marrom claro, com almofadas grandes e macias.

Coloquei um filme de romance do qual eu não me recordo seu nome, e fiquei assistindo e chorando a cada cena de amor que aparecia. Quando o filme acabou fiquei pensando nos detalhes da minha vida que eu tinha vivido. Detalhes do qual eu não tivera tempo de pensar, pois com a chegada de Felipe meu sofrimento se escondeu e eu não consegui tirar um tempo para mim e colocá-los para fora e muito menos entender o que era tudo aquilo que estava acontecendo comigo e porque tinha acontecido. Não entendi como consegui perdoar o Lucas depois de me bater tantas vezes, não conseguia entender o porquê dele ter me traído mesmo depois de eu o ajudar tanto.

Acordei com o barulho da porta do cinema se fechando. Havia caído no sono em meio a meus pensamentos e nem tinha percebido. Vi que era Felipe entrando, e então fechei os olhos e fingi estar dormindo. Senti quando cuidadosamente ele pegou minha cabeça, levantou, sentou no sofá e me colocou deitada em seu colo e começou a fazer carinho.