Capítulo 3.

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Quando cheguei em casa confirmei com a Carla a reunião das 17:00 horas e subi para o meu quarto.
Decidi tomar um banho e colocar uma roupa leve para ficar confortável e poder pensar para tirar as melhores conclusões que eu pudesse. Quando entrei na água quentinha do chuveiro minhas lágrimas escorriam pelo rosto mas eu não conseguia formular uma ideia concreta que fosse, nem sobre meus pais, nem sobre o Lucas, eu só conseguia chorar.
Depois de me acalmar, saí do banho coloquei uma roupinha leve e deitei em minha cama com o meu mini caderno nas mãos e tentei de todas as formas, ângulos e posições ficar confortável para poder escrever, mas não consegui.
Fui então até a sacada do meu quarto, olhei para o mar e para o céu, e vi que o dia estava deslumbrante. Sentei na mesinha que tinha ali e fiz uma lista com os meus problemas para poder tentar achar soluções para eles.

PROBLEMAS:

Lucas: Não sei mais o que sinto por ele. Não sei se me acostumei com sua presença ou se ainda o amo. Quando ele segurou em meu braço com força ou me enforcou, ou até mesmo quando me jogou contra a parede não senti vontade de chorar como sempre fiz, senti nojo e raiva, não queria mais ser tocada por ele e nem estar em sua presença. Eu não pretendo apanhar mais por muito tempo.
Meu pai adora o Lucas.

Meus Pais: Um mês que não recebo uma ligação deles. Um mês sem saber se estão vivos. Isso sempre acontece.

Administração da casa: Ver se o quarto dos empregados estão em perfeitas condições. Ver se estão precisando de alguma coisa. Agradecer. Ver horário, folga e acertar Salário.

De repente sinto um puxão em meu cabelo e antes mesmo que eu pudesse gritar de dor, Lucas tampa a minha boca e me manda ficar quieta.

- O que você pensa que fez?

- Não entendi.

- Quem te autorizou sair da escola daquele jeito?

- Eu não estava passando bem e vim embora, algum problema?

- Nunca mais tome uma decisão sem pedir a minha opinião, escutou?

- Senão o que?

- Senão eu vou fazer muito pior do que ontem. Eu vou arrebentar você Sophia. E eu não quero mesmo fazer isso.

- Você já fez.

Antes que eu pudesse pensar no que tinha dito, levei um soco no rosto e caí em minha cama com o Lucas por cima de mim tentando me beijar. Eu estava apavorada, pois não queria que ele encostasse em mim, mas estava com muito medo de fazer alguma coisa. 

- Eu te amo, Sophia.

Eu não respondi e tentei ser forte. Não me mexi um centímetro enquanto Lucas passava a mão em meu corpo, tirava minha roupa e tentava me beijar, apenas fiquei paralisada sentindo meu rosto arder e meu desespero gritar em silêncio por socorro, mas de repente uma lágrima escorreu em meu rosto dando espaço para muitas outras caírem juntas e quando vi estava soluçando de tanto chorar. 
Parei de sentir as mãos do Lucas em mim e vi que seu corpo não estava mais em cima do meu e quando procurei por ele, Lucas estava debruçado na cama chorando feito uma criança arrependida.

- Me perdoa.  - Disse ele depois de se acalmar. - Eu não sei o que deu em mim, eu estou ficando maluco, eu nunca faria isso com você, Sophia, me perdoa.

- Eu não tenho certeza disso. Você só pode estar doente, Lucas, não acho que isso vá dar certo.

- Isso o que? - Senti sua voz trêmula.

- Nós! Não acho que nós vamos mais dar certo. - Falei firme.

- Sophia, eu te amo. Eu nunca amei alguém assim como eu te amo.  Eu sempre tentei ser um bom namorado pra você, embora tenha te batido algumas vezes...

- Algumas? Você acabou de me dar um soco, sem pensar no puxão de cabelo que me deu. Hoje ainda você apertou meu maxilar, me jogou contra a parede e sabe se lá Deus o que você teria feito se o José não tivesse batido na porta. 

- Sophia, eu amo você. Me dá uma chance, por favor. Eu prometo que nunca mais faço isso, nunca mais encosto em você quando estiver nervoso. Eu juro. - Disse se ajoelhando aos meus pés.

- Levanta agora, Lucas. Não adianta se ajoelhar e não sou Deus pra você se ajoelhar aos meus pés pedindo perdão. 

- Me fala o que você quer que eu faça para que você acredite que eu nunca mais farei isso com você. Qualquer coisa.

- Preciso ficar sozinha. Vai embora, por favor. Eu to com nojo de você, essa é a verdade, não estou conseguindo mais olhar pra você, nem sei se essa dor que estou sentindo é amor, acho que é desespero, desespero do seu olhar, do seu toque, até do seu respirar.

- Mas você não gosta de ficar sozinha, eu fico aqui com você. Eu fico quieto, sem fazer barulho ou falar com você, ou se quiser depois que você se acalmar, podemos conversar e você me perdoar.

- Você não escutou que estou com nojo da sua presença? E desde quando você se importa com isso? Quantas vezes você me deixou sozinha aqui desde sexta-feira a noite, depois que os empregados tinham ido embora até segunda-feira, não ligava nem pra ver se eu estava bem. Vai embora, por favor, vai embora.

- Tem certeza disso? Eu posso ficar se quiser.

- Certeza absoluta.

"PARA SEMPRE PARA SEMPRE"  [ REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora