Assim que Felipe acaba, ele me pede para levantar e me entrega a toalha, e espera até que eu me seque, coloque a toalha enrolada na cabeça para me entregar o roupão. Enquanto estou colocando, Felipe anda até o closet e pega uma lingerie e me dá.
- Vou fazer alguma coisa para você comer. - Me dá um beijo na testa e sai.
Eu não consigo dizer uma palavra, pois vendo todo esse cuidado que Felipe está tendo comigo, sem gritar, sem me xingar ou fazer qualquer coisa do tipo, a culpa e o arrependimento me atingem com força. Ando até o espelho, abro o roupão e vejo as marcas que Lucas havia deixado em meu corpo, mas que estavam quase desaparecendo. Passo a mão por cima dela e sinto como se fosse agora, não aguento e caio no choro. Fecho o roupão e vou até minha cama e me deito e logo em seguida escuto a porta se abrir. Felipe entra no quarto com uma bandeja branca, com suco de laranja, torradas com requeijão e um copo de cappuccino e surpreendentemente um vasinho de flor pequeno que eu havia lhe dado antes que ele fosse para os EUA, lembro como se fosse hoje eu lhe dizendo que aquelas eram minhas flores favoritas e ele era minha pessoa favorita, então era para que ele não se esquecesse de mim.
Felipe coloca a bandeja em minha penteadeira e veio até mim. Eu me sentei e Felipe se sentou ao meu lado.- Você está bem?
- Agora eu estou.
- Porque... - Respirou fundo. - Porque isso?.
- Ausência dos nossos pais, lembranças péssimas do Lucas...
- E eu?
- O que tem você?
- Não se importa comigo?
- Você sabe que eu me importo.
- Na verdade, fiquei com sérias dúvidas ao chegar em casa, pois você não se importou em dispensar todos os empregados, beber muito e cair da escada. Se se importasse pensaria em mim e em como eu me sentiria ao ver você assim.
- Você me pediu pra dispensa-los. Eu beberia com ou sem eles aqui.
- Eu pedi para que a gente tivesse privacidade, Sophia, e não pra que você enchesse a cara.
- Você não entende, Felipe. Eu não quero e não gosto de fazer isso, mas é a única maneira de esquecer esses problemas idiotas. E eu não ia cair, estava tomando cuidado mas quando escutei sua risada fiquei com medo de você sentir o cheiro de álcool em mim e acabei me atrapalhando e caindo.
- E eu Sophia? Eu não sirvo para nada? Você pode conversar comigo, eu vou te ajudar. E sobre o álcool, eu já sentiria de qualquer jeito.
- Mas eu não escolho a hora Fe, é quando as lembranças vem, e acaba acontecendo isso.
- Porque não conversa comigo sobre isso a qualquer hora? Pode ajudar a melhorar isso.
- Porque eu odeio ficar reclamado para que as pessoas pensem que eu sou uma coitadinha abandonada, mas sinto saudades dos nossos pais, e não entendo porque nunca estão aqui. E tem as lembranças do Lucas que me atormentam mais a cada dia e eu não consigo esquecer. Principalmente as vezes que ele me bateu e a traição, não consigo entender o que fiz de errado pra isso ter acontecido. Não que eu me importe com ele agora, mas se eu fiz algo, preciso saber pra não acontecer de novo. Tem a gente, nossa atração, nosso beijo, nosso sexo, e todo esse sentimento que é extremamente errado e me deixa muito confusa sobre o que é, se é, e o que vai ser daqui pra frente, mas ao mesmo tempo é a melhor coisa que já me aconteceu em muito tempo. - Respiro fundo depois de dizer tudo em disparada, e uma lágrima cai em meu rosto.
Felipe não diz uma palavra, só me abraça forte e me dá um beijo na testa. Levanta, vai até a penteadeira, pega a bandeja e leva até mim. Eu começo a comer e ele fica em silêncio me observando. Quando acabo de comer tudo, Felipe levanta, pega a bandeja, e me dá um beijo na testa. " Já volto." Diz ele e sai, mas deixa o vasinho de flor em cima da minha penteadeira.
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"PARA SEMPRE PARA SEMPRE" [ REVISÃO ]
RomansaTodas as regras são infligidas e todos os tabus quebrados por um único motivo: Sophia e Felipe se apaixonam. Perfeito seria se simplesmente fosse uma paixão de adolescentes, e na verdade é, se não contarmos o fato de serem irmãos.