"PARA SEMPRE PARA SEMPRE" [ REVISÃO ]

Capítulo 12.

- Me desculpa princesa, fui um idiota pedindo para que você não fizesse aquele biquinho. Eu tenho um motivo para ter te pedido isso e ter agido como um idiota, mas não acho que você precise saber, não quero estragar tudo e muito menos ter que me afastar de você. - sussurou - a última coisa que eu quero é magoar ou te assustar.

Senti quando ele se levantou com cuidado, foi até a porta e a abriu. Voltou em minha direção, me pegou no colo e foi me levando para algum lugar. Senti o cuidado que ele teve quando subiu as escadas comigo em seus braços. Percebi que estávamos em meu quarto quando Felipe me colocou em minha cama, me cobriu, me deu um beijo na testa e foi saindo do quarto, até que escutei o barulho da porta se fechar.

Assim que ele saiu, eu me levantei e corri até a mini sacada do meu quarto. Fiquei observando o mar e a lua cheia sendo coberta por algumas nuvens vez ou outra enquanto seu brilho refletia suavemente na água azul escuro do mar. Senti o cheiro de maresia que eu sentia todos os dias desde pequena, mas que havia se escondido nos vários problemas da minha vida, e simplesmente parecia aquele cheiro e aquela brisa não existiam, mas que dessa vez, quando tudo aparentava estar mais calmo, o cheiro e a brisa da maré pareciam estar mais puro e sensível.

Coloquei um babydoll curto e preto, subi até a sacada, peguei uma taça de vinho e me sentei junto ao piano e comecei a tocar "Debussy: Clair de Lune", e segui tocando várias outras músicas enquanto bebia e colocava mais bebida em meu copo. Senti meu corpo fraco e minha vista embaçada, e percebi que as notas não saiam com facilidade e nem com a beleza que deveriam sair. Me levantei do piano e peguei um copo de Uísque e virei, e depois peguei mais um e levei o copo e a garrafa comigo até o sofá. Me sentei, virei a bebida de uma vez, olhei para o mar e vi que estava lindo, com o reflexo da lua, tomei mais um copo e me deitei, e acabei derrubando o copo comigo quando virei meu corpo no sofá para tentar me acomodar e caí, o que fez com que eu me cortasse no rosto, barriga e braço. Não sabia o quanto tinha bebido, mas estava morrendo de sono e não conseguia levantar meu corpo para me deitar novamente no sofá, estava tudo girando mas ao mesmo tempo uma brisa maravilhosa batia em mim então acabei dormindo alí mesmo.

Escutei vozes me chamando e conversando comigo. As reconheci e era Felipe, Carla, José e um homem, que aparentava ser um médico pelas perguntas que ele estava fazendo repetidamente. Eu não abri os olhos pois sabia que a claridade me deixaria tonta então esperei quieta como se não tivesse ouvindo. Depois de alguns minutos eu já estava um pouco mais lúcida e decidi olhar ao redor e percebi que eu estava em meu quarto. José estava em pé ao lado do médico, Felipe sentado ao meu lado e Carla sentada nos pés da cama.

- O que houve? - Disse sonolenta.

- Você bebeu demais, isso foi o que houve. Aonde estava com a cabeça, está ficando louca? - gritou

- Sai fora, você não manda em mim, Felipe, entenda isso e para de gritar comigo. - Gritei de volta mas quase sem forças.

- Você não passa de uma irresponsável, você poderia ter morrido. Era isso que você queria? Ter morrido? Sua idiota.  - Gritou

- Vai a merda, idiota é você. Você não é o meu pai e nem a minha mãe, nem eles se importam, porque você está se intrometendo na minha vida? Se você acha que sou tão ruim assim pode ir embora, não vai fazer diferença, eu já me acostumei. Vai formar a sua família, não é isso que você quer? Que se foda, pode ir embora agora se quiser. - Tentei me levantar da cama e teria caído se não fosse por Felipe me segurar rápido.

- Felipe, você brigar com ela não vai adiantar. Tenha paciência, por favor. Pode vir aqui um minuto? - Carla olhou para ele com um olhar calmo fazendo com que ele a acompanhasse.

Os dois seguiram para o fundo do quarto e vi quando Carla começou a dizer algo baixo para o Felipe, mas eu escutei cada palavra que foi dita. Com dificuldade pois o médico começou a conversar com o José, mas dava pra escutar.