Capítulo 32.

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- Quero que você pare de gastar água.

- An? - Disse sem acreditar no que tinha ouvido.

- Fiquei mais de uma hora com a Sophia e você ainda estava embaixo d'água quando voltei. - começou a rir baixo.

- Você é dono de dois morros, um dos maiores traficantes do Rio, já matou pessoas e está querendo economizar água? Me poupe, Jean. - Disse sério.

- Qual é, Felipe?

- É isso aí mesmo, não vem tentar me julgar só porque está estressado com tudo isso que está acontecendo com a Sophia, porque você é bem pior que eu, porra.

- Você tá louco, só pode.

- Eu sou seu amigo, e estou desesperado, você deveria estar do meu lado, caralho.

- Eu estava brincando cara, se acalma.

- Estou falando sério e não to pra brincadeira, então não enche o caralho do meu saco.

- Cara, vou embora antes que eu te meta uma bala nessa tua cara.

- Faz o que achar melhor.

- Você tem muita sorte, Felipe. Muita sorte de ser meu amigo, porque eu nunca deixaria uma pessoa falar assim comigo. - disse abrindo a porta.

- Só mais uma coisa, Jean. como ela está?

- Você só pode estar brincando.

- Olha pra mim e vê se eu tô com cara de quem está brincando.

- Porque não descobre sozinho como ela está?

- Fala logo porra - gritei. - Eu não to pra gracinhas.

-Ela está péssima. Sua tática não está dando certo ô sabe tudo. Vê se dá um jeito nisso, porque ela ainda está sofrendo e você está causando tudo isso. - Saiu e bateu a porta do quarto.

Quando Jean foi embora me joguei na cama e fiquei deitado lá durante horas. Estava com raiva de mim mesmo por ter sido tão grosso com o meu melhor amigo atoa, mas ao mesmo tempo muito perdido e sem noção nenhuma de qual decisão tomar.
Eu pensava em Sophia e meu peito doía, seu sorriso tomava conta de mim e chegava a me cegar. Não sabia exatamente o que eu sentia por ela, mas sabia que não iria fazê-la sofrer. Eu precisava saber com qual pecado eu iria morrer. Queria esquecê-la, mas ela estava sofrendo. Queria agarrá-la, mas ela poderia sofrer no futuro, e minha mente fica cada vez mais confusa.
Me lembro do beijo que nós tivemos e sinto seus lábios nos meus outra vez, seu gosto, seu toque, seu cheiro, tudo o que havia nela me fazia incrivelmente feliz. Me perdi novamente em meus pensamentos e quando percebo estou socando a parede do meu quarto. Não faço idéia de quantos socos eu dei, mas vejo que minha mão está sangrando, machucada e inchada.
De repente escuto a porta se abrir. Era Sophia, e estava incrivelmente linda, com um short de malha branco e uma blusa de malha branca, o cabelo todo para trás dos ombros, a pele tão branca que reluzia, e seus olhos grandes de avelã que estavam me olhando assustados e tristes.

- Fe? - Saiu quase que em um sussuro.

- Sophia? - Digo assustado ao vê-la. 

Eu não queria que a Sophia me visse daquele jeito. Eu era a força dela, então se eu desabasse tinha medo que ela piorasse. Ela já não tinha nossos pais para lhe dar apoio e carinho, então eu precisava fazer isso por ela da melhor maneira possível.

- Você está bem? O que houve?

- Eu não fui feito pra ficar sem você, Sophia. Vou em sua direção e tento beijá-la mas ela me impede.

- Não, Felipe. Não vai me beijar pra depois se sentir culpado e me deixar de lado. Quer mesmo me fazer sofrer mais do que já estou?

"PARA SEMPRE PARA SEMPRE"  [ REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora