"PARA SEMPRE PARA SEMPRE" [ REVISÃO ]

Capítulo 45.

Quando acordei eu estava deitada em uma cama, mas que não era a minha. Minha vista doeu quando abri os olhos, porque havia uma vastidão branca em minha frente. Quando eu finalmente percebi, Felipe estava encostado no vidro que dava visão para fora do Hospital e quando me ouviu mexer, quase chorou de alegria. Correu até mim e me encheu de beijos por todo o rosto.

- Calma, Fe, eu estou bem. - Sorri.

- Agora você está.

- O que houve?

- Você estava voltando para casa sozinha e três meninas te derrubaram e te bateram muito e você desmaiou.  - Respirou fundo. - Você poderia ter morrido. Mas aí a Bruna veio correndo, e deu uma surra nas três, nas três juntas e logo o Jean chegou...

- E o que ele fez, colocou elas para fora do morro? E agora, aonde elas vão morar?

- De certa forma, sim. - Respirou fundo.

- Eu não sabia que havia começado a mentir para mim.

- Jamais... Só acho que pode ser depois.

- Agora, Felipe. Por favor.

- Para de se preocupar tanto com as pessoas, Sophia. Elas poderiam ter te matado.

- Agora, Felipe. - Gritei. - Por favor. - Abaixei o tom e Sussurrei.

- Ele matou a menina... As três. Mas tenta entender, elas iam matar você.

- Porque ? Ele não precisava fazer isso. - Chorei - Porque elas fariam isso comigo?

- Eu não sei... Até hoje ninguém soube.

Meu coração começou a acelerar e um aparelho começou a tocar muito alto. Felipe colocou as mãos na cabeça e começou a chorar. Três enfermeiras vieram correndo e tiraram Felipe da sala. Eu olhava Felipe saindo e comecei a me desesperar mas não conseguia gritar, eu estava quase petrificada, a única coisa que se movia em mim era as lágrimas que escorriam no meu rosto e de repente não vi mais nada.

Quando acordei novamente, Felipe estava sentado em uma cadeira ao lado da minha cama. Estava em um sono profundo, parecia que não dormia a dias. Fiquei olhando para ele, e percebi que estava morrendo de saudade.
Comecei a tirar os montes de fios que estavam em mim e sem querer esbarrei em um botão que havia na parede atrás da minha cama e em menos de um minuto uma enfermeira entrou correndo na sala e mais duas entraram logo em seguida, isso fez Felipe acordar assustado e quando me viu acordada seu sorriso estampou em seu rosto como o de uma criança. Um sorriso puro e sincero.

- Sophia. - Sussurrou.

- Felipe. - Sorri e Sussurrei de volta.

Vi a enfermeira pedir para tirar o Felipe da sala, mas dessa vez me senti forte o suficiente para impedir.

- Não! - Gritei. - Eu tô bem, deixa ela ficar, por favor.

Felipe voltou correndo e me beijou.

- Que saudade de ver seu sorriso.

- Que saudade meu amor. - O beijei novamente.

Depois que as enfermeiras verificaram meu estado, chamou Felipe no corredor fora do quarto para falar alguma coisa. Mas logo em seguida Felipe entrou e sentou ao meu lado na cama.

- Nem consigo dizer como e o quanto eu estava com saudades de você.

- O que houve, Fe?

- Porque não descansa, meu amor ? Amanhã é um longo dia, a Bruna e o Jean vem te visitar.

- Vai embora daqui agora, Felipe. - Disse séria, mas morrendo por dentro.

- Porque ?

- Felipe, você melhor do que ninguém sabe que eu odeio que me escondam as coisas, principalmente as coisas que são ligadas a mim.

- Mas eu não posso, a enfermeira...

- Dane-se o que ela disse. Você é o último que deveria esconder as coisas de mim. - Escorre uma lágrima. - Se não vai me dizer o que está havendo comigo, vai embora, por favor.