Capítulo 29.

2.1K 134 7
                                    

Eu não respondi, apenas sai do quarto. Assim que fechei a porta comecei a chorar e então saí correndo até a cozinha. Peguei um pote de sorvete de creme e uma champanhe na geladeira, coloquei no pote e misturei com o sorvete. Fui até a varanda e me deitei na rede que dava de frente para a piscina, coloquei uma música no meu celular e comi o sorvete até o pote acabar enquanto olhava a chuva cair, e os relâmpagos atravessarem o céu.
Vi a hora passar, a chuva parar e o céu começar a abrir. Eu estava totalmente sem sono, então resolvi me levantar e dar um mergulho, já que estava bem calor. Acendi a luz da piscina e joguei a boia de deitar lá dentro e mergulhei. Fiquei nadando de um lado para o outro ouvindo a música suave do meu celular que deixei tocando na beira da piscina. Assim que me cansei, deitei na boia e fiquei olhando as estrelas que começaram a sair e acabei dormindo ali mesmo.
Quando acordei a chuva tinha voltado, mas não entendi que tinha dormido na piscina, achei que estava sonhando e virei na boia pensando que estava na minha cama, e cai. Para o meu azar nossa piscina tinha 4 metros de fundura e eu não conseguia por o pé no chão e comecei a me afogar, mas para minha sorte, nossa piscina tinha quatro botões de socorro que avisava em todos os cômodos da casa que algo perto da piscina tinha acontecido, e eu, sem saber como, consegui alcançar um deles, e depois de alguns minutos ouvi o Felipe mergulhando na piscina e me puxando para fora dela.

- Calma, Fe. Eu já tô bem. - Disse quando ele me colocou deitada no sofá da sala.

- Pelo amor de Deus, Sophia. Me diz que não bebeu.

- Não, eu não estou bêbada. Eu coloquei champanhe no sorvete, mas foi pouco. Eu dormi, foi só isso.

- E se você não tivesse conseguido apertar aquele botão? E se eu não tivesse conseguido chegar a tempo? E se eu não estivesse aqui?

- Chega, vou para o meu quarto, até amanhã.

- Você não vai não, estou falando com você, ou você ficou surda agora ?

- Me deixa em paz, Felipe. Você não é meu dono, é só meu irmão. - Disse subindo a escada correndo e indo em direção ao meu quarto.

- Eu não acredito que tenho que ouvir isso. Eu não quero mandar em você, só não quero que morra, mas do jeito que está indo, isso não está difícil de acontecer.

- Cala boca. - Disse entrando no quarto e tentando fechar a porta em sua cara, mas Felipe segurou a porta com força e entrou.

- Sophia, você parece uma bomba relógio que está prestes a explodir e isso está me assustando.

- Por favor, Felipe. Cala a boca. - Gritei e comecei a chorar muito alto. - Eu tô com medo, eu me assustei, acha que eu quero morrer?

- Eu não sei, Sophia. Estou tentando ser paciente, mas suas atitudes não me dão segurança. Desculpa, desculpa por tudo que falei, mas eu também fiquei desesperado. Achei que poderia estar... Na verdade nem sei o que eu pensei na hora.

Sem conseguir dar uma resposta para ele, corri para o banheiro e vomitei muita água. Minha cabeça começou a latejar e meu choro só aumentava.

- Se acalma. Vou dar um banho em você e arrumar algo leve pra você comer. - Disse segurando meu cabelo enquanto eu vomitava.

- Não consigo comer, meu estômago está doendo muito. Liga na farmácia, pede um remédio de dor, por favor, ou liga pra Carla e pergunta aonde está.

Tirei minha roupa e fui tomar um banho quente enquanto Felipe foi achar um remédio. Sai do banho, coloquei uma lingerie e me deitei com um cobertor e antes mesmo que o Felipe chegasse com o remédio, eu já tinha dormido.

Quando acordei olhei em cima da minha penteadeira e vi que havia uma bandeja de café da manhã com: Suco de laranja, torradas com requeijão, ovos mexidos, um cappuccino e um remédio de dor e ao lado da bandeja havia um cartão escrito à mão.

" Me perdoe pelo que fiz, você é muito importante para mim, não quero que se esqueça disso, mas seu bem estar é mais importante e eu não quero que sofra depois. "
                                                            F.M.

Depois de tomar o café, coloquei um short Jeans, uma blusa branca com a manga larga, e um salto roxo. Peguei o carro e fui ao shopping, que era no fundo do condomínio, por isso eu poderia ir tranquilamente.
Quando cheguei fui andando por várias lojas mas não achava nada que realmente me interessasse, até que encontrei uma loja que vendia tudo de maquiagem, e assim que entrei me encantei. Comprei várias maquiagens, pincéis, bases, tudo que eu tinha direito. Passei por mais lojas e fiquei animada em fazer compras, então comprei roupas, vestidos, saltos, e quando já não mais conseguia levar nenhuma bolsa, fui até o estacionamento do carro, guardei todas as bolsas no banco de trás, e voltei para casa. Assim que cheguei, peguei todas as bolsas e entrei em casa, e vi Felipe e Jean jogando video game na sala.

- Oi meninos.

- Assaltou o shopping? Porque não me chamou para te ajudar? - Jean falou todo bobo.

- Gosto de assaltar sozinha. - Sorri

- Mas isso é coisa pra caramba.

- Era isso ou beber. - Dei de ombros.

Olhei para Felipe que me olhava, e quando viu que eu olhei de volta, me deu um sorriso - e que sorriso, tive vontade de chorar, mas me segurei.

- Quer ajuda? - gritou Jean

- Não, obrigada. - Disse sem parar de andar.

Chegando em meu quarto, joguei todas as bolsas no chão e fui até o quarto de Felipe. Me deitei em sua cama e senti seu cheiro, e no mesmo instante me deu vontade de chorar. - E eu já sabia que isso aconteceria - Saí do seu quarto, e fui até o meu, coloquei um short e uma blusa de alcinha de malha e corri até a academia, tranquei a porta e comecei a minha luta. Descontei o máximo que pude no meu treino. Quando não aguentava mais lutar, e já tinha me acalmado do choro, tomei uma ducha de água fria na piscina e mergulhei. Fiquei nadando sozinha, tentando treinar o meu nado enquanto eu relaxava, até que escuto Jean chamando.

- Tem espaço pra mais um, Sophia?

-  Para você não. - Sorri.

- Não enche. - Disse tirando a camiseta e mergulhando. - Felipe, entra aqui vai.

Antes de Felipe responder, nadei até a beira da piscina e saí.

- Bom nado, pessoal.

-  Qual é, Sophia, saiu porque?

- Deixa ela, Mano. - Felipe disse baixo para Jean.

Assim que entrei em casa, corri em meu quarto, tomei um banho bem demorado, troquei de roupa e deitei em minha cama para assistir algum filme, até que alguém bateu na porta.

- Oi?- Disse abrindo a porta.

- Posso falar com você, Sophia?

- Desde quando você pede? Fala aí.

- Você e o Felipe, o que está pegando?

"PARA SEMPRE PARA SEMPRE"  [ REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora