Capítulo 31.

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- Eu tenho tentado me afastar dela porque não quero fazê-la sofrer. O dia que ela bebeu, e que você me ajudou a dar um banho nela, ela me disse que perdeu a consciência e que lembrou dos nossos pais e da falta que eles fazem, do Lucas, e de tudo isso que estamos vivendo e que ela acha errado. Ela disse que eu a faço feliz, mas ela está sofrendo e é a única coisa que eu não quero. Então me afastei.

- Ela pediu para se afastar?

- Tem coisas que as pessoas não precisam pedir, nós simplesmente fazemos.

- Ela demonstrou algum indício de que era para você se afastar?

- Ao contrário, ela sempre procurava ficar perto.

- Então caralho.

- Não queria fazê-la sofrer.

- Parece que não está dando certo.

- Acha que fiz errado?

- Acho muito. A menos que você não queira mais ficar com ela, que não é o caso.

- Não sei o que fazer cara.

- Fala com ela, pede desculpas e explica tudo.

- Mas e se ela sofrer mais tarde? Ela só tem a mim, cara, você sabe a situação nossa com nossos pais. Sou eu por ela e ela por mim.

- É um risco, mas acho que ela não vai se importar de correr, mas você tem que se decidir, ou você se desculpa com ela e explica tudo, ou você se afasta de vez. Vai embora e deixa tudo como estava, ou fica e enfrenta isso.

- Adoraria saber como ela está agora.

- Como você vai fazer para saber isso eu não sei, mas eu vou lá falar com ela. Acho que ela está precisando de alguém pra conversar. 

Tive vontade de sair correndo, de bater em alguma coisa, de extravasar meus sentimentos. Sentimentos dos quais nunca havia sentindo, então estava completamente perdido e desesperado.

Depois que Jean subiu para falar com a Sophia, fui até a sacada, peguei um copo de Whisky e virei toda a bebida de uma só vez. Andei até o parapeito da sacada e fiquei olhando a imensidão do mar que se juntava ao horizonte. Me lembrei da noite em que eu havia encontrado a Sophia caída toda sangrando, me lembrei de quando ela veio me mostrando a casa toda diferente e sorrindo, lembrei do seus olhos avelã olhando para mim e daqueles cílios imensos que marcavam seu olhar. Lembrei de suas curvas e o jeito de como ela tocava em mim, em como suas mãos hiper macias escorregavam pelo meu corpo. Corri até meu quarto, entrei em baixo do chuveiro, e fiquei pensando no que eu estava sentindo, no que eu estava fazendo e não sabia de nada, não chegava a conclusão alguma. Cada vez mais eu só pensava nela e estava quase ficando maluco. Mas isso não importava, porque ela estava sofrendo e nada do que eu fizesse iria melhorar aquilo, e isso acabava comigo. Já não via mais seu sorriso e o seu perfume era somente o que ela tinha deixado em minha cama na noite da qual vi o seu ciúmes pela primeira vez. Seu toque, sua voz e sua risada estavam distantes. Perdi a noção do tempo embaixo do chuveiro, e só voltei a "vida real" quando escuto Jean socando a porta do banheiro do meu quarto.

- Felipe, Porra - Gritou. - Sai logo daí cara.

- Não enche, caralho. - Gritei de volta com raiva.

- Se tu não sair em cinco minutos vou estourar essa porra dessa porta, e você sabe que eu não me importo em fazer isso. - Gritou socando a porta.

Não respondi, apenas desliguei o chuveiro e me sequei, coloquei minha cueca box preta e saí. Assim que abri a porta, vi Jean deitado em minha cama mexendo no celular e sorrindo.

- O que é que tu quer mano? - Digo totalmente grosso. - Mas que caralho que você não para de gritar.

"PARA SEMPRE PARA SEMPRE"  [ REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora