Capítulo 17.

2.7K 193 6
                                    

Subimos a escada brincando um com o outro, e apostamos corrida até o meu quarto. Felipe roubou e ganhou, mas mesmo assim foi um fofo. Deitamos um de frente para o outro e ele ficou fazendo carinho em mim.

- O que foi aquilo com os empregados?

- Aquilo o que, a despedida?

- Sim, eu não esperava.

- Eu achei legal agradecer por cuidarem de tudo, além de pagarmos. Faço isso há muito tempo, já estão até acostumados. Eu geralmente não tenho muitas pessoas comigo, então as poucas que eu tenho faço tudo que posso para gostarem de mim.

- É impossível não gostar, você é perfeita, e me surpreende a cada dia que passa.- Sorriu

- Falando em surpreender, obrigada por tudo hoje, fazia tempo que eu não me sentia assim tão feliz, estar naquele parque com você hoje foi muito importante pra mim. Não me divertia assim desde a sua partida. - Disse em um sussurro olhando em seus olhos.

- Sou seu irmão mais velho, meu papel é te fazer feliz.- Sorriu e disse em um sussurro pouco mais baixo que o meu. - E eu também, você não faz ideia da falta que você me fez. Eu parti, mas meu coração ficou aqui com você. Não me divertia assim desde que eu te deixei aqui e fui embora, e aí percebi que foi a maior burrice que eu já tinha feito na minha vida, mas eu também tinha tido aquela briga com o nosso pai e ele quase te bateu por me defender, e eu não queria que aquilo acontecesse de novo, eu sabia o quão importante ele era pra você, não queria destruir aquilo, não queria que você me visse como um monstro, então decidi que ia embora, mas eu juro, Sophia, que cada dia que se passava que eu estava lá, longe de você, eu senti a sua falta, mas tentei ser o melhor que eu pude todos os dias, mesmo conversando apenas por Skype.

Sinto o polegar de Felipe escorregar pela minha bochecha, seus olhos grudados nos meus e sua respiração, que fica mais pesada a cada segundo. Não sei o que acontece mas não tenho forças para sair dalí. Sei que ele é meu irmão e que é muito errado, mas eu não consigo, e me parece que ele também não.

Nossos rostos foram se aproximando, e meu desejo só aumentava. Tinha vontade de pular em cima dele e beijá-lo, mas eu não podia. Os olhos dele não se desgrudavam dos meus e cada segundo que se passava era uma tortura para mim, com aqueles lábios maravilhosos bem em minha frente. Imaginei como seria a sensação de beijá-lo, de ter aqueles lábios tão perfeitos junto aos meus e quando eu menos esperava, Felipe estava tão perto que se eu me mexesse um centímetro nossas bocas se encontrariam. Ele sorri e eu me arrepio inteira. Nunca tinha percebido que seu sorriso era tão lindo, pelo menos não daquela maneira.
Ele de repente se move de vagar e me da um beijo em meu nariz.

- Me desculpa, Princesa.

- Pelo que? - Me fingi de desentendida mesmo estando morrendo por dentro.

- Para de fingir, Sophia. Nós dois sabemos o que está acontecendo aqui, então por favor, não torne mais difícil.

- Como quiser, Felipe. Boa noite - forçei um sorriso.

- Para de drama, Sophia.

- Isso não é drama. Acontece que eu não sei do que está falando e você quer descontar em mim. Meu dia foi bom de mais para acabar assim, boa noite. - Dei um beijo em sua bochecha e me segurei ao máximo para não chorar.

Felipe saiu do meu quarto, e bateu a porta. Sabia que era errado fingir que não tinha entendido o que estava acontecendo, mas seria muito pior para nós dois se isso atrapalhasse nossa relação como irmãos.

Me levantei da cama e fui até a sacada do meu quarto. Olhei para o mar e para o céu. A maré estava alta, e as ondas se quebravam com tanta força que o ar pesado e salgado estava mais forte do que nas outras madrugadas, que sempre ficavam com uma briza leve e gelada. 
Escuto um barulho na porta do meu quarto e penso ser Felipe vindo para pedir desculpas, e então saio da sacada quase que correndo para ir ao seu encontro, mas quando vejo quem está alí, parado e sorrindo, meu corpo trava e minha pressão parece cair, pois uma onda fria me atinge e simplesmente não sei o que fazer.

- O que está fazendo aqui? - As palavras pularam da minha boca.

- Eu disse que você ia me pagar, Sophia. Você deveria ter pensado 10 vezes antes de sair da boate daquele jeito.

"PARA SEMPRE PARA SEMPRE"  [ REVISÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora