Capítulo 23

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Débora narrando ⭐

Na última semana, passei fugindo do Arthur e da Luara. A casa deles estava quase finalizada, mas eu não precisei encara-los. Depois de tudo que a Joana me disse, resolvi contar a verdade. Eu ia abrir o jogo e iria ser o que Deus quisesse. Mas, eu precisava de coragem, e era algo que não tinha naquele momento.

Várias vezes eu peguei o celular, disposta a ligar para Luara e marcar um encontro, para conversarmos, para eu contar toda a verdade, mas eu sempre pensava duas vezes e no final eu nem se quer deixava a ligação completar. Eu sei que estava agindo feito uma covarde, mas nem sempre ser sincero é fácil, o que eu tenho para falar pode mudar vidas, pode não, iria mudar. Principalmente, a da Mel, ela finalmente iria ter o pai dela.
Tentei falar com o Igor de diversas maneiras, mas ele ignorou todas. Eu já havia esgotado minha paciência, não iria correr mais atrás, ás vezes é até melhor assim, a vida me dando um aviso talvez. Não corro nem atrás de ônibus, vou correr atrás de homem? Não mesmo.
Meu telefone tocou, era Joana avisando que tinha alguém lá fora querendo me ver. Joana e a mania feia dela, de nunca me dizer quem era. Coloquei o telefone no gancho novamente, e fiquei olhando para porta, e para minha surpresa era o Igor.

— Você? Eu estava começando achar que você tivesse sido abduzido. — disse ironicamente.

— Débora, precisamos conversar. — soltou um suspiro.

— Eu tentei fazer isso a semana toda, mas você me ignorou todos os dias. Agora me deixa aqui quieta, com o resto do meu orgulho. — forcei um sorriso, e voltei minha atenção para o computador.

— Amor, eu estava bravo. Você nunca havia agido daquele jeito.

— Nunca agi de que jeito? Nunca fui eu mesma com você? Olha Igor...
Antes que eu terminasse de falar, a porta se abriu com certa força, e Arthur adentrou o escritório. Eu e o Igor encaramos ele sem entender o que estava acontecendo.

— Eu preciso falar com você. — disse sério me encarando.

— Olha, se você não percebeu estávamos conversando. — Igor disse virando-se para ele.

— Eu vi. E pelo que continuo vendo a conversa acabou. — Arthur estava com raiva, muita raiva. Ele desviou os olhos do Igor, e voltou me encarar. — Eu preciso falar com você. — repetiu.

— Igor depois conversamos, está tudo bem. — tentei parecer calma, não queria que ele percebesse que eu estava uma pilha de nervos por dentro.

— Débora...

— Por favor, Igor. Aqui é meu trabalho, mas tarde te ligo. — disse firme, ficando em pé.

Ele assentiu um pouco desconfiado, ele me encarou, depois olhou o Arthur da cabeça aos pés e saiu da minha sala. Assim que ele saiu, Arthur foi até a porta e fechou a mesma. Que merda estava acontecendo?

— Eu juro que não entendia o que estava acontecendo comigo. Era bizarro, eu te conheci em um dia, e desde então eu não parava de pensar em você... — ele começou á dizer, andando de um lado para o outro. Ele estava visivelmente nervoso. — Eu achei que estava ficando louco. Eu só havia me sentindo dessa forma uma vez na vida, e agora estava acontecendo tudo de novo. Mas, não está acontecendo nada de novo, é o mesmo sentimento... — me encarou sério. Droga! Ele sabia. Ele se lembrou. Ai meu Deus! Ele deu alguns passou em minha direção, parando próximo de mim. Seus olhos fixos nos meus. — Porque é a mesma garota.

— Arthur eu...

— Não Débora, você se lembrou de mim desde o momento que a gente se encontrou aqui mesmo. Não foi? Por isso você agiu daquele jeito?

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