Capítulo 20

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Arthur narrando ⚡

O final de semana chegou, Luara cismou que queria ir para o festival de sertanejo, e acabou arrastando geral. Incluindo a Débora, só que dessa vez ela estaria acompanhada do namorado. Sinceramente, não sei se estava preparado para vê-la agarrada com um cara, eu sei que essa porra é louca. Eu deveria ter ciúmes da minha namorada, e não da Débora, mas essas coisas a gente não controla.
Ultimamente os assuntos da casa, eu deixei por conta da Luara. Sim! Admito eu estava evitando a Débora. Mas que culpa eu tenho que quando estou perto dela, eu paro de pensar? Da última vez eu quase a beijei, tipo que merda eu estava achando que ia fazer?

— Você precisa dar um tempo Oli. A Luara não tem culpa se você resolveu implicar com ela, eu estou com ela porque eu gosto dela. Só quero que você respeite isso. — repreendo-a. As duas passaram o dia inteiro brigando, e eu já estava perdendo a paciência.

— Gosta dela? — ela deu uma risada irônica. — Você já explicou para ela sua tatuagem? — ela cruzou os braços e ficou me encarando como se estivesse me desafiando.

Senti a raiva tomar conta de mim. Lógico que eu não iria bater nela e nem nada parecido, por isso virei às costas e a deixei na sala sozinha.

— Estou esperando no carro. — disse assim que passei pela porta e bati a mesma. Pude a ouvir rindo.

Assim que saí, avistei Diogo encostado no carro fumando. Aproximei, e antes que eu pudesse falar qualquer coisa, ele apagou e jogou fora.

— Foi mal! — disse, pegando um chiclete e colocou na boca.

— Tranquilo.

— Qual foi? Pensando na morena gostosa ainda? — perguntou zombando.

— Vai se fuder.

— Isso ainda vai dar uma merda do caralho, e com certeza estarei aqui para assistir da primeira fileira. — disse mascando o chiclete.

Queria poder dar um soco na cara dele, mas ele ia revidar e os anos de muay thai que ele fez, ia pesar um pouco. Não estava afim de ficar com a cara quebrada.

— Vamos! — Luara apareceu finalmente do lado de fora.

Olívia veio logo atrás e entrou no carro, Diogo ficou ao lado dela. Graças á Deus e ao Diogo consegui meu carro de volta rapidamente, agora o lance era não vacilar. Luara sentou no banco do carona e colocou o cinto. Notei que ela estava bonita, ela nunca foi de usar muita maquiagem, mas também ela não precisava disso. Luara me olhou e sorriu. Ela estava esperando você elogiar ela, babaca!

— Está linda loirinha! — disse e ela me olhou com um sorriso amplo.

— Obrigado. Você está um gato! — ela se inclinou um pouco e selou meus lábios.

— Acho que vou vomitar. — Oli reclamou, e eu mostrei dedo do meio para ela.

Quando chegamos, foi um inferno para achar um local para estacionar. Luara avisou que a Débora já estava na entrada, e que estava nos esperando. Entrelacei meus dedos com os da Luara, e caminhamos até avistar a Joana, o Felipe, irmão de Débora. Então eu a vi. Puta que pariu... Puta que pariu. Puta que pariu. Já disse puta que pariu?
Ela estava com uma saia estampada um pouco curta, que me dava toda a visão das suas pernas... E que pernas! Sua blusa branca era um pouco decotada. Deus que me perdoe! Mas eu olhei para os peitos dela, olhei mesmo. Senti alguém esbarrar no meu ombro, saí do meu transe e olhei para o Diogo, ele me olhou de um jeito “se controla”. Quando olhei discretamente para Débora novamente, enquanto elas conversam animadamente, havia uma mão masculina em sua cintura. Olhei para o cara, e ele estava alheio ao fato que eu estava secando a namorada dele. Na realidade, acho que todo mundo estava. Graças à Deus!

— Arthur!
Olhei para o dono da voz, era o Felipe.

— Fala aí cara. — estiquei minha mão cumprimentando o mesmo.

— Vocês se conhecem? — Débora perguntou. Eu já reconhecia a voz dela, isso estava ficando cada vez pior.

— Sim! No dia que levei a Mel na praia, ele estava lá. — Felipe respondeu por mim.

— Ah! — disse sem muita empolgação.

— Luara fez milagre, tirou Débora de casa de novo. — Joana comentou.

— Milagre ela fez, foi convencer o Igor de vim. Ele só escuta música clássica e MPB. — Débora disse rindo.

O som da risada dela me fez sentir algo. Era tão doce. Tão menina. Mas, que porra é essa?

— Me deixa fazer as apresentações. — Luara disse recebendo atenção de todos. — Arthur, esse aqui é o Igor, namorado da Déb. — dei um sorriso amarelo, e cumprimentei o mesmo com um aperto de mão. — E pessoal essa aqui é a Olívia, irmã do Arthur. E aquele ali — apontou para o Diogo que estava mexendo no celular. — é o Diogo, amigo do Arthur, Débora e Joana já conheceram ele.

Ele levantou o rosto, e deu um ”oi” geral. Então decidimos entrar.

Estava muito cheio o local, mesmo no camarote que era onde ficamos. As meninas ficaram dançando animadas, elas conheciam todas as músicas, cantavam juntas e realmente estavam se divertindo. Enquanto isso, fiquei conversando com o Felipe, ele era um cara legal. Igor estava no canto dele, ás vezes Débora parava perto dele e eles trocavam uns beijos e logo depois ela voltava a dançar. Diogo estava babando pela amiga delas, a Joana, que correspondia os olhares dele. Não dei nem uma hora para eles estarem se atracando em algum lugar.

— Sua irmã? — Felipe perguntou segurando uma garrafa de Skol beats.
— O que tem ela?

— É gata. — disse e coçou sua nuca.

— Chega nela, ué!

Eu sempre fui muito protetor com a Olivia, principalmente depois que meu pai morreu. Mas eu não fazia estilo irmão ciumento, era melhor fazer na minha frente do que por trás.

— Ela é marrenta pra caralho! — resmungou.

— Você ainda não viu nada. — gargalhei.

Começou um sertanejo mais lento, e Luara me chamou para dançar. Ela já estava começando a ficar bêbada. Passei a mão na sua cintura, e segurei sua mão. Começamos a dançar, ela ficava rindo enquanto eu segurava sua mão e rodava ela.

— Você é tão gostoso! — disse com a voz arrastada, colocando as mãos em meu peitoral.

— Sou é?! — sorri, e a beijei.

Luara me empurrou até minhas costas baterem na parede, me apoiei na mesma e abri um pouco minhas pernas puxando-a para ficar entre as mesmas. Ela puxava meu cabelo, enquanto desci minha mão para sua bunda, e apertei pressionando seu corpo no meu. Eu sei que não estávamos chamando atenção, porque tinha outros casais na pegação também. Luara começou beijar meu pescoço, então vi a Débora beijando o namorado, fiquei olhando aquela situação.

— Que foi Igor?! — perguntou manhosa.

— Você está passando dos limites. — disse sério.

Ela cruzou os braços e fez um bico enorme. Seus olhos bateram com o meu, e por alguns segundos permanecemos nos encarando, até a Luara voltar a me beijar. Mantive meus olhos abertos por alguns segundos, e vi que ela havia virado de costas. Levei minha mão na nuca da Luara por baixo do seu cabelo, e me concentrei em seu beijo.

— Você é um idiota! Se fosse para agir assim, era melhor nem ter vindo. — ouvi Débora gritar. Luara também ouviu, tanto que ela parou o beijo e encarou os dois.

— Débora, você está bêbada. Você não é assim. — o babaca disse baixo, não o suficiente porque eu ouvi.

— Eu sou assim. Você que é um babaca que acha que me conhece. — gritou e empurrou o peitoral dele.

— Estou indo embora. Quando você estiver sóbria a gente conversa. — disse, e saiu andando.

— Idiota! — gritou.

Luara me olhou, e eu assenti. Eu entendi o que ela queria, ela foi até a Débora e falou algo no ouvido dela, as duas começaram a rir e voltaram a dançar. Olhei ao redor e avistei Joana e Diogo se agarrando, enquanto isso Felipe falava algo no ouvido da Olivia que estava a fazendo revirar os olhos, não de excitação e sim de tédio.

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