Capítulo 27

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Débora narrando ⭐

Depois de uma manhã intensa, fomos comer alguma coisa. Arthur havia acordado mais cedo e ido comprar algumas coisas na mercearia próxima.

— Eu não sei o que você gosta de comer, então comprei um monte de coisa. — falou, enquanto passava requeijão na torrada.

— Obrigada! Mas, eu não sou fresca para comer. — dei de ombros.

— Tenho uma notícia para você. Não sei se você vai encarar como boa ou ruim.

— Que notícia? — perguntei curiosa.

— Você viu que a chuva de ontem foi tensa né?! Então, caiu um pedaço da estrada. Traduzindo, estamos presos aqui até eles conseguirem liberar a passagem. — explicou tranquilamente.

— O quê? — quase engasguei com minha própria saliva. — Você só pode estar brincando.

— Não. Não estou.

— Droga! Mas, tem que ter um jeito...

— Não. Não tem. — ele ainda estava calmo. Por que ele estava tão calmo?

Ai meu Deus! A Mel. Ela nunca ficou tantos dias longe de mim, será que ela vai ficar bem? Droga! Eu não deveria ter ficado aqui. Corri até minha bolsa, e peguei meu celular, ligando para Joana. Ela ia me matar.

— Eu vi no jornal. Vocês estão presos aí. Estou confusa, se é o destino dando uma forcinha para vocês ou algum tipo de castigo. — foi exatamente assim que ela atendeu o telefone.

— Como a Mel está?

— Já expliquei, que você só vai poder voltar amanhã. Prometi que levaria ela no cinema para ver algum desenho que está passando.

— Obrigado Joana! Muito obrigado.

— Se eu não te amasse tanto, não encobriria suas merdas.

Não demoramos muito mais no telefone, logo desliguei e voltei para cozinha onde Arthur também estava falando no telefone.

— Vai se fuder, filho da puta! — disse e desligou o celular. Me encarou. — Tudo bem com a pequena?

— Sim! Joana está com ela ainda. — respondi.

— Come alguma coisa, que você não comeu nada e vamos para praia. Não tem muito sol, mas dá pro gasto.

— Eu não trouxe biquíni. — respondi sendo óbvia.

Ele virou as costas, e voltou com uma sacola amarela nas mãos. Ele abriu a mesma, e tirou um biquíni preto de dentro.

— Não sei se isso vai caber certo. Talvez fique pequeno, mas esse era o melhor que tinha lá. — ele viu minha cara de interrogação e explicou. — Eu passei por uma lojinha.

Assenti e peguei o tal biquíni. Talvez? Aquela porra com certeza ficaria pequena.

Arthur esperou eu tomar café, e colocar bendito biquíni e como eu já imaginava ficou entrando na minha bunda, e a parte de cima não tapava bem os meus seios como deveriam.

— Minha sorte, que a praia deve estar vazia. — resmunguei quando saí do banheiro.

— Você acha que eu deixaria você sair desse jeito, se tivesse um monte de marmanjo na praia? Vai sonhando.

Dei risada do seu jeito ciumento, e coloquei sua camisa por cima. Ele havia comprado chinelos também, então calcei os mesmos e fomos caminhando para praia de mãos dadas. Sabe quando você parece que está vivendo um sonho? Aqueles dias estavam sendo assim. Eu amava o Arthur, e não tinha a menor dúvida disso. Cinco anos não foram capazes de apagar esse sentimento de dentro de mim, por que seria agora? As coisas não seriam fáceis quando voltarmos para casa. Teríamos que encarar as consequências dos nossos erros, eu principalmente. Mas, sempre ouvi dizer que Deus escreve certo por linhas tortas. Talvez aquilo fosse minha linha torta.

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