Capítulo 18

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Arthur narrando ⚡

Ela tirou sua roupa, ficando apenas de calcinha e se enfiou em baixo do edredom. Peguei o rumo do banheiro, e fiquei lá por longos minutos. Deixei a água gelada cair sobre mim, nada melhor que um longo banho para renovar a pessoa. Não sei se isso ajudaria na minha situação, mas com certeza iria me dar um gás para enfrentar.
Saí do banheiro com a toalha enrolada na cintura, procurei uma cueca boxer e vesti a mesma. Levantei o edredom e deitei de baixo do mesmo, fechei meus olhos esperando o sono chegar. Mas, antes que isso acontecesse Luara me abraçou, e colocou a cabeça em meu peito.

— Estou brava, mas é estranho dormir sem você. — murmurou.

Soltei um suspiro, e levei minha mão em seu cabelo acariciando o mesmo. Me inclinei um pouco deixando um beijo sem sua testa.

— Desculpa! — pedi.

— Tudo bem.

Acordei com um barulho irritante, alguém precisava desligar essa porra. Ouvi Luara resmungar alguma coisa, ainda grudada em mim. Abri meus olhos devagar, e percebi que o barulho extremamente irritante estava vindo do meu celular. Desvencilhei-me da Luara, sentando-me na cama, passei a mão no rosto para eu acordar de uma vez.

— Atende essa merda logo. Estou com sono. — Luara resmungou, colocando o travesseiro sobre o ouvido.

Levantei e procurei meu celular. Eu não lembrava onde eu havia deixado, por fim achei-o no chão, deve ter caído quando tirei a calça no dia anterior. Olhei o visor e havia vinte e sete ligações da minha irmã. Mas, que porra. Quando penso em retornar, novamente o telefone começa a tocar.

— O que foi? — Perguntei, ainda com a voz sonolenta.

— O que foi Arthur? Você está me perguntando o que foi? Eu estou no aeroporto há mais de uma hora esperando você. Nem você e nem o inútil do Diogo atendem minha ligação. Isso que foi. — ela estava histérica.

Droga! Eu realmente havia esquecido que ela estava de férias, que combinei com minha mãe que ela poderia vir ficar comigo.

— Eu já estou indo. Deixa eu só trocar de roupa, já chego aí. — disse, e desliguei em seguida antes que ela começasse a gritar.

Coloquei uma roupa o mais rápido que consegui, peguei minha carteira, e procurei minha chave do carro. Mas, depois me lembrei de que a chave não me iria servir de nada, já que eu estava sem carro. Saí correndo, e peguei o primeiro táxi que consegui.

— Aeroporto Santos Dumont. — falei para o taxista.

Puta que pariu! Xingo mentalmente quando vejo todo o engarrafamento. Olívia ia me matar. Com certeza iria. Depois de longos minutos no engarrafamento, cheguei ao aeroporto, paguei o taxista o mais rápido que consegui e saí correndo. Procurei Olívia por toda a parte, fui perto onde havia cadeiras onde as pessoas esperavam. Não demorei a encontrar a loirinha com cara de brava e braços cruzados. Fazia um ano ou mais que eu não a via, ela estava diferente, seu cabelo estava maior, e agora ela estava com um piercing no nariz? Porra! Minha mãe era foda. Tão liberal que chegava ser irritante. Caminhei até parar em sua frente, assim que ela me viu, ela respirou fundo se ajeitando para falar sem parar. Mas, eu abri meus braços e ela amoleceu, abrindo um sorriso amplo e se jogando meus braços.

— Estou puta da vida com você. Mas, eu estava com tanta saudade. — disse, enquanto apertava mais o braço em torno da minha cintura.

— Também anã. — Ela se afasta e me olha de cara feia. — Quando foi que você pendurou esse negocio no nariz?

— Não pendurei nada, imbecil. Nome disso é piercing, e fico linda com ele. — Disse e se afastou.

— Pessoa humilde é foda. — Falei pegando sua mala.

— Foda-se. — Balançou os ombros, e eu dei um tapa em sua cabeça. — Me dê uma boa notícia, diz que você terminou com aquela menina. Por favor.

— Não Oli, não terminei com a Luara. Você tem que parar com essa implicância com ela.

Ela fez uma cara emburrada e começou andar na minha frente. Só o que me faltava mesmo.

Débora narrando ⭐

A semana passou rastejando. No trabalho todos ficaram sabendo o que aconteceu. Ricardo não deu mais as caras no escritório, e bom até aquele momento o pai dele não havia se pronunciado, nem um pedido desculpas sequer aconteceu. Cambada de gente filha da puta.
Como Felipe fez questão de dizer todos aqueles os últimos dias eu estava “um saco”. Talvez estivesse prestes a ficar de TPM, talvez fosse só uma crise de existência, simplesmente um momento nostálgico ou a opção pior de todas poderia ser um misto de tudo isso.

Era sábado á noite, enquanto Mel viu seu terceiro filme da Barbie consecutivo, e eu estava enrolada no edredom olhando para televisão. Bateu uma saudade da minha mãe, queria um abraço dela, ela sempre me dizia as coisas certas, nas horas certas. Eu sei que saí da casa dos meus pais, batendo no peito que eu era independente. Mas, uma hora ou outra eu ia ter que varrer meu orgulho para baixo do tapete, e ir até eles.

— Estou saindo. — Felipe disse aparecendo na sala todo arrumado. — Vocês duas se cuidem.

Ele abaixou e me deu um beijo na testa, fez o mesmo com a Mel e saiu só Deus sabe para onde. Mas antes, o ouço cumprimentar alguém. Fiquei olhando para a porta, e era o Igor. Achei que ele não viria, não me avisou nada.

— Você está bem? — perguntou, sentando no sofá e colocando minhas pernas em seu colo.

— O chato “chego” — Mel cantarolou. Segurei o riso, mas quando vi que até o Igor havia achado graça, soltei.

— Ela me odeia. — se inclinou e cochichou no meu ouvido.

— Eu já te disse que isso é passageiro.

Igor segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos debaixo do edredom, e começou acariciar minha mão com seu polegar.

— Está com fome? — perguntou e eu assenti. — Pizza?

Não precisei nem olhar para Mel para ter certeza, que ela já estava nos encarando com aqueles olhos esverdeados. Fiz sinal para o Igor falar com ela.

— Você quer pizza de que? — Igor perguntou para ela.

— Pergunta a mamãe. — Mel me olhou, e balançou os ombros tentando mostrar certo desprezo.

— Que tal, pizza de chocolate? A gente pode botar sorvete encima. — ele sugere, e pela cara dela percebo que ele ganhou alguma estrela.

Igor mesmo ligou para pizzaria e fez o pedido. Eu precisava reatar meu relacionamento com academia antes que invés de bumbum na nuca eu tivesse um bumbum no tornozelo.

— Acho que vou voltar á malhar. Estou comendo muita besteira. — disse enfiando um pedaço de pizza na boca.

— Por mim você está ótima do jeito que está. — Igor comentou e me lançou um sorriso.

— Queria ir visitar meus pais. — comentei.

— Podíamos ir amanhã, eu levo vocês. Estou com saudade da Dona Ana mesmo.

Percebi que Mel começou a cochilar, então peguei a mesma e a levei até seu quarto. Coloquei-a na cama, joguei o edredom rosa em cima dela. Me inclinei para beijar sua bochecha.

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