- Tudo bem - dei de ombros.- Você já leu os sites hoje? Como eu já disse você precisa controlar sua namorada - Diogo esbravejou, jogando o tablet no balcão da cozinha.
Arthur suspirou um pouco irritado, e pegou o tablet, ele mexeu em algumas coisas. Ele começou a ler, e cada vez que ele lia mais, a feição irritada do seu rosto aumentava. Fiquei curiosa. Arthur percebeu meu olhar curioso e me entregou o tablet."Luara Gonzáles, namorada do nosso astro do surfe, Arthur Vilela, foi vista na noite passada dançando de forma provocativa com vários homens na boate. Aparentemente a moça estava acompanhada de duas amigas e sem o bofe ao lado. Será que isso quer dizer alguma coisa? Se o gato voltar ao mercado, eu mesmo me candidato a colar seu coração. Vamos aguardar as cenas do próximo capítulo."
Arthur narrando ⚡
Diogo estava furioso, Luara sempre dava um jeito de fazer aquelas coisas. Quando não eram brigas na rua, eram coisas daquele tipo. Eu também estava com raiva, mas minha raiva estava direcionada ao Diogo e seus olhos nada discretos ao corpo da Débora.
- Agora que a garota saiu, pode falar - disse logo após Débora sair da cozinha com a Mel. Olhei para o mesmo com olhar confuso. - O quê? Não me olha assim. Meu caro, te conheço desde que você nasceu você estava comendo a menina com os olhos. Pode falar, você comeu ela?
- Ela é melhor amiga da Luara. Se me conhece tanto assim, saberia que eu nunca faria isso - respondi.
Coloquei a luva térmica ao ouvir o apito do forno. Abri o mesmo e tirei o tabuleiro com os cookies que eu e Mel havíamos feito.
- Desde quando você cozinha? - Perguntou pegando um biscoito no tabuleiro. - Que porra está acontecendo com você?
- Eu vou conversar com a Luara se é isso que você quer. Ela realmente precisa parar com essa merda toda. Agora você pode ir embora - disse impaciente.
- Eu não vou embora, estou com uma puta fome. E, além disso, gostei da amiga da Luara talvez a gente possa ter uma conversa particular.
- Ela não é dessas Diogo. Não igual essas minas que você come por aí - falei irritado. Irritado até demais. - Além disso, ela tem namorado.
Ele começou gargalhar. Porra! Eu só agi como ele queria, o filho da puta só estava me provocando e eu caí na dele. Diogo me deu aquele olhar de "eu sabia". Mas ele não sabia de nada, nada mesmo.
- Ela é gostosa cara, gostosa pra caralho, e linda. Mas, além de ter uma agregada, isso vai fuder com o que você tem com a Luara. - Dessa vez ele disse em forma de conselho.
- Você está falando merda Diogo, sério. Vai comer e não me enche.
Deixei a cozinha, e subi a escada. Porra! Não tinha como explicar uma coisa que nem eu entendia. Minha atração física pela Débora não me assustava, não mesmo. Como Diogo disse ela é uma bela mulher, tem um corpo cheio de curvas que deixa qualquer homem louco. Não é isso, com certeza não é essa porra que me incomoda. É a droga de um aperto no estômago, suor nas mãos e palpitações que me fazem ficar assustado pra porra.
Respirei fundo, tentando ignorar todos meus pensamentos que não seja a mulher que eu tenho um relacionamento. Entrei no meu quarto, e Luara ainda estava esparramada pela cama, o cabelo loiro espalhado. Ela era linda, e porra ela era apaixonada por mim, era apenas nisso que eu deveria me focar. Me aproximei da cama e deitei ao seu lado, distribuí beijos por toda extensão do seu pescoço, ela se encolheu um pouco e resmungou algo.
- Acorda dorminhoca - falei.
- Humm... Não. - murmurou ainda sonolenta. Fiquei um tempo olhando-a, até que ela resolveu abrir os olhos. - Bom dia, você está bravo?
- Um pouco. Mas depois a gente conversa, trouxe remédio para você.
Ela deu um sorriso fraco, e me deu um selinho demorado.Após o almoço, Débora com a Mel e Joana foram embora, tentei fazer um esforço sobre humano para me controlar e não ficar encarando ela que nem um lunático. Eu simplesmente precisava parar com isso, e respeitar que eu tinha um relacionamento. Estava sentado na varanda que havia em meu quarto, tinha a visão de toda vizinhança e no momento estava vislumbrando o quão lindo era nascer o sol.
- Mel se apaixonou por você. E olha que ela é muito antissocial - Luara disse sentando em meu colo.
- Nós nos divertimos bastante. Também gostei dela, depois você pode convencer a Débora a deixar eu levar ela para passear - comentei, e Luara assentiu. Mas de repente fiquei curioso sobre algo. - O pai dela? Ela tem contato com o pai dela?
- Não. Foi um cara de uma noite só, ele nem sabe que a Mel existe. Débora também não tem menor ideia de onde ele está. Além disso, ela não fala sobre esse assunto. - Luara disse dando de ombro.
- Deve ter sido barra criar uma filha sozinha, tão nova - disse pensativo.
- Sim, foi! Os pais dela também não foram muito receptivos com a notícia. Chamaram ela de nomes horrorosos, eu fiquei com tanta raiva que fui a casa deles e xinguei. Eles não gostam de mim por isso. - Ela deu uma risada fraca. - Hoje eles amam a Mel, mas na época não foi legal. Mas ela teve total apoio tanto meu como o da Joana.
- Vocês realmente são muito amigas - falei pensativo.
- Somos. Eu faria qualquer coisa por aquelas duas, sem pensar duas vezes. Afinal melhores amigos são para isso né?! Está ao lado quando ninguém mais está.
Fiquei refletindo em cada palavra que a Luara disse. Eu simplesmente tinha que parar de pensar na Débora do jeito que venho pensando, eu não tinha o direito de estragar a amizade delas. Não tinha direito de magoar ninguém por algo que eu não sei o quê é.
- Eu vi os sites - Luara disse recebendo minha atenção. - Eu devo te pedir desculpas, você sabe que eu nunca trairia você e nem nada parecido. Só sou assim, meio descontrolada. Mas eu sei que devo mudar, não quero prejudicar sua vida.
- Ei! Você não prejudica minha vida. E eu nem quero que você mude, na realidade é o Diogo que enche o saco, você sabe.
- Não sei como você o aguenta. Ele é um pé no saco - resmungou me fazendo rir.
- Além de meu melhor amigo, se não fosse por ele não estaria onde estou. Então tenho que aguentar as chatices dele - dei de ombros e ela rolou os olhos.
Ficamos mais alguns minutos sentados, admirando a vista. Até que Luara começou a comentar as coisas que ela queria mudar na casa.
- Débora é muito boa no que faz, ela está começando agora, mas ela é quase Oscar Niemeyer em forma feminina - Luara disse gesticulando, dei risada do seu exagero. - Não ri, é sério. Quando estiver tudo pronto, você vai me dar razão.
- Maluco a gente não discorda - brinquei.
Ela deu um soco no meu braço. Joguei ela no banco fazendo-a soltar um grito de susto. Fiquei feliz em ouvir o som da risada dela, e ainda me sentir como me senti da primeira vez que ouvi.
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Sempre foi você
Novela Juvenil+15 | Por um deslize, a vida de Débora mudou de um jeito irreversível. Obrigando-a mudar seus objetivos, dando outro caminho para suas preocupações. Após anos, quando finalmente ela está conseguindo colocar sua vida nos eixos, algo acontece perturba...