Arthur narrando ⚡
Eu estava começando ficar um pouco alto, mas nada exagerado. Eu era o melhor entre todos, estiquei minha mão para Luara, chamando-a para dançar e ela negou.
— Estou cansada! Dança com a Déb. Ela quer dançar, mas o babaca do namorado dela foi embora. — sua voz saiu toda embolada. Ela empurrou a Débora em minha direção, e ela apesar de estar sob efeito do álcool me olhou constrangida. — Vai Débora, dança com ele, eu deixo.
— Não Luara, meus pés estão doendo. — resmungou baixo.
— Mentira! Você acabou de dizer que queria dançar, vai logo. Para de cu doce.
Estiquei minha mão para ela, e ergui uma de minhas sobrancelhas. Ela me encarou e logo desviou, mas colocou sua mão sobre a minha. Puxei-a colando nossos corpos, não muito, mas o suficiente para me deixar maluco. Deixei minha outra mão em suas costas, e começamos a nos movimentar no ritmo da música. O perfume dela, corpo dela colado no meu, estava me dando uma porra de uma ereção. Segurei sua mão e rodei seu corpo, trazendo-a de volta em seguida, ela deu um sorrisinho e eu sorri de volta. Logo notei que a Joana e Luara não estavam mais presentes. Eu sei que iria me arrepender, mas abaixei um pouco minha cabeça e deixei meus lábios perto do seu ouvido.
— Quando você fica ao lado de uma pessoa, e ela mesmo em silêncio lhe faz bem... — não sei por que, mas cantei. — Quando você fecha os olhos e o pensamento está fotografado o rosto desse alguém... Quando estiver no dia triste, basta o sorriso dela pra você ficar feliz quando se sentir realizado e dizer que encontrou o bem que você sempre quis... — Percebi que sua pele se arrepiou, e ela soltou um suspiro. Continuei cantando junto com a dupla que cantava: — Quando chorar de saudades. Quando morrer de ciúmes. Quando sua sensibilidade, identifica o perfume... Isso é amor, tá rolando amor....
Antes que terminasse a música ela me empurrou, se afastou e desceu pelas escadas. Olhei e vi que Joana e a Luara ainda não havia voltado, Diogo me encarava rindo e negando com a cabeça. Pensei duas vezes, mas foda-se todas as duas vezes resultaram foi em ir atrás dela e foi o que eu fiz. Desci as escadas correndo, o foda que a parte de baixo estava lotada pra caralho, empurrei um pouco as pessoas. Para minha alegria avistei-a encostada na parede em baixo da escada. Quando ela me viu seus olhos se arregalaram.
— Me deixa em paz, por favor... — disse com voz de choro.
— Por que você está chorando? — perguntei me aproximando.
— Nada... Nada. Só preciso ficar aqui, sozinha, por favor...
Olhei para os lábios dela, e voltei olhar em seus olhos. Ela fez o mesmo movimento com os olhos, assim que seus olhos pararam sobre meus lábios, ela passou a língua sobre seus lábios. Caralho! Ela queria me beijar. Eu também queria. Meu Deus! Como queria beija-la.
— Arthur, o que você está fazendo? — ouvi uma voz conhecida.
Fechei meus olhos ao perceber que era Joana, será que a Luara estava com ela? Olhei para trás e ela estava sozinha, soltei um suspiro de alívio.
— Nada. — menti. — Ela estava chorando, e eu...
— Tudo bem! Agora pode ir, eu cuido dela. — ela me olhou desconfiada.
Débora se manteve em silêncio. Não respondi, e invés de subir novamente fui até o banheiro.
Na volta fomos todos em meu carro, como enfiamos sete pessoas dentro de um carro, aí eu não explicar, mas entrou todos. Eu estava com um cagaço danado, há poucos dias já havia tido problemas com a policia, outra merda seguida eu ia ficar sem minha carteira de motorista de uma vez. Primeira parada foi na casa da Débora, Felipe foi o primeiro a descer trocando as pernas.
— Cara, você vai ter me ajudar aqui, eu não sei nem onde estou. — Felipe disse rindo, se referindo a Débora que estava mais dormindo do que acordada.
Soltei um suspiro e a peguei no colo, ela passou o braço pelo meu pescoço e deixou que eu a carregasse. Na realidade, ela não tinha muitas opções. Felipe abriu o portão e eu passei pelo mesmo, ouvi alguém vindo atrás de mim e era Joana, acho que ela iria passar a noite aqui.
— Onde é o quarto dela? — perguntei.
— Segunda porta no corredor. — Felipe respondeu com a voz arrastada.
Caminhei até o quarto, a porta estava aberta então logo entrei. Coloquei Débora deitada na cama, ela resmungou algo e deitou de lado. Mas, eu não ia ficar ali dentro por muito tempo, ela estava linda demais até mesmo bêbada, era uma tentação do caralho. Tirei suas sandálias, e joguei um edredom em cima do seu corpo. Analisei seu rosto por alguns segundos, seus olhos, sua boca. Ela era tão linda. Me agachei em sua frente, tirei o cabelo que estava caindo em seu rosto.
— O que você está fazendo comigo garota? — perguntei baixo, e no mesmo instante ela abriu os olhos e ficou me encarando. — Dorme linda.
Fiz um carinho em seu rosto, e beijei sua testa. Ela me deu um sorriso sem mostrar os dentes. Nossos olhos estavam presos um no outro e permaneceu assim por vários segundos, até eu ouvir a buzina tocar lá fora e me assustar. Não disse nada, só levantei e saí daquele quarto, ficar perto dela só estava piorando as coisas. Eu juro, juro por tudo que se pode jurar no mundo, que eu não sabia o que estava acontecendo comigo.
Quando passei pela sala, avistei Joana apagada no sofá, passei direto e bati o portão antes de sair. Entrei no carro, e olhei para Luara que continuava morta. Liguei o carro e dei partida.
— Arthur e Débora sentados em uma árvore se beijando sem parar... — Olivia cantarolou e começou a rir.
— Cala boca Olivia! — disse irritado.
— Viu Diogo? Namore com alguém que te olha como Arthur olha para Débora. — ela riu ainda mais.
— Olívia, já chega. Cala merda dessa boca, você já está me irritando. — esbravejei.
Ela riu, e passou os dedos nos lábios simulando um zíper. O babaca do Diogo estava ao lado rindo que nem uma hiena. Otário!
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Sempre foi você
Roman pour Adolescents+15 | Por um deslize, a vida de Débora mudou de um jeito irreversível. Obrigando-a mudar seus objetivos, dando outro caminho para suas preocupações. Após anos, quando finalmente ela está conseguindo colocar sua vida nos eixos, algo acontece perturba...