Capítulo 5

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Débora narrando ⭐

A semana passou voando, logo chegou a sexta-feira dia da bendita visita que eu teria que fazer na casa do Arthur.

Após deixar Mel na escola, peguei um táxi e dei o endereço que estava escrito no pedaço de papel, para o taxista. Em meio ao engarrafamento cheguei em cima da hora, graças a Deus saí cedo, se não com certeza chegaria atrasada e me odiaria por isso.
Estávamos em um bairro com grandes casas, ele fez uma grande compra, as casas daqui são lindas. Uma pena serem totalmente fora do meu orçamento.

— Oi, cheguei. Está me esperando muito tempo? — ouvi uma voz ofegante.

Virei-me e encontrei um Arthur suado, sua camiseta branca fina grudava em seu corpo, usava uma bermuda e um tênis de corrida. Homens como ele deveriam ser permanentemente proibidos de sair assim para manter a sanidade feminina. Principalmente a minha que não andava muito boa.

— Não... Eu cheguei agora — respondi, colando mais minha bolsa no meu corpo.

— É que eu gosto de correr pela manhã — ele respondeu tirando uma chave do bolso. — Fico feliz em não te fazer esperar.

— Você já está morando aqui? — perguntei um pouco curiosa.

— Sim. Estava cansado de dormir em hotel — respondeu dando de ombros.

Ele abriu o portão, assim que entramos pude notar que a casa era grande, imensa na realidade. Mas faltava um toque de modernidade.

— Você está melhor? — perguntou encarando-me por uns instantes.

Franzi a testa confusa, do quê ele estava falando? Ah claro o dia que eu dei chilique, e desmaiei na frente dele.

— Estou bem — disse firme.

— Você pode esperar aqui? Preciso tomar um banho — disse tirando suor do seu rosto.

Assenti, então aproveitei o tempo que ele subiu as escadas para tomar seu banho e fui dar uma olhada na casa. Assim como a parte de fora, ela precisava de modernidade e alguns toques especiais. Estava tudo muito sem vida, as cores neutras. Tentei não pensar que ele estava a poucos metros completamente nu, tomando banho.

Tentei focar nas ideias que estavam surgindo em minha cabeça. Estava bem difícil tentar falar várias coisas ao mesmo e ainda agir naturalmente. Uns vinte minutos depois ouvi passos descendo da escada, caminhei até a sala novamente.

— Eu dei uma olhada aqui embaixo, tive umas ideias se quiser posso te explicar agora — disse calmamente.

— Claro. Eu adoraria.

Luara chegou bem no meio quando eu estava explicando minhas ideias de mudanças. Ela amou cada detalhe, fiquei feliz com sua reação.

— Podíamos sair hoje para beber. Uma noite de garotas — Luara se animou e eu suspirei. — Não faz essa cara, eu já cheguei tem uma semana e só saímos para aquele almoço corrido.

— Você se lembra de que eu tenho uma filha? — disse guardando os papéis dentro da minha pasta.

— Você tem uma filha? Sério? Você parece nova — Arthur disse, e eu me remexi um pouco desconfortável.

— Você é um cabeça oca, eu já te disse sobre a Mel. Ela é a coisa mais linda do mundo. Você precisa conhecê-la, é o oposto da mãe — Luara disse rindo e passando o braço pelo pescoço do Arthur.

Deus, eu precisava me controlar. Mas aquilo estava me incomodando tanto. Eu precisava ir embora.

— Não sei se você vai concordar. Mas eu vou ficar em casa a noite toda, posso tomar conta dela, sou bom com crianças.

— Não — acabei dizendo um pouco desesperada demais. Os dois me olharam estranhando minha reação.

— Não, quer dizer ela não se dá bem com estranhos — disse calma, tentando amenizar a situação anterior.

— Eu posso lidar com isso — Arthur disse ainda decidido. — Qualquer coisa eu te ligo correndo.

— Você trabalha muito e merece um pouco de diversão — Luara apelou juntando suas mãos, e fazendo um bico ridículo. — Por favor.

Respirei fundo, e por um lapso de lucidez eu concordei. Mas incrível como no instante seguinte eu já havia me arrependido, o que eu estava pensando deixando minha filha com ele? Logo com ele. Luara ficou completamente animada, não quis estragar sua alegria, mas minha vontade era de inventar um dor de cabeça ou uma dor de barriga, qualquer coisa que fizesse ela desistir dessa ideia.

Voltei para o escritório quase na hora do almoço, trabalhei mais um pouco até meu horário de sair, como não tirei horário de almoço, saí mais cedo. Mandei mensagem para o Igor dizendo que sairia de noite com as meninas.

— Vai demorar á sair? — Perguntei para Joana.

— Não, já estou acabando aqui — ela levantou o rosto e me encarou. — Luara disse que você vai sair com a gente de noite, não acreditei.

— Ela pode ser convincente, você a conhece — rolei meus olhos. — Pensei em darmos uma passada no shopping, preciso de roupa e dar um jeito no cabelo.

— Uau! Eu estou surpresa, realmente você estava precisando de um pouco do astral da Luara em sua vida.

Esperei mais alguns minutos, e logo ela estava pronta para sairmos. Não demoramos a chegar ao shopping, Joana queria me fazer comprar metade das roupas que ela via. Mas comprei apenas o necessário, meu guarda-roupa realmente estava precisando de um "up".

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