Débora narrando ⭐
Quando abri meus olhos, me senti um pouco desnorteada. Afinal que diabos havia acontecido? Lembro de estar sonhando algo como...
— Ela está acordando — era a voz dele.
Oh meu Deus! Não era um sonho. Era real. Aquela merda era a mais pura realidade.
— Ela vai ficar bem, a pressão dela abaixa às vezes. Talvez ela não tenha comido o suficiente — ouvi Joana explicar.
Porra! Eu não vou ficar bem. Mas invés de me levarem para um hospital deveria ser levada á um sanatório, porque eu estava a ponto de enlouquecer.
Sentei-me um pouco tonta, eu nem sabia onde estava sentada. Levei minha mão na minha testa, e eu suava um pouco, na realidade eu estava suando frio.— Você está bem? — perguntou em um tom preocupado, e deixou sua mão em cima da minha.
Talvez aquele gesto não tenha tido malícia, mas eu puxei minha mão rapidamente. Afinal, ele não poderia se lembrar de mim, mas eu me lembrava dele claramente. Na realidade, eu nunca iria esquecer.
— Sim — disse respirando fundo. — Acho que só foi minha pressão, estou ótima.
— Tem certeza? Se quiser, eu posso te levar para um hospital — insistiu.
— Não, obrigada — forcei um sorriso.
Ele estava agachado em minha frente, assim que viu minha cara de desgosto pela sua aproximação, ele se levantou e deu uns passos para trás. Então pude notar que eles haviam me deitado na pequena poltrona de couro branca que ficava em minha sala.— Se quiser eu posso remarcar as reuniões de hoje Débora — Joana sugeriu.
— Não Joana. Obrigada, mas estou bem o suficiente para continuar a trabalhar — disse, levantando-me e recompondo minha postura. — Só trás algo salgado para eu ingerir, por favor.
— Eu posso voltar outra hora, se assim for melhor.
O melhor era tudo isso nem ter acontecido. Mas não posso deixar minha vida pessoal, atrapalhar minha vida profissional. Já bastava a cena patética que havia acabado de acontecer.
— Não, Senhor Vilela. Podemos conversar — caminhei até minha mesa novamente, e sentei-me. Recomponha-se Débora. Recomponha-se. — Pode se sentar — apontei para a cadeira à minha frente.
Então ele começou a explicar que ele havia comprado uma casa, mas queria fazer uma reforma e Luara disse que eu era ótima no que fazia. Marcamos uma visita na casa para fazer o orçamento. Eu ia ter que encarar isso, querendo ou não.
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Já eram oito horas da noite quando a campainha tocou, achei estranho. Deus que me perdoe, mas eu rezei internamente que não fosse a Luara, eu não queria encara-la naquele momento, não antes de decidir se eu contaria à ela ou não o que estava tirando meu sossego.
Levantei do sofá e fui até o portão abri o mesmo, me surpreendeu ver o Igor encostado em seu carro, assim que me viu ele abriu um sorriso e se aproximou.
— O que você está fazendo aqui? — perguntei, mas soando um pouco grossa.
— Nossa! Eu esperava um "que surpresa boa amor, estava com saudade" — zombou e aproximou-se mais depositando um selinho em meus lábios.
— Eu só estou surpresa. Você nunca vem me ver meio de semana — expliquei.
— Eu não estava longe daqui, vim ver um cliente. Resolvi passar por aqui, fiz errado?
Não tinha reparado, mas ele ainda usava seu costumeiro terno preto que o deixava lindo por sinal.
— Não. Quer entrar? — afastei-me abrindo o portão.
Ele assentiu, e travou seu carro. Deixei-o passar e tranquei o portão, assim que passamos pela sala, Mel fez cara feia. Ela realmente não gostava dele. Mas não queria lidar com isso agora. Então por isso, coloquei-a para dormir, meio relutante, mas o seu sono acabou vencendo.
— Sério, queria entender por quê ela me odeia tanto — comentou quando voltei para sala.
Ele já estava sem o terno, e sua camisa social branca estava com dois botões abertos. Me aproximei e sentei em seu colo.
— Ela tem ciúmes, bom pelo menos eu acho que é isso — respondi balançando os ombros.
— Aconteceu alguma coisa? Você está estranha — perguntou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
— Não... Só estou cansada, foi um longo dia — soltei um suspiro.
— Quer que eu vá embora e deixe você relaxar? — perguntou enquanto sua mão alisava minhas costas.
— Quero que você fique e me beije — respondi.
Inicialmente ele franziu a testa confuso, mas depois não pensou nem duas vezes em embolar seus dedos em meu cabelo e me beijar. Ajeitei-me em seu colo sem atrapalhar o beijo ficando de frente para o mesmo.
— Vamos lá para o quarto — disse, desfazendo o resto dos botões de sua camisa.
— Débora... Vai ficar tarde para ir... Foda-se.
Ele me pegou no colo e caminhou até chegarmos ao meu quarto, ele mesmo fechou a porta com o pé, me jogando em minha cama em seguida e voltando a me beijar. Eram raros esses nossos momentos de ousadias, isso não quer dizer que não fazíamos sexo, mas quer dizer que eu não fazia isso no mesmo ambiente que a Mel estava, apesar que agora ela tinha o quarto dela, me dando mais privacidade, mesmo assim eu não gostava de fazer isso. Vai que ela ouvisse algo e depois me perguntasse? Eu não saberia o que falar. Mas aquele dia era diferente, eu precisava desviar meus pensamentos, eu precisava parar de pensar antes que eu surtasse. Sexo é uma ótima válvula de escape.
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Sempre foi você
Novela Juvenil+15 | Por um deslize, a vida de Débora mudou de um jeito irreversível. Obrigando-a mudar seus objetivos, dando outro caminho para suas preocupações. Após anos, quando finalmente ela está conseguindo colocar sua vida nos eixos, algo acontece perturba...