Maratona 5/5
Débora narrando ⭐
— Era ele não era? — perguntou, e passou a mão no rosto enxugando suas lágrimas.
— Luara...
— Não, Débora. Isso é tudo surreal demais, qual a possibilidade de eu achar o cara que você tinha perdido e trazer ele para você? Pois é, eu fiz isso. Mas o que me machuca nessa história toda, não o fato de vocês se amarem. Eu sempre quis sua felicidade Débora, eu sempre te disse isso. — ela soltou um soluço. — O que me machuca, é que você preferiu fazer as coisas pelas minhas costas do que ser sincera comigo. Você achava que se me contasse a verdade, eu ia fazer o que? Ficar com ele? Sabendo que você passou cinco anos amando ele?
— Me escuta, eu...
— Não Débora, você teve meses para falar. Agora eu não quero ouvir mais nada, você merece ser feliz, porque eu sei o que você passou. Eu sei o quanto você lutou para criar a Mel, apesar de ter nossa ajuda, era você que botava comida na mesa dela. Eu tinha orgulho de ter você minha melhor amiga, minha irmã, Débora, eu te considerava minha irmã. Só que eu não sei se vou te perdoar por isso.
Ela pegou a bolsa dela, e saiu pela porta. Eu estava chorando tanto que não consegui ter uma reação imediata. Mas na verdade, eu não tinha nada para falar. Ela estava certa. Joana estava certa. Felipe estava certo. Eu deveria ter dito a verdade, desde o começo. Deixei-a ir embora, não fui atrás. Não porque eu não me importava com ela, mas porque parecia que eu havia levado um tiro ou algo parecido. Sentei no chão, abracei meus joelhos e chorei as consequências da minha covardia.
Luara narrando 🌙
Invés de voltar direto para casa da Joana, resolvi andar um pouco, pensar um pouco e respirar ar puro. Caminhei até uma praça e sentei em um dos bancos.
Comecei pensar na minha vida desde que crianças. Sempre tive tudo do bom e do melhor, presentes, viagens, festas. Era dessa forma que meus pais supriam a falta deles, parecia suficiente ou pelo menos eu tentava me convencer que era o suficiente. Mas naquele momento eu vi que não era, nunca foi o suficiente. Joana e Débora eram minha família, eram elas que estavam do meu lado sempre.
Eu entendia a Débora, eu acompanhei tudo que ela passou. Ela fingindo que era forte, que aguentava o tranco sozinha, mas a noite eu já fiquei ao seu lado enquanto ela chorava de soluçar sem me dizer o real motivo daquilo. Mas eu não conseguia aceitar o que ela fez, não seria fácil, mas ela poderia conversar comigo. Nós chegaríamos a uma conclusão juntas.
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Voltei para casa da Joana já estava tarde. Ela havia me dado uma chave então, obviamente usei-a para entrar. Mas assim que cheguei na sala e vi a Joana e o Diogo quase se comendo, percebi que era melhor ter batido na porta. Mas já era tarde demais.
Forcei uma tosse, e os dois me olharam.— Nem vi você entrar. — Joana comentou ajeitando sua roupa.
— Percebi. — disse irônica.
— Bom, vou deixar vocês. Tenho que ir, preciso resolver umas coisas. — Diogo disse, e deu um selinho nela.
— Não seja por minha causa. Eu posso ficar no quarto. — dei de ombros.
— Eu tenho que ir, realmente. — insistiu.
Joana se levantou e foi para cozinha. Diogo, ficou me encarando, acho que ele queria falar algo.
— O que foi? — perguntei.
— Você está bem? — se levantou do sofá.
— Desde quando você se importa com isso? Você nunca gostou de mim, deve estar feliz. — rolei os olhos.
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Sempre foi você
Подростковая литература+15 | Por um deslize, a vida de Débora mudou de um jeito irreversível. Obrigando-a mudar seus objetivos, dando outro caminho para suas preocupações. Após anos, quando finalmente ela está conseguindo colocar sua vida nos eixos, algo acontece perturba...