Luara começou a contar como ela conheceu o tal namorado. O jeito que ela falava dele, aparentava algo que nos deixou muito surpresa, ela realmente gostava dele. O que era uma novidade muito grande, afinal homem para Luara sempre foi como um copo descartável. Ela usava, quando não precisava mais jogava fora.— Você fingiu que se afogou? Você é louca — Joana riu.
— Louco foi como meus pais ficaram quando eu liguei para avisar que não iria voltar para casa — falou rindo. — Eles ficaram muito loucos. Meu pai disse que iria me buscar e que não iria me dar mais dinheiro.
— Eu lembro, eles ficaram com raiva da gente. Segundo eles nós sabíamos que você ia para o Havaí para ficar — falei.
Nossos pedidos chegaram. Eu e Joana nos apressamos só tínhamos uma hora e meia de almoço, se demos corda para Luara ela ficaria aqui o dia inteiro falando e contando suas aventuras.
Depois de um dia estressante de trabalho, fui buscar minha pequena na escolinha. Quando eu a deixei na escolinha estava linda, com a roupa limpa, cabelo arrumadinho, quando fui buscar tinha Nescau por toda sua roupa e seu cabelo estava dando ela uma aparência de um sol. Mel estava parecendo uma menina de rua.
— Que cabelo é esse? — Perguntei pegando sua mochila e pendurando no ombro.
— O meu ué — ela fez uma cara linda de "não entendi o que você querendo dizer".
— Eu te deixei na escola você estava linda. O que aconteceu com sua roupa?
— Mamãe, eu vou te dizer — ela faz toda uma encenação para começar me contar. — O menino pediu meu Nescau eu não quis dar, aí ele puxou, eu puxei, aí caiu, aí sujou.
Ela continuou tagarelando até chegarmos em nossa casa. Mas ela parou no momento que entramos em casa e citei a palavra "banho". Não sei da onde essa criança puxou esse lado porco, ela odeia tomar banho, se joga no chão, chora, faz birra só para não encarar um chuveiro.
— Doeu? Como fica mais linda quando está limpinha — comentei jogando a roupa dela suja dentro da máquina de lavar.
— Eu "tô" com a mesma cara — saiu andando resmungando.
Tomei um banho rápido enquanto deixei a Mel assistindo desenho. Coloquei um short de malhar e um top. Quando fui para cozinha preparar algo para comermos, ouvi a campainha tocar. Estranhei afinal só o Igor e Joana sabiam onde eu morava, mas vir aqui na segunda foge dos padrões paranóicos do Igor e Joana sabe como eu sou, ela me avisaria antes de aparecer. Ah! Tem meus pais também, mas do jeito que saí da casa deles, duvido que eles apareçam aqui tão cedo.
— Abre logo essa porta. Vou criar raízes aqui — ouvi a voz da Luara atrás do portão.
Claro! Tinha que ser ela.
Descalça mesmo, abri a porta da sala e caminhei até o portão, assim que abri o mesmo Luara saiu entrando gritando minha filha. Mel era louca pela tia doida dela, então assim que ela avistou a Luara ela saiu correndo e se jogou em seu colo. Quando Luara foi embora ela estava com três anos, mas sempre que podia Luara mantinha contato pelo Skype então elas sempre se viam.— Que saudade de menor — Luara disse enchendo-a de beijos.
— Tia você trouxe pizza? E sorvete? — Mel disse se afastando.
— Que interesseira! Não trouxe pizza, mas trouxe sorvete.
— Nada de doce mocinha até o jantar — disse passando pelas duas e entrando em casa.
Mel ficou resmungando, mas Luara conseguiu mudar atenção dela para outra coisa. Às vezes eu esquecia que Luara era uma pessoa adulta, que dizer aparentemente né? Porque sua idade mental deve ser igual da Mel ou inferior.
— Cadê o namorado? Fazendo comerciais de camisinhas por aí? — perguntei enquanto preparava nosso jantar.
— Vai à merda Débora — senti algo bater nas minhas costas, olhei e era uma almofada.
— Ele...Ah não tenho menor ideia onde ele está. Sabe o que eu quero na verdade?
— O quê?
— Roçar nos novinhos, ir ao show de sertanejo, beber para caralho — suspirou se jogando no meu sofá. E eu, bom eu gargalhei. — É sério infeliz, estou sentindo falta disso. Promete que amanhã depois que você sair do seu trabalho podemos sair para beber?
— Amanhã é terça-feira lindinha, eu trabalho. Além disso, tenho uma filha para cuidar. Quando você arrumar um surfista famoso desse para mim, não vou precisar trabalhar. — Gargalhei.
— Mano, vai se fuder.
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— Tem um cara muito lindo e muito gostoso por sinal, te esperando na sua sala. Acho que conheço ele de algum lugar, mas não consigo me lembrar da onde. — foi à primeira coisa que Joana disse quando pisei no escritório aquela manhã.
Dei um sorrisinho para ela e entrei na sala. Minha sala não era enorme, mas também não era um "ovo", digamos que o espaço era agradável. Havia uma mesa retangular atrás dela uma cadeira giratória almofadada. Mas assim que abrimos a porta tínhamos a vista de uma janela que ia do chão ao teto, estilo escritórios dos filmes americanos, eu adorava ficar ali parada olhando as pessoas passarem lá embaixo, eu sei que é completamente idiota, mas eu me sentia poderosa.Nessa mesma janela era onde estava parado o homem que a Joana me disse. Alto, costas largas, braços fortes e... Um belo traseiro, sim ele tinha mais bunda que muitas mulheres. Confesso que sempre achei sexy homem com um bom traseiro para dá uns amasso. Que merda eu estou pensando?
— Bom dia — disse em um tom profissional. — Fui informada que o senhor estava aqui a minha espera.
Fui até minha mesa coloquei minha bolsa encima da mesma, tirei meus óculos escuros e sentei em minha cadeira, pronta para mais um dia de trabalho. Foi então que eu levantei meu rosto, e dei graças a Deus por estar sentada ou meus joelhos não poderiam ter aguentado meu peso. Meu cérebro estava igual celular travado, por mais que você tente nada acontece. O cara agora estava de frente para mim sorrindo. Não podia ser. Na hora eu pensei que fosse uma espécie de sonho, que ia acordar a qualquer momento. Mas não era, ficou tudo mais real quando ele falou e com certeza ficou muito pior.
— Débora, certo? — sua voz era rouca, dita no ouvido de uma mulher, com certeza faria perder a calcinha.
Eu não sei se sinalizei alguma resposta ou verbalizei ou simplesmente fiquei encarando com a cara de débil mental. Ele deve estar acostumado às mulheres ter esse tipo de reação a sua beleza, mas o motivo de eu estar paralisada diante dele, está bem longe de ser isso. — Luara disse para te procurar, eu comprei uma casa e... Droga! Não fomos apresentados oficialmente. Eu sou o Arthur. Arthur Vilela, namorado da Luara.
Namorado? Luara? Ele é o surfista do comercial de camisinhas? Seria cômico se não fosse trágico. O destino só pode estar de sacanagem comigo. Meu cérebro cansou de ficar travado, e resolveu desligar.
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Sempre foi você
Ficção Adolescente+15 | Por um deslize, a vida de Débora mudou de um jeito irreversível. Obrigando-a mudar seus objetivos, dando outro caminho para suas preocupações. Após anos, quando finalmente ela está conseguindo colocar sua vida nos eixos, algo acontece perturba...