10 Capítulo - Começo ou Fim.

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— Estou com fome. — A Clara falou irritada, jogando o travesseiro que estava em sua mão para o alto. 
Eu não aguentava mais a Clara repetir isso. A mesma estava com fome mas não se movia para providenciar algo para comer. Era uma noite chuvosa em uma quinta-feira tediosa, dia no qual eu não tinha compromisso nenhum. Estávamos na sala assistindo um documentário sem importância quando eu tive uma brilhante ideia. 
— Vamos na loja de conveniências comprar algo. — Chamei um tanto animada só assim eu mataria o meu tédio. Ela nem deixou eu terminar de falar, foi logo se levantando e aprendendo seu cabelo. — Espera cinco minutos, vou pegar a chave do carro e minha bolsa. — Disse enquanto ia em direção ao meu quarto. 
— Pega uma sombrinha. — Ela gritou me lembrando. 
A Loja de Conveniências ficava no posto de gasolina que não tão longe de casa, o que resultou em um caminho rápido e engraçado pois a Clarinha foi o caminho inteiro cantando, eu diria que a palavra certa era tentando cantar. Estacionei o carro em uma vaga em frente da loja e entramos. 
A Clara foi logo no corredor aonde tinha doces e eu fui pra aonde tinha os salgados. Indecisa, poderia ser meu sobrenome, eu não conseguia escolher entre dois salgados, eu analisava atentamente cada informação que continha em cada embalagem. 
— Eu você levaria os dois. — Uma voz roca e grossa sussurrou atrás de mim o que me fez virar imediatamente, e eu dei de cara com o Felipe que tinha um sorriso em seu rosto ele estava acompanhado da sua irmã. 
— É o quê eu vou fazer. — Falei sorrindo enquanto colocava as duas embalagens dentro de uma sesta que havia em minhas mãos. 
— Carla, essa aqui é a Jess, minha irmã. — Ele falou se afastando um pouco de mim, apresentando nós duas. 
— Oi. — Nos duas falamos cordialmente e eu sorrir simpática ao contraio dela. 
— Vamos Fê, ainda temos que buscar a Paula. — Ela falou apressada, puxando o Felipe pela mão. Mas ele não saiu do lugar o que fez ela esbarrar na Clarinha que estava se aproximando. Derrubando a sesta que a Jess segurava no chão. O que trouxe longas risadas vindo apenas de nós três e ela fuzilou o Felipe com os seus olhos. 
— Pra mim já deu. — O tom de voz da Jess tinha raiva, parecia outra pessoa. Como ela conseguia ser assim? A mesma respirou fundo e saiu furiosa. 
— Você não vai atrás dela? — A Clarinha perguntou ao Felipe, e o mesmo negou com a cabeça. — Vou deixar o casal a sós, Ca vou esta te esperando no caixa. — Ela continuou rápida saindo dali sem ao menos deixar eu responder. 
— Acho que você deve ir a Paula não pode esperar. — Eu falei debochada, mirando os seus olhos. 
— A Paula. — Ele falou enfático com um sorrindo alto. E eu o-interrompi. 
— Do quê você está rindo? — Perguntei um tanto seria e ríspida e o mesmo não tirou o sorriso dos lábios. 
— Você sempre reage assim quando tá com ciúmes? — Ele perguntou com o seu jeito presunçoso, que me fez rir . E ele foi cada vez mais se aproximando de mim. — Eu quero ficar com você. — Ele falou selando nossos lábios. 
— Sábado na minha casa. — Eu falei o-encarando. 
Ele tinha um enorme poder sobre mim, eu falava coisas sem pensar, tinha atitudes irracionais, virava a pessoa mais insensata do mundo, tudo quando estou ao seu lado. Eu ainda estava tentando entender o por quê disso. 
— Tenho que ir a Paula não pode esperar. — Ele sussurrou, usando um tom sedutor, depositando um beijo em minha bochecha em seguida. 
— Bom aproveito. — Forcei o riso. 
— Boba. — Ele riu me encarando. 
Acenei com a mão e sair dali sem olhar pra trás, e percebi que ele também saiu. Respirei fundo e fui ao encontro da Clara, já imaginado quão grande seria o interrogatório. 
— Pergunta logo o que você quer saber. — Eu disse encarando a Clarinha e a mesma soltou um riso sem vergonha. 
— Por quê você deixou ele ir embora? — Pelo seu tom de voz ela estava ficando irritada. 
— Eu não entendi muito bem, mas ele foi buscar uma tal de Paula. — Disse dando de ombros, sem importância, colocando as coisas que estavam em minha sexta em cima do caixa de pagamentos. 
— Quem é Paula? — Havia curiosidade tanto no seu tom de voz e no seu olhar. 
— Você está perguntando a pessoa errada. — Ela riu, como se a minha resposta fosse coisa de outro mundo. 
Paguei a moça do caixa, e a Clarinha pegou as sacolas. Fomos a onde meu carro estava estacionado. O caminho não foi tão engraçado como a ida pois dessa vez a Clara só vazia comer suas besteiras. 
Deixei o carro em frente de casa pois estava com preguiça de guarda-lo na garagem e amanhã sairia cedo pra trabalhar. Entramos em casa e eu fui direto pro meu quarto, precisava dormir, que amanhã seria sexta-feira, e sexta-feira pra mim significava dia cheio. 
— Estou indo dormir, não vá dormir tarde que amanhã vamos acorda cedo. — Disse enquanto subia as escadas, e a Clara que respondeu alguma coisa que eu não entendi bem. 

[...] 

Sexta-feira eu não menti quando disse que meu dia seria agitado. Eu estava na ONG, com as crianças em um parque simples que tinha, as mesmas estavam agitadas e alguns hiperativa. Eu estava me dividindo em oito partes para da atenção a cada uma, elas não tiravam o sorriso do rosto, era nítido a felicidade em seus olhos. Agradeci mentalmente por todas estarem bem e continuei brincando com elas. 
— Ca. — A Juva gritou o quê me fez olhar pra ela. — Seu horário acabou. 
Olhei em meu relógio que estava no meu pulso e realmente já estava na minha hora. Me despedir de cada uma e fui até a Juva. 
— Tenho uma oferta pra fazer à você, e eu não aceito não como resposta. — Falei segurando o riso. 
— Pra mim? — Ela perguntou surpresa com o sorriso nos lábios. E eu afirmei com a cabeça. 
— Tem uma sala vaga lá no meu consultório onde coloco coisas sem importância, você poderia reforma e fazer uma sala de trabalho pra você. — Por fim falei. 
— Fala serio Carla. — Seu tom de voz era de tédio. 
— Eu estou falando sério. — Disse convicta e continuei. — Uma psicopedagoga que nem você não pode esta parada. 
— Como eu faço pra te agradecer pra sempre? — Ela falou chorosa, me abraçando. 
A melhor forma da Juva me agradecer era com a sua amizade e ela já fazia isso perfeitamente. Fomos almoçar em um restaurante próximo a ONG, segundo a Juva a comida era uma delicia. Estacionei o carro em frente e descemos. Por fora o restaurante era bonito e organizado bem típico um restaurante caseiro e eu estava precisado disso de uma ótima comida caseira. 
— Você vai querer o que pra comer? — Ela me perguntou enquanto analisava o cardápio. 
— O mesmo que você. — Falei sorrindo. E senti meu celular vibrar e olhei o visor e era uma SMS do Felipe, sorrir ao ver que era ele e abrir. 

De Felipe: "Me encontra em frente da maquina de café ás 19:30".

Chora MeninaOnde histórias criam vida. Descubra agora