30 Capítulo - Boa Sorte.

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— Nem olhe pra mim. — O tom de voz da Clara era totalmente frio. — Você sabe que eu não vou. E não chame o meu namorado.

Lhe encarei com desprezo e respirei fundo para não perder o controle. Ultimamente a Clara estava se tornando desprezível, aonde a sua companhia estava se tornando insuportável. Nem um pingo de compaixão a mesma tinha por mim, a sua ultima fala foi só uma confirmação do que eu já não estava duvidando mais.

— Eu já não sei quem é mais você, Clara. — Passei a mão em minha testa. — Completamente patética.

Seu olhar vazio se encontrou com o meu e logo desviei dando atenção ao meu celular que estava a poucos metros de mim.

Caminhei até uma pequena estante aonde estava meu celular e o peguei. Era estranho desbloquear a tela inicial e não ter nenhuma ligação dele, nem se quer uma mensagem para eu acreditar que estava tudo bem entre a gente. Eu me peguei presa admirando a nossa foto. Como eu estava com saudades do seu sorriso, do seu olhar, do seu beijo e principalmente do seu abraço aonde eu me sentia completamente segura e sabia que nunca estaria só.

Seis dias sem ele me procurar, seis dias desdou tempo que ele pediu, seis dias que parecem ser a eternidade. Mas em nenhum desses dias deixei de pensar nele, tudo me fazia lembrar o Felipe até nas pequenas coisas do dia-a-dia. Tudo meu pertencia a ele.

Em um ato involuntário procurei seu nome na lista de contatos e o achei. Comecei a escrever uma mensagem. Escrevi tudo que saltava do meu coração. Escrevi, escrevi e escrevi. Coloquei tudo de mim, ali. Terminei. Parei, respirei fundo. Li tudo aquilo. Li novamente, mas apaguei tudo.

Por mensagem não. Eu queria deixa-lo informado de tudo o que está acontecendo, do primeiro passo e quem sabe ter a sua companhia e a sua ajuda hoje.

Eu andava pra lá e pra cá sem direção na esperança que ele me atendesse logo. As chamadas da ligação estavam sendo torturantes. Por quê tanta demora para me atender? Minha respiração estava ficando ofegante e senti meu coração sair pela boca quando percebi que ele me atendeu na última chamada, quando a ligação já ia terminar.

Inicio da Ligação.

— Alô?

Essa voz, a sua voz. Nossa, quanta saudade. Meu raciocino estava ficando lento eu não sabia como reagir.

— Oi. — Foi só o que saiu, quase sem voz.

— Aconteceu alguma coisa? — Mesmo com a sua voz num tom áspero um sorriso em meus lábios se fez presente.

Afinal, foi um sinal que ele se importa comigo.

— Não.. Quer.. — Gaguejei. — Dizer, aconteceu sim. — Respirei profundamente para achar o meu auto-controle e tenho certeza que ele escutou o som da minha respiração. — Não aconteceu nada grave.

— Que bom. — Foi a única coisa que ele falou.

Esperei alguns segundos, mas ele permaneceu em silêncio.

— Como você está?

— Estou bem. — Ele me respondeu. — E você?

— Também. — Respondi a ele na mesma entonação da sua voz. — E você, tem trabalhando muito?

— Normal.

Droga! Esbravejei mentalmente.

— Ótimo, sair da ONG por um tempo. — Eu queria mantê-lo informado da minha vida.

— Porque você fez isso? — Mesmo num tom desinteressado, havia curiosidade em sua pergunta.

— Eu preciso de tempo pra procurar a minha filha. — Mordi meus lábios.

Chora MeninaOnde histórias criam vida. Descubra agora