— Nem olhe pra mim. — O tom de voz da Clara era totalmente frio. — Você sabe que eu não vou. E não chame o meu namorado.
Lhe encarei com desprezo e respirei fundo para não perder o controle. Ultimamente a Clara estava se tornando desprezível, aonde a sua companhia estava se tornando insuportável. Nem um pingo de compaixão a mesma tinha por mim, a sua ultima fala foi só uma confirmação do que eu já não estava duvidando mais.
— Eu já não sei quem é mais você, Clara. — Passei a mão em minha testa. — Completamente patética.
Seu olhar vazio se encontrou com o meu e logo desviei dando atenção ao meu celular que estava a poucos metros de mim.
Caminhei até uma pequena estante aonde estava meu celular e o peguei. Era estranho desbloquear a tela inicial e não ter nenhuma ligação dele, nem se quer uma mensagem para eu acreditar que estava tudo bem entre a gente. Eu me peguei presa admirando a nossa foto. Como eu estava com saudades do seu sorriso, do seu olhar, do seu beijo e principalmente do seu abraço aonde eu me sentia completamente segura e sabia que nunca estaria só.
Seis dias sem ele me procurar, seis dias desdou tempo que ele pediu, seis dias que parecem ser a eternidade. Mas em nenhum desses dias deixei de pensar nele, tudo me fazia lembrar o Felipe até nas pequenas coisas do dia-a-dia. Tudo meu pertencia a ele.
Em um ato involuntário procurei seu nome na lista de contatos e o achei. Comecei a escrever uma mensagem. Escrevi tudo que saltava do meu coração. Escrevi, escrevi e escrevi. Coloquei tudo de mim, ali. Terminei. Parei, respirei fundo. Li tudo aquilo. Li novamente, mas apaguei tudo.
Por mensagem não. Eu queria deixa-lo informado de tudo o que está acontecendo, do primeiro passo e quem sabe ter a sua companhia e a sua ajuda hoje.
Eu andava pra lá e pra cá sem direção na esperança que ele me atendesse logo. As chamadas da ligação estavam sendo torturantes. Por quê tanta demora para me atender? Minha respiração estava ficando ofegante e senti meu coração sair pela boca quando percebi que ele me atendeu na última chamada, quando a ligação já ia terminar.
Inicio da Ligação.
— Alô?
Essa voz, a sua voz. Nossa, quanta saudade. Meu raciocino estava ficando lento eu não sabia como reagir.
— Oi. — Foi só o que saiu, quase sem voz.
— Aconteceu alguma coisa? — Mesmo com a sua voz num tom áspero um sorriso em meus lábios se fez presente.
Afinal, foi um sinal que ele se importa comigo.
— Não.. Quer.. — Gaguejei. — Dizer, aconteceu sim. — Respirei profundamente para achar o meu auto-controle e tenho certeza que ele escutou o som da minha respiração. — Não aconteceu nada grave.
— Que bom. — Foi a única coisa que ele falou.
Esperei alguns segundos, mas ele permaneceu em silêncio.
— Como você está?
— Estou bem. — Ele me respondeu. — E você?
— Também. — Respondi a ele na mesma entonação da sua voz. — E você, tem trabalhando muito?
— Normal.
Droga! Esbravejei mentalmente.
— Ótimo, sair da ONG por um tempo. — Eu queria mantê-lo informado da minha vida.
— Porque você fez isso? — Mesmo num tom desinteressado, havia curiosidade em sua pergunta.
— Eu preciso de tempo pra procurar a minha filha. — Mordi meus lábios.
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Chora Menina
Storie d'amoreEla uma menina cheia de sonhos que teve sua adolescência interrompida por um abuso sexual. Ele um menino comum. Ela cresceu e se tornou uma mulher infeliz. Ele cresceu e se tornou um homem comum, com pensamento comum. Ela luta dia após dia para esqu...