Eu finalmente tinha chegado no meu escritório. Depois te ter passado a hora do almoço com a Juva e a Clara em seus momentos dramáticos ouvindo as mesmas falarem que ultimamente eu não tenho dado tanta importância à elas e que só queria saber do Felipe. Mas não era bem assim, eu estava muito atarefada com os meus dois trabalhos, estudando na pós-graduação aonde eu estava quase concluindo o que piorou pois eu tinha que me dedicar ao máximo e ainda estava ajudando o Felipe com o seu projeto, que estava saindo do papel e quase colocando-o em pratica só faltava alguns ajustes. O tempo que sobrava pra mim era nos fins de semana onde eu fazia ao máximo pra aproveitar em casa, de preferencia dormindo.
Passei pela recepção e pude perceber que meus aborrecentes favoritos já me esperavam e pelas expressão de poucos amigos de alguns hoje eles não estavam em seus melhores dias. Coloquei a minha bolsa em um mini armário que tinha dentro da minha sala, e fiquei analisando alguns livros até meu primeiro paciente entrar.
— Olá minha Drº preferida. — O Ricardo falou ao entrar em minha sala. O mesmo estava animado e com um sorriso no rosto e isso era um momento raríssimo.
— Oi Ric quanto tempo, aceita uma água, refrigerante ou café? — Eu falei simpaticamente, e o mesmo em resposta negou com a cabeça.
Há meses que o Ricardo não vinha em meu consultório, ele é um adolescente que está em fase de se descobrir e vê-lo assim animado é sinal que ele está no caminho certo.
— Hoje eu vim em missão de paz. — Ele falou cordialmente abrindo um largo sorriso, e sentando em um dos sofá. — Tenho quase certeza que as nossas seções estão chegando ao fim.
— Por quê tanta certeza? — Perguntei sentando em sua frente, abrindo meu bloco de notas para escrever alguns coisas necessárias.
— Tomei um rumo pra minha vida, estou até estudando pro vestibular. — Ele suspirou vitorioso.
— O que te levou a isso? — Perguntei concentrada no bloco de notas.
— Você já amou? — O tom de voz do mesmo era um tanto quanto curioso e confuso.
— O que isso tem haver? — Eu não sabia responder, na verdade eu não sabia o significado da palavra amor.
— O amor é a cura pra tudo. — Ele respondeu como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo. Um adolescente de 16 anos era mais sábio que eu em alguns sentidos.
Nossa conversa se perpetuou por tempos. O Ric estava realmente decidido a mudar e o que levou a ele fazer isso foi uma paixão. E ele estava eternamente grato a mim por ajuda-lo no momento em que ele estava sem direção.
Infelizmente nem todos os meus pacientes estavam de bom humor assim como o Ricardo. A tarde passou rápida e agradável. Se não fosse a Renata eu estaria até agora em meu consultório.
Pelo visto havia movimentações dentro da minha casa. Deu pra perceber pois havia alguns carros e barulhos vindo de dentro de casa. Mas que droga . Xinguei mentalmente a Clara de todos nomes ruins possíveis não creio que ela inventou de fazer uma festinha sem a minha permissão. Respirei fundo antes de tocar na fechadura da porta e adentrei.
Até que a sala não estava como eu imaginava, por incrível que pareça estava organizada, poderia afirma que aquilo era uma social entre amigos. Mas mesmo assim, nosso combinado é avisar se vai trazer pessoas pra casa ou não. Só conhecia alguns pessoas de vista que eram seus amigos(as) da faculdade e a Juva com o Luiz. Eu estava exausta não queria conversa com ninguém apenas queria tomar um banho e ir dormir.
— Pela sua cara já percebi que você quer dormir. — A Juva comentou entediada enquanto cruzava seus braços.
— Obrigada por me conhecer tão bem. — Falei sorrindo e a ela soltou uma risada sarcástica.
— Fica aqui em baixo conversando comigo. — Ela pediu animadamente.
— Me desculpas Juva, mas hoje não dá, preciso descansar, amanhã meu dia vai ser longo e você só trabalha um horário e ainda escolhe se quer trabalhar pela manhã ou a tarde, poder acorda na hora em quiser e eu não. — A mesma não me respondeu deu um sorriso forçado e saiu. Depois eu me resolvia com ela.
A Juva estava desempregada apenas trabalhando voluntariamente na ONG, e isso estava deixando-a estressada, mas amanhã irei fazer uma proposta para ela que iria deixá-la felizarda.
Me encaminhei até a cozinha a procura de alguma coisa gostava pra comer, a parte boa dessa social é que eu tinha varias opções de comida. Agradeci mentalmente por isso. Escolhi comer algo leve já que iria dormir a pouco. Fui até a geladeira na esperança de que estivesse algum suco mas pra minha surpresa, só tinha cerveja. Minha única alternativa era água. Estava concentrada comendo quando ouço a voz da Clara entrando na cozinha.
— Espero que não fique chateada — Ela começou com a voz mais calma e doce típico de quando ela faz algo errado. — Eu esqueci de te avisar.
— Tudo bem, só espero que isso não se repita. — Falei um pouco seria, só pra não perde a minha moral. A sorte da Clara era que hoje eu estava de bom humor.
Não sei se era a fome mas a comida estava uma delicia. Deixei meu prato em cima da pia e segui para o meu quarto, mas antes passei na sala e dei um " Oi " e todos me responderam em um coral, foi engraçado, dei tchau a Juva mas a mesma me ignorou e eu fui pro meu quarto.
Como meu quarto era o último do corredor não dava pra ouvir o barulho vindo da sala, agradeci por isso pois irei ter uma noite de sono tranquila. Tirei a minha blusa, pois estava apertada e fiquei apenas de sutiã e com a calça jeans que eu estava. Fiquei me analisando no espelho e notei que eu estava muito magra. O meu celular no qual estava em meu bolso vibrou e quando eu vi, foi um e-mail que tinha chegado, graças a tecnologia eu não precisei ligar meu computador apenas pra responder um e-mail, dava para eu fazer tudo em meu celular. Estava concentrada respondendo quando ouço alguém abrir a porta do meu quarto mas não dei tanta importância.
— Posso entrar? — Uma voz masculina perguntou. — Na verdade eu já entrei.
Voltei a minha atenção ao momento e dei de cara com o Felipe dentro do meu quarto.
— Não vi você lá em baixo. — Afirmei.
— Fui comprar cerveja com o Junior, chegamos quase agora. — Ele falou descontraído.
— A geladeira já esta cheia. — Eu revirei os olhos e ele riu
— Acho melhor você vesti uma blusa. — Ele disse enquanto coçava a sua cabeça, dando um sorriso sem vergonha.
Abaixei a minha cabeça e percebi que estava apenas de sutiã, meus seios fartos estavam quase saindo. Senti minhas bochechas corarem.
— Fecha os olhos, se não.. — Eu falei um tanto autoritária e nervosa e ele não me permitiu que eu continuasse a falar.
— Se não o que? — Ele falou enquanto se aproximava de mim lançando aquele seu olhar intenso. O Felipe sabia que eu ficava vulnerável a aquele olhar. — Eu sei que você também quer. — Ele sussurrou, virando o rosto para mim, que iniciou um beijo tão lento e intenso que eu poderia não responder pelos meus atos. Minhas mãos foram automaticamente para sua nuca, onde eu puxava seu cabelo, e o correspondia, enquanto ele percorria meu corpo com as mãos.
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Chora Menina
RomantizmEla uma menina cheia de sonhos que teve sua adolescência interrompida por um abuso sexual. Ele um menino comum. Ela cresceu e se tornou uma mulher infeliz. Ele cresceu e se tornou um homem comum, com pensamento comum. Ela luta dia após dia para esqu...