" Eu sentia tanta dor, sentia também tanta angustia e aquilo me sufocava. Mas só foi você entrar em minha vida, que o pouco de esperança que me restava se transformou em brilho em meu olhar. "
Bloquei a tela do meu celular ao terminar de escrever essa frase no bloco de notas. Assim como hoje todos os outros dias eu escrevia o que meu coração transbordava sobre esse amor tão repente e avassalador. Nesses dias o Felipe tinha se tornado minha atividade favorita, eu não conseguia passar um dia sem falar com ele, quando ele demorava a ligar, eu arranjava uma desculpas boba apenas para eu ouvir a sua voz.
Ontem o Felipe foi ao meu trabalho para me buscar e depois fomos jantar em um restaurante maravilhoso, ele me deixou dirigir o seu carro, segundo o mesmo era uma prova de confiança, a vida dele estava em minhas mãos, já que ele me julgava uma péssima motorista desdou dia que eu bati em seu carro.
Já tinha se passado dois meses desdá daquela terça-feira apaixonante, dias no qual foi maravilhoso e intenso, estávamos cada vez mais próximos e eu a cada dia mais apaixonada por ele. Em uma noite resolvemos todos irmos para uma boate famosa daqui do Rio de Janeiro, depois de conversamos no open bar, fomos pra pista de dança, um homem chegou até a mim, mesmo com o Felipe ao meu lado, pedindo meu numero, o Felipe respondeu por mim dizendo que eu estava acompanhada e ficou com chateado e passou a noite toda emburrado só por causa que eu fui educada com o homem, com apenas um sorriso que eu dei. Se ele sentia ciúmes de mim era por quê eu significava alguma coisa pra ele.
Arrumei minha bolsa e desci para a cozinha para fazer uma refeição leve antes de ir para o trabalho, sente-me a mesa e enquanto tomava meu suco de laranja escutava o barulho da chuva.
— Bom dia flor do dia, que milagre você já está acordada. — A Clara entrou na cozinha com o seu tom animado.
— Ultimamente tenho me acordado cedo, vai querer uma carona? — Perguntei enquanto tomava o último gole de suco.
— Claro que sim. — Ela me respondeu sentando a mesa.
— Então se apresse. — Falei enquanto reparava a mesma ainda de pijama.
Meu celular que se encontrava em cima da mesa, vibrou e acendeu e pela tela constei que era uma SMS do Felipe.
De Felipe: " Ca, cuidado na hora de dirigir está chovendo e pode ser perigoso, NADA DE CORRER! Quando chegar no trabalho, me liga.”
Não tinha como esconder o tamanho da minha felicidade ao ler a SMS, um sorriso involuntário se fez presente em meus lábios, era bonito o jeito que ele cuidava de mim, seu jeito atencioso e protetor me fazia ama-lo cada vez mais.
— Pelo sorriso é uma SMS do Felipe, quem te viu e quem te ver, quem diria que você iria ficar perdidamente apaixonada. — O seu tom brincalhão seguido com sua gargalhada fez minhas bochechas ficarem avermelhadas.
“Amo o jeito que me faz sorrir, me faz perceber que vale a pena ter te encontrado.”
Eu escrevi mais um frase no bloco de notas do meu celular e o guardei rapidamente no bolso da calça que eu estava usando.
— Estava respondendo a SMS apaixonadinha? Ele mandou o quê? — A Clara perguntou curiosa de boca cheia e tossiu para não se engasgar.
— Não. — Respondi. — Mandando eu ter cuidado com o caminho por causa da chuva. — Respondi enquanto colocava geleia no pão.
— O Felipe é apaixonante. — Ela riu. — Como está o relacionamento de vocês? — Novamente ela perguntou com o seu tom curioso.
— Nosso relacionamento não tem nomeação. — Esperei terminar de mastigar para responder. — Mas está a mil maravilhas.
— E ele se mostra apaixonado? — Seu olhar curioso e o seu tom animado me fez sorrir.
— Sei lá.. — Me ajeitei a cadeira.
— Vocês deveriam oficializar esse namoro. — Ela sugeriu bastante animada com um sorriso nos lábios.
— Vamos parar de conversa afiada, já estamos atrasada, vá logo ou você vai de ônibus. — Falei apressada e séria.
A mesma riu se levantou da cadeira, colocando mais suco em seu copo.
— Você e seu dom de fugir dos assuntos. — Ela gargalhou, saindo dali correndo.
Eu não estava fugindo do assunto, só é delicado pra mim afirma algo sobre o nosso relacionamento, sabendo que não depende apenas de mim.
Acho que demorou uns vinte minutos e a Clara desceu as escadas com atenção para não derrubar os livros que estava carregando em suas mãos.
— Vida de futura professora de geografia não é fácil, me ajuda aqui. — Ela suplicou e eu corri para ajudá-la.
Peguei a metade dos seus livros mais a minha bolsa e a chave do carro. A chuva ainda continuava forte e chegou a trovejar, fomos até a rua aonde estava o carro com uma única sombrinha e nos molhamos um pouco.
Dei partida no carro e comecei a dirigir com dificuldade por causa da chuva, redobrei a minha atenção e evitava conversar com a Clara durante o percurso. Deixei a mesma em frente da universidade que estudava e segui para ONG. Liguei o som do carro em uma estação qualquer para me distrair e passava uma música pop que não me agradava muito, sincronizei em outra estação e estava passando uma música ao meu agrado e deixei tocar.
O limpador de para-brisa esteve ligado durante todo o percurso, desliguei o carro junto com o limpador de para-brisa ao chegar no estacionamento da ONG, tirei o sinto de segurança e peguei meu celular que estava ao meu bolso para ligar pro Felipe.
Inicio da Ligação.
— Fico feliz em saber que você está viva. — Ele falou em um tão brincalhão suspirando para se aliviar-se e riu em seguida.
Sua voz era como um canto suave, um sorriso largo abriu em meu lábios ao lhe escutar.
— Não seja tão ridículo, Felipe. — Acompanhei seu tom brincalhão. — Eu dirijo bem melhor que você.
— Claro. — Ironizou. — Conseguiu estancar meu carro seis vezes em apenas uma rua, você é uma prova viva da tese " mulher no volante perigo constante ". — Ele falou entediado e eu revirei meus olhos.
— Mas foi por causa que foi a primeira vez que eu dirigir seu carro. — Expliquei calmamente. — E outra, homem do lado perigo redobrado. — Retruquei.
— Essa alegação não é válida. — Ele respondeu sério, usando um tom forçado formal.
— Não conhecia esse seu lado machista, vai me dizer que acha que a mulher tem que passar o dia cuidando da casa e dos filhos e depender do marido pra tudo? — Perguntei me invocando, em pleno século XXI não era aceitável aceitar um comentário desses.
— Pelo menos a minha mulher, sim. — Ele respondeu como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Mas posso abrir uma exceção pra você, Ca.
Mordi meus lábios para não rir, demostrando o tamanho da minha felicidade ao ouvir isso. Não tive como controlar o brilho dos meus olhos, agradeci mentalmente por essa conversar ser pelo telefone pois nesse exato momento eu estava sorrindo como uma boba apaixonada.
— Depois conversamos sobre esse seu lado machista, que é inaceitável, pelo telefone não dá. — Falei apressada e ele riu. — O que vai fazer hoje?
— Trabalho, trabalho e trabalho. — Ele me respondeu um pouco entediado, talvez pelo cansaço de uma semana inteira de trabalho.
— Vou almoçar no restaurante perto da sua clinica, não quer ir? — O-convidei, na verdade não estava nada planejado, era apenas um pretexto pra a gente se encontrar hoje.
— Adoraria almoçar com você hoje, mas no meu horário do almoço terei que ir à hípica. — Ele se lamentou.
— Visitar a sua amiga. — Enfatizei e pausei — a Paula?
— Você fica muito irônica e linda quando está com ciúmes. — Ele segurou o riso. — Mas respondendo a sua pergunta, eu não irei visitar a minha amiga Paula, a mesma está participando de uma competição fora do estado.
— Ah. — Fiquei sem palavras e bastante envergonhada, eu tinha que aprender a controlar minhas falas provocativas. — Poderíamos assistir um filme juntos, essa noite. — Tentei concertar. — E fique sabendo que eu não senti ciúmes. — Menti.
— Claro. — Novamente ele ironizou e gargalhou. — Na sua ou na minha casa?
— Na minha. — Respondi apressada. — Ás oito.
— Combinado, terei que desligar agora, o trabalho me chama. — Seu tom de voz era amável e suave.
— O meu também. — Respirei fundo e soltei o riso.
— Bom trabalho, se cuida! — Ele respondeu calmamente e desligou em seguida.
Fim da Ligação.
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Chora Menina
RomantizmEla uma menina cheia de sonhos que teve sua adolescência interrompida por um abuso sexual. Ele um menino comum. Ela cresceu e se tornou uma mulher infeliz. Ele cresceu e se tornou um homem comum, com pensamento comum. Ela luta dia após dia para esqu...