14 Capítulo - O Melhor Presente.

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Acordei completamente suada, com a respiração pesada e aquela terrível sensação de vazio. Já fazia um tempo que eu não tinha pesadelos e o dessa noite foi particularmente ruim. 

Abri os olhos tentando obriga-los a entrar em foco o mais rápido possível. Eu precisava ter a certeza de que aquilo não era real. 

Fitei o teto por longos segundos. 

Estava tudo bem. Aquele não era o teto colorido do meu antigo quarto, em Recife. Eu não morava mais lá. Não havia mais quarto com parede da cor rosa e branca, não havia mais dor, não havia motivos para chorar. Foi apenas um pesadelo. 

Eu não iria deixa esse pesadelo me abalar, não hoje, sexta-feira, meu aniversario. 

Me virei a direta e encarei o meu cômodo e em cima dele estava meu relógio que marcava seis e meia da manhã e pela primeira vez nesse mês não precisei da Clarinha para me acorda. Puxei um lençol de seda branco que não me cobria mais já que durante o meu pesadelo me descobrir e me enrolei nele. 

Eu estava ansiosa e isso era fato e tudo que eu conseguia fazer, era imaginar a forma que ele viria me dar os parabéns num dia que pela primeira vez depois de anos, se tornou um dia especial. Peguei meu celular e comecei escrever no bloco de notas possíveis reações minhas e dele, rindo ou chorando em cada uma dessas hipóteses, afinal, tudo poderia acontecer. 

Numa das paginas do bloco de notas escrevi assim.. "...E que bom que você chegou..."  Uma frase curta mas com um significado enorme e verdadeiro pra mim. 

— Levante-se Ca, faça do seu dia ser o melhor de todos. — Falei a mim mesma, enquanto me descobria e me levantava da cama, com uma disposição que nunca tive pela manhã. 

Levantei-me apressadamente. Tomei um banho bem quente pois os dias continuavam frios, e como os dias frios pedem banhos bem quentinhos e demorados, tomei, pena que eu só pude cumprir o quente, porque o demorado não daria para aquele momento. Vesti-me e comecei a juntar meu material para sair de casa… Que? O que eu pensei? Hoje não, eu não iria trabalhar, hoje eu não iria fazer nada além de curtir o meu dia, com tudo o que eu tenho direito. 

Tive a brilhante ideia de passar na cafeteria, eu estava disposta em fazer um belo café-da-manhã pra mim e pra Clarinha, era uma forma para nos duas comemorarmos meu aniversario juntas e a sós. Desci as escadas correndo e olhei em volta e a casa permanecia silenciosa. 

Quando saí para a rua aquele vento gelado bateu no rosto. Meu Deus, mas como estava frio. Então sai andando com passadas ágeis. Eu nem pude admirar a beleza da manhã fria com um sol tímido do amanhecer. Ao andar avistei uma cafeteria que ficava próxima a minha casa. Entrei e logo pedi cookie e chocolate quente para a viagem, paguei e sair apressadamente e meu celular tocou, peguei imediatamente e no visor vi que era a minha mãe. 

Inicio da Ligação. 

— Bom dia mãe. — Prendi meu celular com ajuda do meu ombro, enquanto organizava a sacola que estava em minha mão. 

— Filhaaa. — Ela gritou e eu fui obrigada a afastar o meu celular do meu ouvido. — Parabéns meu amor, como eu queria está ai com você, eu te amo. 

— Obrigada mãe, também te amo. — Falei estampando um sorriso em meus lábios. 

— Como você está? — Seu tom ainda permanecia animado. 

— Estou ótima, estou com muitas saudades suas, e você, como está? — Tentei acompanhar o seu tom mas era impossível, ela tinha voltado a ser uma mulher elétrica e isso me deixa muito feliz. 

— Bem, me conta sobre você, vai fazer o quê hoje? Vai ter festa? — Ela perguntou apressadamente e ao mesmo tempo atenta querendo saber cada resposta. 

Chora MeninaOnde histórias criam vida. Descubra agora