Chora Menina

27 Capítulo - Tresloucada.

O Felipe dormia tranquilamente e pela segunda vez eu despertava ao seu lado, mas agora era diferente eu só queria aproveitar esse momento, olhar para ele e admira-lo ao máximo, sua respiração era lenta e tranquila e em frações de segundos ele sorria, mesmo dormindo, o que só comprovava que ele estava tendo um sono sereno. Ele não sabia, mas enquanto eu o observava eu gravava a sua imagem com detalhe, para nunca mais me esquecer.

Finalmente ele tinha sido meu e finalmente eu tinha me entregado para ele, é algo tão intenso, avassalador e ao mesmo tempo puro. Vê-lo em minha frente agora só provava o que eu já não tinha duvidas eu fiz a escolha certa.

Fechei meus olhos lembrando da noite passada e um sorriso serelepe se fez em meus lábios, eu não saberia explicar a ninguém sobre o que eu senti, o quão perfeito foi, pois era um sentimento só meu, sentimento no qual eu daria tudo para senti-lo todas as noites.

Passei minha mão em sua face e a cariciei, cada detalhe seu era perfeito, seu nariz tinha o tamanho perfeito, seus lábios a grossura perfeita, seus cílios tinha o volume perfeito, mesmo com os seus olhos fechados eu conseguia enxergar seu olhar intenso, era magico, como se mesmo ele dormindo estivesse me olhando e mante seus olhos nos meus e por isso que não tive medo, seus olhos me passavam confiança e isso a partir de agora era tudo. Devo confessar que nunca me senti assim antes, era como se ao lado dele eu estivesse segura, leve, sem medo ou preocupações ou apenas feliz, sim feliz! Eu estava radiante, uma felicidade que não cabia em mim era só pensar em estar ao seu lado e já nascia um sorriso idiota no rosto.

Com cuidado eu ia me levantando para não acorda-lo pois eu tinha um plano em mente de fazer um café-da-manhã só para ele. Lavei meu rosto e olhei para o espelho e pelo reflexo vi o box verde trazendo lembranças, rir de lado pois nunca imaginei que seria tão incrível. Prendi meus cabelos e vesti a sua blusa que ficava um vestido em mim e por fim eu estava pronta para descer.

Se a minha vida já tinha cor, agora parecia que todas as cores se tornaram mais nítidas. As cores dos quadros do corredor ficaram mais intensas, analisei tela por tela, todas assinadas pelo Luiz e agora sim a decoração da Jessica tinha sentindo, agora tudo fazia sentindo.

— Parabéns, filhinha.

De repente ouço uma voz vindo do fundo do corredor e me arrepiei da cabeça aos pés, eu reconhecia o tom e o sarcasmo da sua voz mesmo se tivesse milhões de pessoas gritando ou falando ao meu lado.

— Eu não acredito que você conseguiu, você é só minha.

Fechei minhas mãos com forças e respirei fundo e em questões de segundos olhei pra trás. Aliviei meus ombros e não tinha ninguém ali. Passei as mãos nos meus olhos, levando para os meus cabeços deixando-as ali.

— Eu só posso está ficando louca. — Eu disse para mim mesmo.

Continuei andando e aquele corredor nunca foi tão longo. Os quadros agora tinha a tonalidade mais intensas e mais vivas do que a segundo atrás.

— De uma coisa eu tenho certeza suas duas primeiras vezes vão ficar marcadas. — A voz continuou. — E sabe qual é a melhor parte disso? Eu fui o seu primeiro, eu fui o primeiro que lhe amei.

— Pedro, eu não tenho mais medo de você.

Coloquei o meu melhor sorriso em que meus lábios são acostumados. Suspirei aliviada tirando a metade do peso das minhas coisas, afinal a menina acabou de parar de chorar. A psicologia explica que a nossa mente tem a forma prática de realizar o processo de tomar a consciência da forma como queremos pensar e agir e orientarmo-nos a nós mesmos, forçando-nos a desenvolver um padrão mental que suporte aquilo que queremos passar, ou seja, o que acabou de acontecer foi uma forma que a minha mente criou para um dos primeiros passos do processo de me libertar de mim mesma.