Prólogo

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– Eles desistiram de me esperar? – Catherine perguntou quando chegou no escritório e encontrou apenas seu melhor amigo/empresário na sala de reuniões. Tinha ficado presa no trânsito no centro da cidade e estava mais do que excessivamente atrasada. Leonard negou com um aceno. – Então desistiram da reunião? 

– Estão presos no trânsito. Aparentemente aconteceu algum acidente e a cidade está parada.
– Eu sei, fiquei um tempão presa no trânsito também. – ela suspirou. – E sobre o que é? Um novo contrato?
– É.
– Vou comprar alguma coisa para comer, estou morrendo de fome. Quer?
– Não, obrigado. E não demore, eles devem chegar daqui a pouco.
– Vou na lanchonete do outro lado da rua, pode ficar tranquilo. – ela sorriu e se virou, saindo da sala.
Precisava comer, porque sabia que essa reunião não acabaria rápido e ela estava morrendo de fome. Comprou um sanduíche e uma Coca-Cola, algo que seu personal e sua nutricionista reprovariam. Flashes foram disparados em seu curto caminho até a lanchonete do outro lado da rua e no retorno ao escritório de seu empresário/melhor amigo, como sempre.

– Eles chegaram. – Gretchen, a recepcionista, avisou-a quando ela voltou ao escritório e Catherine fez uma careta.
– Espero que eles não se importem se eu comer durante a reunião. Mas, se eles se importarem, vou comer do mesmo jeito.
– Você não existe, Cat. – a mulher disse, rindo.
– Essa reunião não vai acabar rápido, aposto que vou ficar entediada em cinco minutos. – ela resmungou e seguiu até a sala de reuniões, que ficava seguindo um pequeno corredor.
Ao abrir a sala, deparou-se com Leo e outros dois homens, e ela conhecia um deles.
– Ah, ela chegou. – Leonard disse, dando um sorriso.
– Perdão pela demora, nós ficamos presos no trânsito.
– Ah, tudo bem. Eu cheguei agora há pouco também, essa cidade hoje está um verdadeiro inferno. Espero que vocês não se importem se eu comer enquanto conversamos, porque eu estou morrendo de fome, não tive tempo de tomar café da manhã em casa. – ela falou e tomou um lugar ao lado de Leonard, ficando de frente para os dois homens.
– Sem problemas. – o outro homem disse. – Meu nome é Hugo, esse é meu amigo Holger.
– Eu o conheço, ele é do meu time. – ela falou sem olhar para os dois, estava preocupada em abrir sua Coca-Cola. – Enfim, para que é tudo isso?
– Holger está passando por um momento difícil, o ostracismo está batendo à porta depois daquelas lesões todas, ainda tem, também, a questão de frequentemente as perguntas se tornarem pessoais sobre relacionamento. – Leonard foi quem se pronunciou.
– E o que eu tenho a ver com isso? – Catherine perguntou depois de mastigar um pedaço do sanduíche que tinha comprado.
– Resolvemos unir o útil ao agradável e fazer um contrato de marketing.
– Continuo sem entender.
– Ele perdeu a mídia, você a tem quase toda para si, e os dois estão solteiros e já se cansaram de ouvir coisas sobre relacionamentos. – Hugo explicou e ela assimilou as informações.
– Então é um contrato de marketing para fingirmos ser um casal? – ela perguntou e os três assentiram. – Vocês só podem estar de sacanagem comigo.
– Cat, você sabe que eu nunca faria algo para te prejudicar. – Leonard disse, sério.
– Vocês não podiam ter tentado da forma convencional?
– Teríamos feito isso se não os conhecêssemos tão bem. – Hugo disse, olhando para Holger, que tinha permanecido calado o tempo inteiro e estava cada vez mais sem graça. – Nós os apresentaríamos, vocês se cumprimentariam e acabaria aí.
– E o que você acha disso? – ela perguntou a Holger, que não abriu a boca, só ficou mais vermelho do que já estava. – Eu sei que você fala, e nós dois sabemos que eles já decidiram e estão apenas comunicando-nos o que vai acontecer, então expresse sua opinião.
– Eu... – ele disse tão baixo que quase nem se ouviu. – Não sei se vejo problemas nisso. Queria voltar à seleção, queria voltar para o Bayern, eles não querem renovar comigo quando o empréstimo acabar. Em alguns meses eu estarei de férias e desempregado.
– E como vocês querem que a gente faça isso? – Catherine se virou para Leonard e Hugo.
Sua expressão já não era tão amigável mais.
– Primeiro vocês sigam-se em redes sociais e...
– Eu já o sigo há muito tempo. – Catherine interrompeu a fala. – E ele me segue também.
– Então comecem a trocar alguns eventuais comentários em fotos e...
– E vamos ser vistos juntos, alguém tira uma foto, posta na internet, os rumores começam a aumentar, continuamos a comentar nas fotos um do outro e um tempo depois assumimos que estamos namorando. – Catherine disse, rolando os olhos, enumerando as fases pelas quais aquele "relacionamento" passaria. – Mas espero que vocês saibam que não adianta nada "atrair a mídia" se ele não jogar mais do que os que estão na seleção. E se não parar de tomar bola nas costas e correr feito um desesperado sem rumo.
– Isso não vai dar certo. – Holger resmungou.
– Muito pelo contrário. – Hugo deu um sorriso, observando Catherine terminar de comer seu sanduíche. – Acho que isso vai ajudar. E muito.
– A contar pela quantidade de fotógrafos na porta, já devem estar especulando que estamos juntos. – ela disse, debochada.
– Descemos no estacionamento do prédio e subimos direto. – Hugo disse e ela se virou para Holger.
– Você tem dezoito meses para conseguir o que quer, a contar de quando assumirmos, Badstuber. – ela disse, séria. – Nem um dia a mais.

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