Capítulo 17

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Sábado, 16 de setembro de 2017


"Passamos ai em quinze minutos, esteja pronta ou vai ficar pra trás!"

Catherine viu a mensagem do irmão e não demorou a vestir uma calça jeans, a camisa do Bayern daquela temporada de mangas longas, com o nome e o número de Thiago Alcântara impressos nas costas, um boné vermelho do time com a aba virada pra trás e calçou o par de tênis que tinha separado para usar, ficando pronta antes dos quinze minutos que Davi usara para ameaçá-la, sabia que ele chegaria pontualmente. E ela estava animada para voltar ao estádio, acompanhada do pai e do irmão, como não faziam há tempos, então jamais se atrasaria.

Não iriam na Südkurve como antes, não era mais tão seguro, ainda que Catherine duvidasse muito que tivesse fãs por lá e que os torcedores desviariam sua atenção do jogo para ela. Era a Südkurve, ninguém queria saber de nada além do Bayern de Munique! Mas o importante era que os três estariam juntos na Allianz Arena para torcer pelo Bayern depois de tanto tempo, não importava o setor em que estivessem.

Pelo menos não estariam trancados num camarote e Catherine poderia assistir ao jogo e torcer bem perto da própria torcida, poderia cantar e torcer de verdade, ainda que com certo comedimento, afinal, estaria no mesmo setor em que o presidente do time, as esposas, familiares e os próprios jogadores assistiam aos jogos quando não jogavam.

Mesmo sabendo que sua presença na Allianz Arena seria comentada por todas as revistas e sites de fofocas assim que se dessem conta de que ela estava lá, Catherine não se importava o suficiente para sopesar se iria ou não para o estádio e se torceria para o time como era acostumada a fazer: cantando, gritando e xingando quando era necessário; queria aproveitar a véspera do próprio aniversário com o pai e o irmão, como nos velhos tempos.

Nos quinze minutos acordados, o celular de Catherine tocou e ela saiu do apartamento, esperando pelo elevador e praticamente saltitou até o carro do pai quando saiu do prédio. Davi estava ao lado dele, no banco do passageiro, e ela sentou-se no banco de trás.

- Papa! – falou animada, inclinando-se para frente e deu um beijo demorado no rosto do pai antes que ele desse partida.

- Mäuschen. – falou carinhoso.

- Na volta eu vou sentar na frente, Davi. Eu odeio andar no banco de trás!

- Você sempre anda no banco de trás quando sai de carro, para de reclamar, Catherine Heinze. – Davi respondeu, abanando a mão para trás, tentando acertá-la. Catherine voltou a inclinar-se, dando um beijo demorado no rosto do irmão e o abraçou de forma desajeitada. – Seu aniversário é amanhã e eu ainda não recebi o convite pra sua festa.

- Não vai ter festa. – respondeu, ajeitando-se no banco e colocando o cinto.

- Não? – perguntou surpreso, virando-se para olhá-la.

Catherine era uma das maiores fãs de festas de aniversário que ele conhecia, aquela informação de não fazer uma festa para comemorar mais um ano de vida era realmente preocupante.

- Eu até tinha pensado em uma festa a fantasia, mas desisti. – Catherine voltou a dar de ombros, fazendo Davi ficar ainda mais surpreso. – Eu vou comemorar, mas uma coisa apenas para os mais íntimos.

- E por que eu não fui convidado? – ele estreitou os olhos, fazendo o pai rir.

- Você está sendo convidado agora, Schnucki, eu ia falar quando voltássemos do jogo, em todo caso. Eu encomendei um bolo naquela confeitaria deliciosa que eu amo e vamos cantar parabéns lá no meu apartamento.

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