Capítulo 1

1.7K 65 4
                                    


Desde a tal ideia do contrato, vinte e dois dias atrás, ela e Holger trocaram algumas mensagens, coisas básicas como avisar um ao outro da postagem de fotos ou qualquer coisa que Hugo ou Leo mandassem. Trocavam comentários em algumas fotos, não em todas, porque queriam passar uma imagem convincente de serem apenas amigos, mas nunca tinham sido vistos juntos.

Ainda. 

Nenhum dos dois gostava de noitadas e baladas, então não teriam problemas em fingir que aquele relacionamento era realmente sério. Ela estaria em turnê dali uns meses, e os dois não se veriam por bastante tempo, bastaria fingir saudades em redes sociais. Ela mora permanentemente em Munique, e ele ainda mora em Gelsenkirchen, mas em breve deve se mudar de lá; não sabe para qual cidade, porque o Bayern não parecia disposto a tê-lo de volta e muito menos o Schalke parecia interessado em comprá-lo. Outras propostas estavam sendo analisadas, então era bem provável que morassem longe. Ambos não poderiam ficar viajando para eventos e nem para serem vistos juntos todo fim de semana. 

No fim das contas, aquele relacionamento atrairia marketing e ambos ganhariam dinheiro sem fazer realmente algum esforço. Os termos ajustados eram simples: fingiriam ser namorados e os encontros aconteceriam na medida que seus compromissos profissionais permitissem.
Catherine não estava gostando nem um pouco, mas tinha concordado, o contrato – ainda que não fosse escrito, fosse apenas verbal – estava firmado, e ela tinha dado sua palavra de que faria parte daquilo.

– Está na hora de vocês serem vistos juntos. – Leonard falou e Catherine ignorou, fingindo mexer no celular. – Você me ouviu? 

– Marque o que você quiser, não tenho outra escolha mesmo. 

– Holger está na cidade, amanhã vocês vão ao cinema. Marquem o horário entre vocês. É preciso que esse namoro comece de verdade. – ele falou, sério, e ela suspirou, assentindo.

– Não é como se eu tivesse muitas opções, de qualquer forma. E sei que entrei numa coisa que não vai dar em nada, porque duvido que ele volte para a seleção e para o time por isso. 

– Você ainda tem aquele crushzinho nele? – Leonard perguntou e ela rolou os olhos. 

– Estamos grandinhos demais para usar esse termo, você não acha? – ela perguntou, debochada. 

– Você não negou. – ele sorriu abertamente. – Então temos aqui o motivo de você não ter berrado que não participaria disso tudo. 

– E você usou essa informação para unir o interesse dele por mídia e o da mídia em me arrumar um namorado. 

– Talvez. – Leonard deu de ombros e sorriu, abraçando a amiga de lado. – Mas vai que essa é a chance de fazer aquela sua paixãozinha platônica se tornar real.

– Sem chances. Aquilo acabou faz tempo. E tem o fato de ele ser gay. 

– Ele é? – Leonard perguntou assustado. 

– É o que se especula. E eu acredito nisso mesmo. 

– Ah, mas muita gente falava do Cristiano Ronaldo, e ele não é. 

– Falavam apenas por ele ser bonito e gostar de se cuidar, o que não é mais do que a obrigação. 

– E o que te faz achar que Holger é gay? 

– O jeito. Não com aquele estereótipo que criam, mas ele nunca teve uma namorada, não curte foto de mulher no Instagram e, sei lá, não parece ser hétero. 

– Isso é estereótipo. – Leonard riu. – Não acho que ele seja gay. 

– Ele é. – ela assentiu. – E vamos parar de falar, você vai embora e eu vou dormir. Aparentemente tenho um encontro amanhã. 

Trato FeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora