Epílogo

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[N/A: Essa música será citada em um determinado momento, se quiser ouvir, sinta-se à vontade!]

Paris, 31 de dezembro de 2018

Holger estava resmungando.

Como sempre.

"Mas amor, está muito frio... Dá pra ver a Torre daqui, pra quê sair pro frio? Aposto que o pôr-do-sol é exatamente do mesmo jeito visto daqui. E está nublado, bonitinha, vamos ficar aqui... tenho uma ideia melhor de como usar nosso tempo..." e coisas do tipo, mas quase dois anos depois de termos embarcado nesse nosso lance, que começou como uma mentira e se tornou namoro de verdade, eu já aprendi a lidar com as rabugices de Holger Badstuber.

Nós passamos o Natal em família lá em casa e foi ótimo, foi um Natal totalmente sem defeitos na companhia de pessoas fantásticas e que amo. Nós jantamos e trocamos presentes à meia noite, depois fomos dormir e almoçamos juntos no dia seguinte. Sam, Ian, Bob e toda a família dele apareceram para o almoço do dia vinte e cinco e eu tive um dos melhores natais da minha vida.

Mas o ano novo eu queria que fôssemos apenas nós dois.

Na virada de 2017 pra 2018 nós não passamos juntos por mil e um motivos, mas esse ano estaremos juntos e temos mil e um motivos para fazer isso de um jeito nosso, mesmo que pareça que é um "jeito Catherine", sei que ele também estava pensando em algo assim, só nós dois, talvez na Alemanha mesmo, mas é bom sair do lugar comum. E quando fomos à Veneza eu disse que um dia ia trazê-lo pra ver o pôr-do-sol no lugar mais bonito. E estou fazendo isso.

Está nublado? Sim. Mas é possível ver o céu e o sol, então vamos conseguir ver tudo.

- Você quer me fazer sentar nesse concreto frio pra ver nuvens cobrindo o céu e tampando o pôr-do-sol, bonitinha?

- Você esfria a sua bunda e eu mantenho a minha bunda quente, porque vou sentar no seu colo. – respondi desaforada e ele deu uma risada, me abraçando pelos ombros.

- E os planos pra virada?

- Temos boas opções, então você escolhe: podemos ficar aqui e ver o show de luzes na Torre, tem a queima de fogos no Arco do Triunfo ou podemos ir pra Disney e ver o show de fogos no castelo da Cinderela.

- Sério? – perguntou surpreso e eu assenti.

Tínhamos alugado um apartamento em um prédio bem próximo à Place du Trocadero, então nossa caminhada foi rápida, ainda que tenhamos parado para comprar um café e logo estávamos no local que eu queria, sem nenhum impedimento. Sentei no banco de concreto e, mesmo sentindo o frio penetrando minhas roupas, eu estava feliz, primeiro pela companhia, depois pelo local e, por último, porque o céu começava a dar sinais de que permitiria que assistíssemos ao pôr-do-sol sem nenhuma nuvem cinza atrapalhando.

Holgi sentou ao meu lado, tomava seu café e observava o céu, o nariz franzido e a expressão de quem duvidava de que aquilo daria certo, ainda que não estivesse tão nublado quanto estava de manhã.

- Pare de tentar agourar meu pôr-do-sol, Badstuber. – reclamei, cutucando sua perna e ele deu um sorrisinho.

- Não adianta nada você querer o pôr-do-sol e a estação não permitir, Cat.

- E então, você já decidiu se quer ver as luzes ou os fogos?

- Pode escolher. – ele deu de ombros.

- Holger, eu vou te dar um soco. – resmunguei e ele riu. – Se eu estou falando pra você escolher, então você escolhe.

- Acho que vou ficar com a opção das luzes. Quer dizer... você pagou? Se sim, podemos ir pra Disney, aposto que você está muito afim de ir lá.

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