Capítulo 40-B

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- Eu espero que você me reembolse, Badstuber. – Hugo falou sério quando entrou na casa do amigo.

- Claro, só dizer quanto a passagem custou e eu deposito na sua conta. – Holger suspirou. – Eu sei que eu devia ter ido até lá para resolvermos tudo, mas eu simplesmente não consegui. Você sabe que é bem mais complexo do que colocar algumas roupas numa mala e pegar um avião.

- Eu sei e é por isso que vim te tirar de casa. Vamos sair pra beber algumas cervejas, ouvi dizer que a dor de cabeça da ressaca costuma abafar a dor do amor.

- Ouviu dizer na sua própria vida. – Holger respondeu, soltando uma risadinha pelo nariz. – Mas vou aceitar, ficar aqui olhando tudo e pensando nela não tem me ajudado.

- Então vamos, porque quanto antes começarmos a beber, melhor.

- Você fala isso, porque quem vai treinar de ressaca sou eu.

- Melhor ainda, a dor de cabeça e a ressaca vão te fazer concentrar as lamúrias em outra parte do corpo que não seja o coração. – Hugo falou, dando uma risada pelo nariz. – Pede o Uber.

- Eu te odeio.

- Imagino que vai odiar mais ainda amanhã quando acordar de ressaca. E, inclusive, assim que chegarmos lá eu quero seu celular.

- Eu nem estava pensando nisso.

- Agora, mas quando ficar bêbado essa será a primeira coisa que vai passar na sua cabeça. O álcool mata, meu amigo, mas primeiro ele humilha.

- Você fala com tanta propriedade que eu fico preocupado.

- Agora eu tenho uma relação saudável com meu coração partido.

- Eu estou percebendo. – Holger soltou uma risadinha debochada, tirando o celular do bolso para pedir o Uber. – Eu quero apenas beber pra esquecer que perdi o amor da minha vida por ser um idiota.

- Vamos. – Hugo deu uma risadinha, pegando o celular e os dois saíram da casa, Holger trancou a porta e logo estavam no Uber a caminho de um bar.

- Estou me sentindo num filme adolescente e que vai acabar com meu fígado e com minha sanidade.

- A vida adulta é isso mesmo, Holger. Sofrer feito um adolescente, ter os órgãos comprometidos e pagar as próprias contas. – Hugo falou, fingindo-se de sério, mas Holger deu uma risada.

O caminho até o bar foi rápido, os dois não conversaram muito mais dentro do Uber e quando chegaram, escolheram sentar no balcão, bem perto do bar para que a bebedeira planejada para aquela noite fosse bem executada e sem muita dificuldade.

Hugo desligou e guardou o celular de Holger no bolso, as cervejas foram pedidas e uma música alta tocava, pessoas dançavam e conversavam no local e Holger tinha os olhos perdidos por todo lugar, sem prestar atenção em nada de verdade.

- Desde quando você conhece essa música? – Hugo perguntou enquanto Holger cantarolava, sem perceber, a música que tocava.

- Que música?

- Essa que está tocando, idiota.

- Ah. Isso é Blake Shelton, Honey Bee. – deu de ombros. – Cat gosta muito, eles são amigos, conheço algumas músicas.

- E você gosta de música country?

- Um pouco. – Holger voltou a dar de ombros. – Cat me mostrou boas músicas desse gênero, esse cara é bom.

- Tudo bem, vamos parar de lembrar do seu antigo relacionamento e vamos apenas beber e ter uma noite divertida.

- Eu vou acabar mais bêbado do que pretendo e duvido que consiga esquecer, de qualquer forma.

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