Capítulo 43

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- O que você está fazendo aqui? – Holger perguntou surpreso quando abriu a porta e deu de cara com Catherine e duas malas.

- Oi amor, tudo bem? Também senti saudades. – Catherine riu, aproximando-se para lhe dar um selinho.

Holger deu espaço para que Catherine entrasse e quando fechou a porta atrás de si, Catherine já estava agachada brincando com o cachorro, falando com a voz fina de quem conversa com animais e rindo da euforia do bicho. E Holger sabia que não conseguiria a atenção dela por bons minutos, então pegou as malas e levou para o quarto, ainda sem entender bem o que estava acontecendo, mas isso era uma coisa que ele tinha aprendido: Catherine era um mistério e não podia realmente ser entendida.

Voltou à sala, encontrando-a sentada no chão, abraçada ao cachorro e ele não conteve um sorriso. Como assim era possível amar uma pessoa cada dia mais? Porque era exatamente assim que se sentia.

- Você vai ficar me olhando com essa cara de doido? – Catherine perguntou, olhando-o de forma implicante.

- Você surge na minha casa do nada e sem avisar e eu sou o doido?

- Já ouviu falar em surpresa? – ela implicou, ficando de pé e aproximando-se de Holger, envolvendo o corpo dele em um abraço. – Senti saudades.

- Saudades. – Holger repetiu, cheio de sotaque e Catherine sorriu. – Mas aconteceu alguma coisa?

- Não. Eu só tive uma ideia ótima.

- Tenho medo das suas ideias, mas me conte sobre. – Holger falou, soltando o abraço e os dois sentaram no sofá.

- Ao invés de sumirmos por apenas um fim de semana, porque você precisa trabalhar, eu vim ficar com você. – Catherine respondeu em tom óbvio. – Eu estou de licença médica e não tenho o que fazer em Munique, já que meus pais e amigos trabalham, então vou ficar em Stuttgart por uns dias, longe do tumulto de Munique e totalmente em paz.

- E você acha que não te viram sair de Munique? – Holger perguntou quase debochado.

- Troquei de carro. – Catherine sorriu satisfeita. – Nunca me viram num carro desses, então quando o "carro simples demais para ser de um dos ricos" saiu do condomínio, ninguém deu a menor importância.

- E os médicos?

- FaceTime com o psiquiatra toda semana nos horários das sessões presenciais, a mesma coisa pra psicóloga, mas ela duas vezes na semana, o metabologista e o endocrinologista só precisam me ver daqui vinte dias, até lá eu já terei cansado da sua cara e voltado pra Munique. Confirmei com Jay que vou me exercitar aqui e fazer yoga, a nutricionista quer fotos de todas as minhas refeições e a fonoaudióloga também vai ser uma sessão por semana via FaceTime.

- Você pensou em tudo mesmo. – Holger deu um sorriso e voltou a abraçá-la.

- Inclusive, amei o áudio que o Mario me mandou. – Catherine provocou.

- E por falar nisso, você já avisou sua mãe que já chegou?

- Sim.

- E por que não usou a chave pra entrar?

- Imagina se eu abro a porta e você está, sei lá, com outra?! – Catherine implicou.

- Ela é só nas sextas, amor, pode ficar tranquila.

- Que bom!

- E por falar nisso...

- Lá vem.

- Você e o Maluma...

- Holger!

- Que foi? Eu só fiquei curioso. – deu de ombros, tentando fingir que estava realmente tranquilo sobre aquilo.

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