Capítulo XLIV

1.3K 74 26
                                    

REINO DE MONTEMOR



Os reinos estavam em festa. Em cada vilarejo, aldeia, cidade, casa, cabana e castelo, todos nos reinos de Montemor e Artena festejavam o nascimento e a chegada da princesa. No Castelo Real, a rainha Crisélia organizara um grande banquete em homenagem à Princesa Isabel, primogênita e herdeira dos tronos de Artena e de Montemor, depois da futura sucessão de Afonso. O castelo estava em polvorosa, as decorações tomavam os salões e os jardins, os convidados enchiam os quartos, e um grande baile estava para começar.

Na Aldeia Real, ali, próxima ao castelo, uma grande celebração acontecia entre os plebeus, o som de suas festividades era ouvido de longe, e no centro, na praça da aldeia, muitos dançavam, e riam, e bebiam, erguendo brindes em nome de Isabel de Lurton e Monferrato, a mais nova princesa, para todos ali, a chegada de tal criança representava o futuro.


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


A herdeira, ela carregava consigo as esperanças de seu povo, ela era a personificação da continuidade do reinado de seus pais, a prova de que o reino seguiria com a linhagem real, ela era estabilidade, era a promessa de que esses reinos ancestrais continuariam a existir, pois uma nova herdeira havia nascido.

Isabel, a pequena criança que era motivo de tanta alegria, repousava em seu pequeno berço, sem saber que seu nome era repetido em milhas e milhas de distância, sem saber que seu destino seria herdar o trono de seus pais.

Catarina observava a filha, e Afonso notou que agora, a pequena com seus pequenos olhos abertos, escuros e brilhantes, olhava de volta para a mãe. Uma menina tão linda, tão perfeita, Catarina ficava absorta de tudo mais quando parava para admirar a filha, ele a tinha visto, muitas vezes a pegava durante a noite, por horas a fio, velando o sono de Isabel, olhando seu pequeno peito subir e descer com cada respiração.

- Catarina, se não se arrumar logo, vamos nos atrasar para o banquete. – avisou Afonso, olhando para ela do outro lado do quarto.

- Perdão, você está pronto meu amor? – perguntou ela, sarcástica. – Que eu saiba, o traje para banquetes e bailes reais é um belo e refinado gibão.

Ele riu. Ainda vestia as roupas de baixo, decidindo ainda qual gibão usar na cerimônia, às vezes, ele parecia mais nervoso do que Catarina nesses eventos, na maioria deles, na verdade. Afonso sentia-se no meio de um bando de hienas, sendo analisado e estudado, o cordeiro que todos desejavam devorar, essa pressão sempre o assustara. Afonso a olhou, e sorriu para Catarina, por um instante, vê-la ali, ao lado do pequeno berço da filha, o fez ficar quase hipnotizado.

- Você é a coisa mais preciosa da minha vida, sabia. – sussurrou ela para a filha no berço. - Eu vou erguer Artena minha pequena, e quando você herdar o trono, esse será o maior reino, o mais importante e vasto, da Cália e do Oriente.

A Grande Rainha - Contos da CáliaOnde histórias criam vida. Descubra agora