18.

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Clara Wallker.

Entro em casa aos tropeções, quase levando a  segunda porta comigo, meu pai salta do sofá vindo em minha direção.

-Clara que diabos está acontecendo?

-Pai._ sussurro chorando outra vez, estava dada a largada da época de choro.

-Filha eu to aqui sô, fica calma, fica calma.

Depois de um tempo o colo do meu pai foi uma coisa boa, estar ali e ter ele ali pra mim era algo que eu não poderia abrir mão, ele era tudo na minha vida. Meu pai não era um homem bonzinho seu tataravô era um pistoleiro antigo no Texas e o sangue corria em suas veias ainda.

Meu pai faria de tudo para proteger a gente e não deixaria nada nos machucar nunca, ele fazia o necessário para me ver feliz, e se sacrificou saindo da sua terra amada e vindo para Nova York por mim, pra me dar uma vida melhor e olha eu aqui patética jogada no chão lamentando por um homem que nunca fez nada por mim.

-Me desculpe pai.

-Não precisa se desculpar menina, sou seu pai e por todos esses anos só te vi chorar assim uma vez.

-Está tudo bem, desculpe se te assustei,é apenas stresse do trabalho entrei muito rápido e acabei tropeçando ai me irritei._ digo tentando convencer ele de uma coisa que sabemos que não é verdade.

-Não sei se fiquei convencido dessa história, mas vou te deixar em paz, sabe que pode contar comigo né se alguém  estiver fazendo mala  você eu posso descer o chumbo.

-Pai! _ digo sorrindo e o abraçando. - Eu Te amo.

-Eu também te amo, agora suba vou acender a grelha e sentamos lá fora e podemos olhar as estrelas como a gente fazia antes.

-Por mim tá ótimo pai._ dou um beijo em sua bochecha e subo as escadas.

Fecho a porta e escoro nela,  que doideira que essa noite havia se tornado em poucas horas, tiro toda minha roupa e entro embaixo de uma ducha fria, encosto minhas costa na parede fria e deixo a água escorrer, molhando todo meu corpo, sinto o gosto salgado de algumas lágrimas que escorrem para dentro da minha boca, deslizo pela parede de azulejo e me encolho no chão. Lembro dos olhos azuis penetrantes de Max em cima de mim, prestando atenção em cada palavra que eu dizia, lembro de suas mãos grossas em volta da minha cintura e eu jamais queria ter saído dali, pois ali era meu lugar eu sabia disso, ele sabia bem disso.

Brinco com meus dedos enrugados quando ouço papai na porta.

-Filha vai acabar com a água do planeta se não desligar esse chuveiro, está tudo bem?

-Está pai, eu já estou saindo.

Me levanto segurando na parede mas desequilibro e caio de volta dando uma leve batida na cabeça no chão.

-Porra! _ digo ficando de joelhos apoiando minha testa, vejo a cor vermelha tomar conta do meu banheiro branco. - Ótimo!

Saio do banheiro praguejando todo nome possível e conhecido, olho no espelho e tenho uma linda brecha bem no meio da testa, eu literalmente era parente do frankenstein, limpo com um algodão e álcool.

-Ai!

Termino e procuro por um band-aid e só encontro uma pequena caixinha contendo alguns da barbie.

-Poderia ser pior._ sussurro pra mim mesma.

Me enrolo no meu roupão com os cabelos ainda e vejo um email na minha caixa sem ler, poderia ser da empresa, poderia ser do Alerrandro, mas eu sabia que ali aquele meio de comunicação sexy era nosso, era nosso jeito.

Deliciosamente Fascinado.Onde histórias criam vida. Descubra agora