Deliciosamente Fascinado.

Prólogo.

 
Clara Walker

Nunca tive problemas, minha vida era pacata e tranquila, filha única de um pai batalhador, que fazia de tudo para por um prato de comida a mesa, nunca conheci minha mãe o que eu não dava a mínima tudo o que eu precisava estava aqui na nossa velha casa era eu e meu pai contra todos e estava bom assim.

Me matava em ajudar papai na oficina e trabalhar no luxuoso edifício Palace a tarde era uma grana extra e boa dava um alívio em deixar meu pai em casa em dias ruins, nem todos tem basicamente a mesma sorte em nascer com uma família tão boa, com todo suor que meu corpo poderia dar eu me formei em contabilidade, adorava números as formas como eles se misturavam, era onde eu conseguia relaxar equações, divisão, soma, era minha área, me formei com louvor na minha turma em destaque e ver meu pai sentado assistindo eu receber meu diploma era algo surreal.

Acabo de limpar meu último quarto quando cruzo com uma loira montada em roupas caras e sapatos de marca, era comum, bem mas comum que imaginei elas circularem por aqui, eram mulheres do magnata senhor Lario's do 309, eu limpei uma vez a cobertura parecia que uma bomba tinha sido jogada dentro do lugar, riquinhos de merda.

Pego meu velho carro e dirijo indo pra casa, eu morava no subúrbio de Nova York em uma velha casa que gritava por uma boa reforma,era onde eu cresci, onde ajudava meu pai desmontar motores ou carregava uma bandeja de suco pra ele, onde eu tentei vender limonada mas não fiquei rica com meu empreendimento,era a casa onde meu pai viveu sua vida toda e ali tinha lembranças que ninguém poderia pagar.

Estaciono meu velho Honda em frente a garagem e desço pegando algumas sacolas.

-Pai cheguei._ digo colocando as sacolas no balcão da cozinha. - Pai!

Chamo mas não ouço resposta, ando pela casa e não o encontro, olho pela janela dos fundos e vejo ele na velha oficina, meu pai era fanático naquele lugar, era como um forte pra ele.

-Ei velho o que faz aqui a essa hora?_ pergunto e ele me olha sorrindo.

-Você se parece tanto com a sua mãe quando fala assim.

-Aí pai momento nostálgico agora não, vem vou preparar o jantar, preciso estudar a noite.

Caminhamos lado a lado para dentro da casa ele usando um jeans surrado e uma regata que um dia foi branca, lavo as verduras coloco sobre a tábua e abro duas cervejas entregando uma a ele.

-Quando vai deixar esse emprego e começar fazer o que estudou?

-Velho Lionel sempre apressado, estou vendo algumas opções pai, ainda falta algumas semanas pra formatura, mas por enquanto ganho bem trabalhando no edifício.

-Mas esta te matando Clara,você chega em casa morta de cansada, mal come e  sai novamente não consigo ver quando chega.

-É a vida meu velho pai, e a vida, termina sua cerveja e sobe para se lavar antes do jantar ficar pronto.

Ele mata a cerveja em um último gole bate reticências e sai malhando feito um soldado, sorrio para o lugar vazio que ele deixou, Lionel Walker era o homem mas forte e batalhador que eu já conheci, destemido fazia de tudo por mim e eu tentava retribuir um terço disso a ele, não importa como fosse.

Depois de lavar a louça, e insistir para que ele vá pra cama depois de cochilar no sofá eu finalmente tomo um banho, já era quase 23:30 meu corpo já tinha começado a protestar, hoje era segunda não precisava trabalhar a noite, visto uma camiseta um short prendo meu cabelo em uma trança e faço minha  oração que meu pai havia me ensinado, e enfim depois de um dia cheio me deito programando o despertador novamente, por que amanha o dia seria realmente cheio.