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Clara Wallker.

Nunca imaginei como eu poderia morrer, sempre tive medo de água então morrer afogada era algo que eu abominava e me mantinha longe de piscinas e riachos, fogo era algo relacionado a bíblia  que papai vivia dizendo o mundo ainda se acabará em fogo mas sempre achei pouco provável isso acontecer, já imaginei diversas formas de morrer mas nunca dessa forma.

O tempo em que estive com Chris todos os dias achei que morreria de algum jeito macabro, mas de alguma forma todos os dias uma parte de mim morria realmente, a cada palavra ou gesto ele me matava aos poucos o que era ainda pior.

Sempre estive pronta pra morrer mas nessa noite o medo tomou conta de mim por completo, esperei a minha vida passar diante dos meus olhos e eu me arrepender dos pecados para entrar  no céu mas nada disso aconteceu, me lembro apenas do Bart pulando em cima de mim e depois disso uma escuridão sem fim e o silencio tomou todo o lugar por completo, até aquele momento.

Eu ouvia uma voz tão longe, tão fraca me chamando, chamando por meu nome.

-Estou aqui._ tentei responder. - Estou bem aqui. _ mas a minha voz não saia.

Uma coisa estava certa eu não havia morrido no acidente, não estava mais em Nova York e não estava sozinha.

Abro meus olhos piscando várias vezes, até minhas pálpebras doem com o esforço delas se moverem, todo meu corpo parece ter passado em um moedor de carne várias e várias vezes, é eu estava legal.

Olho pro lado e vejo Bart na cama ao lado desacordado, olho ao redor e com toda certeza esse não era um hospital de luxo onde devíamos estar, alguém nos resgatou do acidente mas algo me dizia que não era Alerrandro, algo bem no fundo me dizia que o acidente foi algo leve diante do que estávamos prestes a passar.

Verifico meu corpo e tudo parecia ok, até eu tentar mover minha perna, levanto minha cabeça e dou uma olhada, estava lesionada meu tornozelo parecia fora, já havia passado por isso antes, pelo inchaço estava fora do lugar era fácil consertar, olho para Bart e paro meu olhar fixamente em seu tórax para ver se movia, e quando vejo subir e descer lentamente sei que ele estava vivo, deixo o ar escapar e deito novamente minha cabeça.

-Bart._ o chamo baixo. - Bart.

Ma ele não se move, tiro uma perna e depois tento levantar movendo o mínimo possível da perna lesionada, vejo cortes e ralados por todo o meu corpo, minha testa estava com algo enrugado passo a mão e vejo que é sangue seco, passo a mão por toda mina cabeça e não tem corte a não ser um pequeno na testa, eu tinha me machucado bem pouco devido ao estado de Bart ele amorteceu tudo pra mim, foi meu airbags me protegendo de uma colisão maior.

Caminho até ele e todo meu corpo me implora pra parar no mesmo instante, tudo doía muito, mas eu precisava chegar até ele e ver como ele estava. Quando chego perto vejo que sua respiração está lenta e fraca. Começo a  tocar seu corpo pra ver se encontro alguma fratura, mas não encontro nada e no lugar encontro um pequeno sangramento pouco abaixo do peito pela quantidade de sangue que a camisa estava ele já havia perdido bastante.

Abro a camisa com cuidado e vejo que não é corte, não foi no acidente que Bart conseguiu o ferimento ele havia levado, um tiro?

Em que parte da noite Bart tinha levado um tiro e eu ao menos havia escutado?

Olho ao redor e não tinha nada no quarto apenas duas camas pequenas e um banheiro fedido pra caralho, tiro minha jaqueta com cuidado e coloco em cima dele, tiro minha blusa e caminho até o banheiro, a molho e volto par o lado dele, tento limpar o máximo que posso do sangue que ainda esta escorrendo e meu coração nega em me deixar fazer isso mas era preciso.

Deliciosamente Fascinado.Onde histórias criam vida. Descubra agora