Deliciosamente Fascinado.

40.

Clara Wallker.

Anos Antes...

-Mamãe vai vestir o vestido vermelho igual a maçã da branca de neve, sabe o por que?

Jocelyn me olha sem entender o que eu estava falando mas ela sorria, Jocelyn sempre sorria e salvava tudo ao redor quando fazia isso, não tinha segredo quando ela sorria, não existia dor, não existia escuridão, quando ela sorria eu era capaz de tudo.

-Hoje é noite de natal Jocy. _ falo penteando seus cabelos. - Isso mesmo natal, é a noite preferida da mamãe e adivinhe quem vai descer pela chaminé? Isso se a gente tivesse uma mas não se preocupe ele virá mesmo assim e vai te dar um super presente.

Acabo de arruma-la e vejo como ela tinha ficado linda, parecia uma bolinha da árvore de natal vermelha e brilhante.

Radiante esse nome servia bem para Jocelyn naquela noite.

Quando descemos a sala estava parecendo mágica tudo brilhava e piscava ao mesmo tempo, Jocelyn fica louca com todas aquelas luzes ela ainda não podia entender como a noite de natal era especial, mas um dia ela entenderia e gostaria tanto quanto eu gostava, eu ensinaria a ela a importância do Natal, do quanto devemos amar o próximo e compartilhar na grande ceia, eu passaria a ela o que meu velho pai havia me ensinado.

Era natal no Texas não nevava, não acontecia o milagre do natal e tão pouco o expresso polar iria passar aqui, mas era uma noite onde aprendi que Chris era bom, não meio bom, ele era totalmente bom a noite inteira, fazia o jantar, abria uma garrafa de vinho e sorria o tempo todo, comprava presentes e deixava embaixo da árvore  que havia comprado, ele sempre dizia que natal era a data que sua mãe mais gostava e fazia questão de fazer uma grande noite feliz.

Era minha data preferida, onde não havia gritos, violência nem cama de cachorro pra dormir, o natal era perfeito. E eu queria tanto que todas as noites fossem natal.

                                                                                       ***

Agora..

-Está realmente pronta? _ Max pergunta.

Se eu estava pronta?

Esperei por esse momento por anos, agora eu poderia ver como Jocelyn está, se ainda tinha cabelos escuros e olhos claros se ainda sorria mostrando todos os dentes, se ainda chorava tanto ao ponto de ficar da cor de um tomate.

Eu esperei muito por isso e ver ela apenas através de um vidro não supriria toda a falta que ela me fez, mas me daria força o suficiente pra entrar no tribunal amanha e olhar nos olhos de Chris e manda-lo pra cadeia sem remorso algum.

-Com toda certeza. _ respondo apertando sua mão.

Entramos em uma sala onde dava pra ver uma outra salinha cheia de brinquedos espalhados por todo lugar e uma mulher brincando de montar peças com Jocelyn, ela estava ali tão pertinho de mim que poderia jurar sentir seu cheirinho de morango.

Espalmo minha mão no vidro e colo minha testa deixando o ar preso sair finalmente, ela estava andando, Deus ela havia começado a andar e eu não tinha presenciado isso, e pela forma que sua boca pequena se movia ela era tão falante eu não podia ouvir sua voz mas dava pra saber que era falante e agitada por que corria por todos os lados dentro da sala.

-Eu queria tanto poder entrar. _ sussurro.

Max coloca a mão em meu ombro e aperta devagar.

-Eu sei. _ ele fala me fazendo virar pra ele.  - E você vai entrar, você vai ter sua filha de volta Clara, vai ter tudo a partir de agora eu vou garantir isso pra você.

Fecho meus olhos deixando minha cabeça descansar em seu peito, exalando seu perfume gostoso.

-Eu senti sua falta Max.

-Não fala sobre isso. _ ele fala me apertando. - Quando penso  que você ficou longe de mim por um ano inteiro por medo, por ter que fugir de um cara como ele eu fico louco, eu estou aqui Clara e quero que confie em mim pra tudo, ninguém vai colocar as mãos em você

Me viro pra frente para ver Jocelyn brincando novamente mas Max não se afasta e eu não tenho vontade de afasta-lo, o calor dele era bom, me sentia segura ali, eu sentia que poderia fazer tudo e ser capaz de muito mais além do imaginável.

EU faria de tudo por ele e pela Jocelyn mesmo que isso incluísse mandar o grande primeiro amor que eu tive pra mofar na cadeia.

Havia concordado com tudo q u Dandara e Lorenzo haviam me falado, eu faria de tudo e exatamente como haviam me ordenado, mas meu pai deveria ficar fora disso, ele não poderia saber o que eu iria falar dentro do tribunal,um pai nunca deveria escutar o que eu vou fazer sobre o que um cara fazia com sua filhinha, então se meu pai ficasse fora eu faria de tudo e depois de muito esforço Lorenzo concordou perdendo um belo trunfo, mas ele ainda tinha a mim.

A mim e todo meu ódio que sentia por Christhofer.

Eu entraria lá amanha e acabaria com ele, faria isso por mim.

Pelas outras 15 garotas.

Pelas famílias delas.

E pela pequena Eva.