The omega of dreams.

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P. O. V. Frank

Eu sempre quis morar em San Francisco, apreciava as passeatas, os pontos turísticos e até as ruas da cidade. Quando eu finalmente me mudei pra cá, eu pensei que seria o alfa mais feliz do mundo. Errado.

Minha família provavelmente me odeia, me assumir não foi uma boa idéia.

Assim que cheguei aqui na Califórnia, comprei um apartamento luxuoso pra tentar me animar e agora só preciso beber até não aguentar mais. Minha família sempre sonhou com o dia do meu casamento com a ômega dos sonhos deles, isso, uma ômega. Pego meu carro e entro no primeiro bar que encontro, "ômegas à bordo", eu realmente não vim aqui pra transar mas é o único lugar mais próximo com bebibas alcoólicas.

Eu não costumava frequentar casas noturnas, se posso assim dizer sobre esse lugar. Me sento na banqueta mais próxima do palco e do garçom, afogo as mágoas na bebida enquanto reflito sobre quem eu começarei a ser na vida.

Um som suave e não muito esforçado, como se fosse alguma resposta de algum Deus. Travo escutando aquela voz, que estranhamente me faz esquecer dos meus problemas e o motivo de eu estar aqui. Não que a voz seja hipnotizante, mas sim... acolhedora. Levanto meus olhos para o homem que canta os versos.

And if you open up your heart

And stay so far away

But you are all the same

And if you maybe find a better way

To love me, then

You are all to blame

Cause all the angels say

Uuh uh, uuh uh

É certo de que eu preciso parar de babar no cara, mas é inevitável não se interessar por essa voz.

O claramente ômega possui os fios tingindos de vermelho e são até que "compridos", usa uma echarpe rosa enquanto veste um shorts jeans e uma camiseta do David Bowie que alcança apenas a sua barriga. Eu quero ver seus olhos, mas o óculos escuros em seu rosto atrapalham nosso contato, ele exala muito cheiro de ômega. Eu fico ali admirando ele descer do pequeno palco da velha casa, concentro meus olhos na minha própria bebida e balanço a cabeça negativamente. Eu preciso pensar em algo, sair dessa vida monótona e sem graça, não posso ficar pensando em ômegas ou sexo.

Suspiro bebericando do meu copo e repentinamente noto o olhar do garoto sobre mim mesmo com os óculos escuros, viro meu rosto à ele e sorrio me sentindo um pouco sem graça:

- Você... canta muito bem. - Eu digo me sentindo um pouco nervoso.

Ele sorri de lado e cruza as pernas se virando totalmente à mim, nossos bancos um ao lado do outro.

- Uh, obrigado. Os garotos sempre dizem isso. - Ele ri ajeitando os óculos escuros.

- Posso te pagar uma bebida? - Pergunto subitamente.

- Sex On The Beach. - Responde e assinto chamando a atenção do garçom mais próximo. - Você é novo por aqui, não é?

- Sim, eu sou novo na cidade... - Respondo.

- E essa roupa de engomadinho, onde trabalha? - Pergunta direto.

Eu não sei se posso confiar em alguém que acabei de conhecer, por mais que ele de certa forma me atraia. Sorrio me ajeitando na cadeira e termino minha bebida. O garçom se aproxima e peço "sex on the beach" para nós.

It's My Baby - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora