Who's In Charge?

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  P. O. V. Frank

   Acordo com a luz do sol invadindo o quarto através da janela e sorrio me sentindo de bom humor, bocejo e me sento na cama notando a porta aberta. Levanto esfregando os olhos e caminho até o corredor, olho em volta notando quietude.

     — Gareth? — Grito e entro no quarto de hóspedes.

    Não encontro ele nem suas coisas, caminho pela casa e começo a notar a falta de objetos do apartamento. Paro ligando os pontos e coloco as mãos no rosto tentando me acalmar. Porra, ele me roubou, eu dei muito mole.

     — Droga! — Soco a parede da sala e a dor me deixa mais irritado.

   Eu devia saber que isso aconteceria, eu trouxe um qualquer pra minha casa.
   Sou um idiota.
   Quem faz isso? Eu faço isso.
   Vasculho minhas coisas e percebo que ele roubou meu celular, dinheiro da carteira e objetos de decoração junto à relogios de pulso de marca. O espertinho deve ter entrado no quarto na noite passada e eu nem notei, porra, fui burro.
     Suspiro nervoso e me troco saindo, preciso de café e um lugar pra acalmar a cabeça. Aquele garoto ingrato nem deve se chamar Gareth, eu dei a brecha e ele me passou a perna bonito.
     Escolho caminhar ao invés de pegar o trânsito, encomendo outro celular pelo notbook que ele felizmente não encontrou e penso sobre minhas más escolhas de ultimamente. Coloco as mãos no bolso e sigo pra cafeteria mais próxima, avisto viciados mais à frente e penso em atravessar a rua mas decido passar por eles de qualquer forma. Ao passar, escuto uma voz familiar entre eles:

     — Se perguntarem onde comprou, diga que foi de um estranho na rua. — Olhei de imediato para o ser humano e ele percebeu minha presença. — Oh shit. — Pegou o dinheiro do homem e correu.

     Sem pensar direito, corri atrás dele carregado pela raiva que ele me proporcionou. Então ele me roubou pra vender aos noias?
     Ele atravessa uma rua parando os carros e sigo atrás, passa por uma calçada com cadeiras e mesas de um restaurante e derruba quase todas impedindo minha passagem. Acelero meus passos desviando de suas ciladas e ele entra em um beco, entro atrás e cerco ele. O garoto parece procurar uma saída e se amaldiçoa por entrar ali:

     — Olha... eu não quis te roubar. — Ele estende as mãos se rendendo.

     — Não quis é?

     — É que você parecia tão cheio da grana que pensei que nem daria falta, sabe como é, não ser rico... — Ele se encolhe enquanto me aproximo. — E-eu peço desculpas.

      — Mentiu até seu nome, eu fui tão idiota. — Cerro os dentes fechando o punho.

     — É Gerard, vamos... fazer as pazes. Eu faço o... o que quiser, mas não me machuque. — Fechou os olhos escondendo o rosto com as mãos na tentativa de se defender.

     — Agora quer fazer as pazes? — Pergunto já cara a cara com ele.

     — Sim, eu... posso fazer aquele programa que você queria ou... lavar seu carro? — Perguntou abaixando os braços ainda com os ombros encolhidos.

      — Eu acho mais legal a ideia de te entregar pra polícia, eu não devo ter sido o único a cair no seu golpe. — Sorrio cruzando os braços.

      — Frank, por favor. — Ele junta as mãos me olhando com certo... medo?

      Penso no que fazer, eu não conseguiria entregar ele pra polícia, é tão jovem pra ir pra cadeia.

     — Então você pode se desculpar limpando o meu apartamento por uma semana, o que acha? — Sorrio orgulhoso de minha proposta.

     — E eu tenho lá cara de faxineira? Me poupe, pode me denunciar, eu sou chique e...

     — Eles não pegam leve com jovens mimados como você, mas já que você prefere ir pra cadeia do que ser minha faxineira. — Dou de ombros e ele suspira rolando os olhos.

      — Alfas são uma droga. — Caminha na minha frente desanimado. — E o que acontece se eu fugir?

       — Você não vai. — Sorrio o alcançando e ele cruza os braços franzindo o cenho.

       — Uma semana.

     Por uma semana inteira eu vou ter um faxineiro de graça, talvez esse ômega tome jeito depois de cumprir isso. Sorrio e levo ele pro meu apartamento dizendo que ele teria que começar de imediato.

       — Frank, se eu vou começar hoje, vou precisar de comida. — Ele entra no apartamento jogando a mochila no sofá e suspira. — O que tem pra comer?

      — Depende do que você vai cozinhar pra nós. — Eu me sento no sofá e ele cruza os braços.

      — Espera, eu também vou ter que pagar de cozinheiro? Está me humilhando só porque sou ômega? É isso?

       — Porque você me roubou, é por isso. — Digo retirando meu relógio. — Tem sorte de eu não ter pegado o dinheiro das vendas.

        — Para o seu azar, eu não sei cozinhar. — Sorri de lado.

       — Aprende. — Pego o controle da tv e ligo ela.

    Gerard bufa e sai da sala, sorrio vitorioso e tento prestar atenção no programa mas o barulho da cozinha impede. Me levanto e sigo até o cômodo barulhento e encontro o ômega tentando abrir um pacote de macarrão espaguete e no mesmo instante o plástico inteiro se abre e esparrama o conteúdo na cozinha inteira, olho em volta observando a bagunça que ele fez em poucos segundos.

     — Droga de macarrão! — Ele bate o pé grunhindo.

     — Você é um desastre. — Rio balançando a cabeça negativamente. — Não sabe nem abrir um macarrão.

     — Cala a boca, pelo menos eu tentei, diferente de você. — Ele se senta na bancada irritado.

      — Talvez se você pedisse com jeitinho eu te ajudasse. — Eu digo me encostando na bancada.

      — Por que você é tão insuportável? Podia só ter... sei lá, me batido? Mas agora quer me tornar seu escravo. — Se levanta e começa a limpar a própria bagunça.

       — E por que você é tão ingrato? Eu só estou tentando dar um jeito em você. — Ajudo a limpar e de repente ele se coloca à minha frente.

      — Podemos ficar quites de outro jeito. — Ele coloca as mãos nos meus ombros e sorri torto.

      — Não, eu não sou esse tipo de pessoa. — Me afasto e ele revira os olhos.

      — Então vamos fazer assim, eu vou arrumar esse apartamento gigante e você vai tratar de me dar comida se não eu ligo para os bombeiros, pra nasa, pra quem for e alego que você tá me mantendo em cárcere privado e sem comida. — Diz autoritário e sai indo para o quarto.

    Fico sem reação, quem está sendo colocado na linha mesmo?

It's My Baby - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora