Heal with kisses.

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    P. O. V. Frank

  O som após o da arma é o de desespero,  gritos e choros. Todos para o chão, me deito com Miles e sinalizo pra Gerard fazer o mesmo com as meninas. Cherry e Lily choram com medo, Miles não só chora, ele grita muito assustado.

    Meu coração ainda acelerado pelo medo, o homem mascarado caminha pelo lugar e manda todos ficarem quietos. Tudo acontecendo rápido demais, meu filho tapa os ouvidos chorando em desespero e gritando. Cherry e Lily ainda choram baixinho, isso enquanto Gerard tenta acalmá-las.

     — Shh, papai tá aqui. — Digo puxando Miles pra mais perto de mim o abraçando tentando fazer ele se acalmar.

      O homem se aproxima de nós e enquanto mantenho Miles no meu peito, alcanço o outro braço até Gerard que abraça as meninas. Nos juntamos, não vou deixar que esse homem encoste sequer um dedo neles.

    Quando me preparo fisicamente e psicologicamente pra me levantar e tentar pegar aquela arma, outro homem grita algo como “molhou, vambora”. Como se um anjo estivesse me escutado, eles correm e junto o som da sirene das autoridades, os choros não só dos nossos filhos, mas também de outras crianças assustadas cobre o lugar.

    Gerard se levanta e faço o mesmo, levantamos as crianças chorando ainda assustadas. Pego Miles no colo e abraço ele me aproximando das meninas e elas me abraçam chorando, agradeço mentalmente a divindade que nos salvou de qualquer coisa que poderia ter nos acontecido. Levo meus olhos ao Gee e noto seu estado de choque, logo se aproxima e se agacha abraçando as meninas, as lágrimas descem por nossos rostos sem parar.

       Então nós voltamos pro carro o mais depressa possível, o trauma ainda presente em nós. Isso aconteceu há cinco minutos atrás, é como um looping infinito na minha cabeça. Eu só consigo dizer a todo momento coisas como "papai ta aqui", "ta tudo bem", "calma". Tento acalmar meus filhos, algo que não é nada fácil quando eles acabaram de presenciar uma tentativa de assalto?

      — Pu que papai? — Miles ainda chora perguntando a mesma coisa desde que saímos daquele lugar.

      As meninas choram baixinho tentando se distrair com a paisagem do carro a fora, meu coração dói de notar rapidamente suas mãozinhas entrelaçadas, elas estão com medo e mesmo eu dizendo a todo tempo que nada vai acontecer, isso ficou na cabeça delas. Miles ainda chora, "Pu que papai?" a única frase que ele diz e repete isso o percurso inteiro, me quebrando o coração. Eu não sei mais o que fazer, eu tô apavorado.

      — A dona aranha subiu pela parede... — A voz calma e acolhedora do Gee invadiu nossos ouvidos e chegou ao nossos corações abalados. — Veio a chuva forte e a derrubou. — Seu ritmo lento deixa a música mais suave, estranhamente deixando o tom relaxante.

      Então as meninas começam a cantar junto mas baixo, repentindo a música pelo menos duas vezes. Miles em pouco tempo parece se acalmar, prestando atenção na voz calma do papai. A música e a voz calma do Gerard também me acalma, sua mão fica sobre minha coxa enquanto ele olha as crianças cantando com elas.

       Meu anjo, a voz por qual eu me apaixonei naquele dia. Gerard e eu somos predestinados, ele nasceu pra mim, ele é o melhor pra mim, pra nós. A música acaba e antes que as crianças pudessem sentir falta de uma canção, eu começo.

      — Borboletinha tá na cozinha, fazendo chocolate para madrinha. — As meninas se animam com a música que elas tanto amam e começam a cantar comigo.

     Finalmente em casa. Miles acabou dormindo com o rumo das canções, ele deve ter dormido na "se essa rua fosse minha". Elas tiram o próprio cinto de segurança e descem do carro sozinhas, Gee abre a porta de Miles e tira o cinto dele o pegando no colo.

It's My Baby - FrerardOnde histórias criam vida. Descubra agora