P. O. V. GerardEu não sei o que o Frank tem naquele pau, mas quando eu estou no cio, vai ser a coisa onde vou passar bem longe da próxima vez. Não sei o que eu fiz pra merecer isso de novo, mas agora em uma situação ainda pior.
Frank está noivo da pessoa mais insuportável desse mundo e eu estou grávido do Frank, nós vamos ter mais um bebê. Eu vou passar por tudo aquilo de novo, dessa vez não vai ter apartamento e nem dinheiro, será só eu e o arrependimento de não ter usado a droga da camisinha.
Penso em milhões de coisas, Frank vai saber disso logo e eu vou dizer que não precisamos ter nada juntos pra cuidar do novo bebê. Sempre verei Cherry e Lily, posso trazer o bebê as vezes e então podemos decidir sobre o tempo com as crianças. Não serei infantil e exigir que nos casemos ou algo só tipo, eu vou amar esse bebê e cuidar como eu deveria ter feito com as meninas desde o começo.
Meu celular toca em cima da cama e pego, olhando o visor e logo atendendo:
— Oi Mikey. — Digo sem muito ânimo.
— Oi Gee, você está bem?
— Na medida do possível. — Rio fraco. — E você?
— Eu tô bem, o que houve?
Eu resolvo então contar a história da minha vida pra ele, contar toda a verdade e evitar esses segredos que tanto foram problemas no passado.
— Então... Eu vou ser tio de novo? — Ele não esconde sua animação.
— Sim, vou colocar mais uma pessoinha no mundo. — Sorrio olhando para o teto com o celular no ouvido.
— E o que o Frank acha sobre isso?
— Vou contar pra ele hoje, descobri que eu estava grávido ontem e fiquei tão agitado que marquei de falar com ele hoje. — Olho o horário. — Aliás, acho que já vou sair.
— Boa sorte, espero que dê tudo certo e pode contar comigo. — Ele diz gentilmente.
— Valeu, Mikes.— Por nada, tchau.
— Bye. — Nós desligamos.
Agora é a parte complicada, conversar com o Frank sobre isso e elaborar um esquema de vida até as criança crescerem.
Me despeço de Bert e ele me deseja sorte, na verdade isso vai ser ótimo. Quando Dallon descobrir isso vai ficar uma fera, não sei como esse casamento vai ficar, mas eu quero me dar bem com ele só pelo fato de ele viver com as minhas filhas.
Chego no café marcado e Frank já está lá, com a expressão preocupada. Entro e caminho até a sua mesa, me sentando e chamando a sua atenção.
— Frank, que cara de morte é essa se eu nem disse nada ainda? — Digo brincalhão mas ele não muda a feição.
— Cara de quem está ferrado se tiver dado positivo, eu não posso fazer isso duas vezes e uma sendo com você.— Frank diz juntando as mãos nervoso.
— Fazer duas vezes?
— Gee, o Dallon ele... Ele está grávido. — Frank diz e eu travo. — Nós vamos ter um bebê.
O alfa diz abrindo um pequeno sorriso ao falar do bebê dele com Dallon, desfazendo a cara que estava antes. Ele está... Feliz?
— Mas e o teste? O que deu? — Ele volta ao seu estado preocupado, quebrando o meu coração em pedacinhos.
— Negativo. — Respondo de imediato, segurando com todas as minhas forças meu choro. — Eu estou tomando umas vitaminas que meu chefe mandou, por isso o aroma estranho.
— S-sério? Então você não está grávido?
— Não. — Digo desviando o olhar para sua xícara de café. — Meus parabéns pelo seu novo bebê. — Sorrio fraco e me levanto.
— Espera. — Ele me diz e paro prestando atenção, eu não posso chorar aqui. — Agora com isso tudo do casamento, da gravidez, eu acho melhor a gente não se ver mais, você entende?
Sorrio não acreditando nos meus próprios ouvidos, um belo descarte. Agora ele tem a família que sempre quis, a vida que sempre sonhou e Dallon também deve estar muito feliz.
Eu acabo por decidir que o Frank não vai saber do meu bebê e nem de mim, eu quero ficar com as minhas filhas já que ele tem a linda família dele agora. Frank, eu vou tratar de excluir você da minha vida, a partir de agora eu serei o pai solteiro dessa coisinha dentro de mim.
Saio daquele lugar sem nem precisar responder aquela pergunta. Se ele não quer mais saber de nós, melhor pra todo mundo.
(...)
— Ele é um puta egoísta, eu não quero nem mais olhar na cara dele. — Grito chorando debruçado na mesa.
— Mas você nem falou do seu bebê, aliás, você não fez essa coisinha sozinho né. — Bert coloca o prato de cookies na minha frente e pego um já comendo.
— Você tinha que ver a cara dele quando falou do bebê dele com o Dallon. — Digo com a boca cheia e o rosto molhado.
— Não importa, ele vai amar os dois igual. — Bert diz colocando o copo de leite ao lado do prato e bebo.
— Eu não quero estragar a vida dele, eu cansei de ser o vilão. E todos envolvidos vão sofrer menos se ele não souber, eu vou pra Londres e vou ter meu bebê e cuidar dele lá sozinho.
— Teimoso e cabeça dura. — O beta diz bravo.— E eu preciso te contar uma coisa, mas você tem que prometer que não vai ficar zangado comigo. — Digo parando de comer ele me olha com cara de "que merda você fez?"
— Que merda você fez? — Como previsto.
— Bert, eu te amo e te agradeço por tudo que fez por mim. — Começo e ele cruza os braços me olhando sério. — Eu comprei uma passagem pra Londres e é tipo... Pra amanhã.
— Gerard, seu fodido! — Ele grita bravo. — Você não pode ir pra Londres, principalmente agora.
— Eu tenho uma vida lá, um emprego e uma casa.
— Mas as suas filhas estão aqui, sua família tá aqui, o amor da sua vida tá aqui e eu... Eu tô aqui, Gee. — Bert diz choroso.
A minha vida inteira tá aqui, as pessoas mais importantes estão aqui, mas esse é o pior lugar pra mim ficar nesse momento. Tento explicar para o Bert mas ele continua magoado, ele deveria me entender já que é meu melhor amigo. Ir embora é o melhor pra mim, eu cansei de fingir que estou bem com tudo isso.
Frank vai se casar e eu estou fingindo que isso não está doendo em mim, minhas filhas nem sabem que sou o pai delas de verdade e eu não tenho a guarda delas, eu estou carregando mais um bebê do Frank e isso só me faz voltar à tudo que está acontecendo e à toda essa dor. Eu preciso fazer isso longe daqui.
Eu digo ao Bert que vou voltar em breve, não só pra ver as meninas mas também pra ver ele e o Quinn. Me despeço dos dois no dia seguinte e quase sou impedido de entrar no táxi pelo Bert, foi uma despedida difícil e com muitas lágrimas.
Quando estamos quase chegando no aeroporto, o trânsito fica maior e não ficamos nem a vinte metros de distância da entrada. Resolvo pagar o taxi e sair com as minhas duas malas, vou correndo passando pelos carros no meio da avenida pra chegar no horário do vôo.
Tudo está rápido demais, minha cabeça está uma bagunça. Escuto uma buzina e um rápido carro em minha direção enquanto corro pelos carros e de repente um baque forte, minha visão escurece.
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It's My Baby - Frerard
FanfictionOnde Frank é um alfa que se assume gay pra família e por conta disso é rejeitado pela mesma. Ele acaba se mudando e resolve sair pra beber, Frank acaba encontrando um Ômega por quem se apaixona. Após abrigar ele e ser roubado pelo mesmo, encontra o...